Pesquisa foi feita entre 2002 e 2008 em Ilhéus e no Rio de Janeiro. Melhoria nas condições econômicas explica satisfação, diz pesquisador.
[G1, 3 out 11] Os brasileiros ficam mais felizes conforme envelhecem – ou pelo menos ficaram entre 2002 e 2008, segundo um estudo feito por pesquisadores do Reino Unido. Os resultados foram apresentados nesta segunda-feira (3) pelo Programa de Novas Dinâmicas do Envelhecimento.
A pesquisa, feita entre 2002 e 2008 por uma reunião de cinco conselhos de pesquisas britânicos, visava estudar o impacto do crescimento econômico e das polÃticas sociais dos paÃses em desenvolvimento na vida de seus cidadãos da terceira idade. No Brasil, foram entrevistados idosos das cidades de Ilhéus (BA) e do Rio de Janeiro (RJ).
Além do Brasil, os pesquisadores também avaliaram as condições de vida dos idosos da Ãfrica do Sul e obtiveram os mesmos resultados: quanto mais idosos, mais felizes são os sul-africanos.
Segundo a pesquisa, a maioria dos idosos dos dois paÃses se disse “satisfeita†ou “muito satisfeita†com as suas condições de vida, com seus relacionamentos com outras pessoas e com o respeito que recebiam.
Ao comparar os dados de 2008 com os de 2002, o número de idosos que se declarou satisfeito aumentou. Os cientistas acreditam que isso tem a ver com a melhoria tanto nas condições econômicas dos dois paÃses, como nas polÃticas sociais.
De acordo com o grupo de pesquisadores, os dois paÃses foram escolhidos pela “extensão de suas polÃticas sociaisâ€.
“São paÃses lÃderes nas suas respectivas regiões, com polÃticas sociais inovadoras abordando a pobreza e a vulnerabilidadeâ€, afirma Armando Barrientos, diretor de pesquisas do Instituto Brooks de Pobreza Mundial, da Universidade de Manchester.
“Frequentemente se presume que as pessoas vão ficar mais pobres e mais infelizes com a vida conforme elas envelhecem, mas na Ãfrica do Sul e no Brasil é o oposto que aconteceâ€, diz Barrientos.
Segundo ele, a pesquisa pode servir de lição para paÃses desenvolvidos que estudam cortar benefÃcios sociais para a terceira idade. “Nosso trabalho sugere que os governos podem precisar repensar com mais cuidado sobre o valor social de uma aposentadoria decenteâ€, afirma.
Há lições também para as nações em desenvolvimento, segundo Barrientos: não copiar o que os paÃses ricos fizeram. “A população nos paÃses em desenvolvimentos estão crescendo muito mais rapidamente do que cresciam os paÃses hoje considerados desenvolvidos. Isso significa que seus governos têm muito menos tempo para lidar com os desafios do envelhecimento e eles não podem simplesmente copiar as polÃticas usadas pelas nações desenvolvidasâ€.