Da BBC Brasil
Um artigo publicado na edição desta quinta-feira da revista britânica The Economist afirma que o liberalismo econômico ainda é tabu no Brasil.
“Liberalistas econômicos são tão escassos no Brasil como flocos de neveâ€, diz o texto, intitulado The almost-lost cause of freedom (“A causa quase perdida da liberdadeâ€, em tradução livre).
O artigo afirma que a “mudez†dos liberalistas no paÃs ocorre, em parte, porque o voto é compulsório, o que faz com que os eleitores pobres “ajudem a empurrar os partidos na direção de um Estado maiorâ€.
De acordo com a Economist, “a escassez dos liberalistas é ainda mais estranha dada a história do paÃsâ€.
Nesse sentido, a revista oferece ainda outra explicação para essa falta – o fato de que muitos dos polÃticos brasileiros participaram da oposição durante o regime militar (1964-1985).
O texto cita, por exemplo, que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva era um lÃder sindicalista, e o pré-candidato nas próximas eleições José Serra, um ex-lÃder estudantil exilado.
Apesar disso, o artigo afirma que muitos dos polÃticos que faziam parte dessa oposição esquerdista “provaram ser pragmáticos no governoâ€.
A revista afirma, por exemplo, que nenhum dos candidatos nas próximas eleições fala em cortar impostos, apesar do aumento da porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) destinada ao governo, que chegou a um patamar próximo dos paÃses europeus.
Avanços
De acordo com a Economist, os liberalistas brasileiros enfrentam ainda outro problema para se manifestarem: “a falta de um partido onde suas ideias sejam bem-vindasâ€.
Mas, se a tônica do texto trata da falta de liberalistas no paÃs, a revista oferece um contraponto e afirma que as instituições responsáveis pela polÃtica econômica estão mais liberais, no sentido de que estão mais livres da interferência do governo do que jamais estiveram.
A revista afirma ainda que a abertura econômica trazida pelo governo de Fernando Collor de Melo impulsionou os liberalistas a “fazer mais barulho†e cita os grupos voltados a essa doutrina, como o Fórum da Liberdade e o Movimento por um Brasil Competitivo.
Apesar dos avanços, a Economist afirma que “por enquanto, no entanto, as pessoas que queiram praticar o liberalismo econômico são aconselhadas a fazê-lo em particularâ€.