Aborto: Aumenta o mal cheiro vindo dos porões

Foto: AFP

Conforme avança a investigação policial em Bangcoc, capital da Tailândia, sudeste asiático, aumenta o número de fetos encontrados nos porões de um templo Budista.

Nesta sexta feira, num segundo lugar apontado por funcionários do templo, foram encontrados mais 950 fetos além dos 348 anteriores. Oficiais já declararam a existência de um terceiro local, o que aumentaria ainda mais o número de corpos.

Resultado do trabalho clandestino das clínicas de aborto, embrulhados em sacos de lixo e jornais, estes fetos eram encaminhados para o templo onde seriam incinerados. Uma reforma no forno iniciada há dois meses teria sido a causa do acúmulo.

Até o momento a polícia ainda trabalha com informações contraditórias, pois o estado de decomposição de alguns fetos demonstra que estavam ali há mais de um ano.

Na Tailândia o aborto é ilegal a não ser em três condições: onde há risco de vida para a mãe, quando o feto é anormal ou quando a gestação é resultado de estupro.

O ministro da saúde reconhece que este é um “problema social” e estima que de 1 milhão de gestações por ano no país, cerca de 60 sofrem aborto espontâneo e 80 mil são abortados legalmente. Ele disse não ter estimativas dos abortos ilegais.

Já se fala em legalizar a prática do aborto para se evitar cenas como esta.

De todas as reportagens que li até agora, nenhuma sequer citou direta ou indiretamente o problema da prostituição infantil e a indústria do turismo sexual na Tailândia.

A situação no Brasil não é, infelizmente, muito diferente deste país distante. Fica o alerta para a sociedade em geral e para as autoridades em particular, principalmente nas capitais nordestinas, cidades alvo do turismo sexual.

O turismo sexual é uma indústria e como toda indústria produz seu refugo. Estes fetos, talvez em sua maioria, sejam o subproduto indesejável desta engrenagem que envolve: a exploração da mulher e da criança, o tráfico humano, escravidão infantil, turismo sexual, tráfico de drogas, cassinos e milhões de dólares.

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça…

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Texto revisado às 13h17, com novas informações da AP (a primeira a citar o problema do turismo sexual – veja o texto em Inglês)

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