A semana em que o país morreu! ~ por José Roberto Prado

Plantas morrem, animais morrem e ouvi falar que estrelas e galáxias também morrem.

Pessoas morrem a cada minuto, seja nas estradas, nas esquinas, em casa, no trabalho, quer estejamos cientes ou não, elas se vão.

Pais e mães morrem. Amigos e inimigos.

Até mesmo filhos morrem.

Esta semana completou-se dois anos de um dos maiores acidentes aéreos do Brasil, o vôo TAM 3054, que matou 199 pessoas em São Paulo.

Entre as centenas de pessoas que morreram nesta tragédia estava uma família paraibana.

Havia também um pai que perdeu seu único filho. Não sei seu nome, mas lembro-me de ficar chocado com uma declaração sua diante dos insistentes e inconvenientes microfones e câmeras.

Disse ele: “Pra mim, este país morreu”!

Nunca se disse que um país tenha morrido.

Pelo menos, não com tanta dor, tanta sinceridade, tanta propriedade.

Países não morrem, ou melhor, não deveriam morrer.

Países são invadidos, cidades são atacadas, civilizações são superadas, regimes políticos caem.

Governantes… Ah, sim, governantes morrem.

Naquela mesma semana também morria um que era querido lá na Bahia!

Falando em governantes, as cenas (obscenas) flagradas e divulgadas naquela semana, onde “autoridades” de Brasília comemoravam uma possível causa mecânica para o desastre foram toscas, mas precisam ser lembradas.

Isto tudo acontecia durante a realização dos Jogos Pan-Americanos, quando nossos atletas estavam ganhando medalhas, carregando nossa bandeira, cantando nosso hino; quando ninguém mais pensava em crise aérea, CPI, senador corrupto, governo incompetente.

Bem naquela semana este avião tinha que cair? Sim, foi naquela semana, há um ano, que o avião caiu e o país morreu.

Os responsáveis pelo inquérito que apura as causas do acidente estimam que ele deva ser concluído em setembro. Já sobre a morte do país, tenho uma pista.

A Bíblia diz: “Quando os justos florescem o povo se alegra; mas quando os ímpios (os maus, os sem-Deus) governam, o povo geme!” (Pv 29.2).

Estes “maus governantes” incluem desde prefeitos, deputados, senadores, juízes, presidentes, delegados, empresários, bem como os pastores, bispos e apóstolos que não têm o temor de Deus.

É este tipo de autoridade que mata um país, uma cidade, uma igreja.

Todas as autoridades, em todos os níveis, devem ser “instrumentos de Deus, agentes de justiça, servas do bem (Rm 13.4-6).

Por isso, devemos obedecer ao imperativo bíblico de “… que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade”  (1Tm 2.1,2).

Lembro-me também da história de outro pai que perdeu um filho.

Não há um ano, mas há quase dois mil.

Não havia microfones ou câmeras, mas nem por isso sua dor passou sem ser registrada.

Milhares choraram sua dor.

Era seu único filho e morreu de uma forma trágica, envolvendo traição, corrupção, ganância e tortura com requintes de crueldade.

Pai e filho sofreram. Só que, diferentemente do pai que perdeu o filho no acidente, esta morte foi voluntária, sacrificial, vicária.

Naquela semana, um pai amoroso, com o coração partido, entregou seu único filho como resgate de pessoas perdidas, alienadas e corrompidas pelo pecado.

Este Pai perfeito, celestial, todo-poderoso, cheio de amor e de misericórdia olhou pra nossa miséria e deu seu único filho pra morrer por nós numa cruz.

Esta semana talvez você tenha sentido novamente a dor de ter perdido um amigo, um parente, um país.

Porém, acredite, nem tudo está perdido.

Receba a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de sua vida.

Honre sua morte, desfrute da paz abundante e eterna que Ele lhe oferece.

Siga seus passos e receba Dele uma nova esperança, uma nova força, uma nova vida. Estas dádivas, nada e ninguém podem tirar de você.

E não se esqueça: para manter-se vivo um país, cidade ou igreja, é necessário que oremos por nossas autoridades…

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