A organização internacional reconhece alguns avanços em relação aos direitos humanos nas Américas. De acordo com ela, “mesmo que parciais e lentosâ€, a região conseguiu alguns progressos nessas questões. Destaque para o papel das comunidades e organizações sociais que estão cada vez mais denunciando tais violações e atuando em defesa das vÃtimas.
O relatório cita a realidade do Haiti como exemplo. No final de 2010, mais de um milhão de pessoas que tiveram suas casas destruÃdas pelo terremoto – ocorrido em janeiro no mesmo ano – continuavam vivendo em acampamentos provisórios. Situação que deixou mulheres e meninas ainda mais vulneráveis a abusos sexuais. Mesmo com a dor de ter perdido familiares e pertences no terremoto e ainda de ter sido vÃtima de violação sexual, as mulheres se uniram e formaram “A Comissão de Mulheres VÃtimas pelas VÃtimas†(Kofaviv), que oferece apoio médico, psicológico e econômico à s sobreviventes de violência sexual nos acampamentos haitianos.
Entretanto, mesmo com a ação de organizações sociais, o documento aponta que é preciso a posição dos Estados em defesa dos direitos humanos. Participação que, segundo revela o informe de Anistia Internacional, nem sempre acontece.
“Ainda em tempos de paz e estabilidade relativas, é frequente que os governos não garantam o respeito dos direitos na prática, nem sequer no caso de quem corre mais perigo de sofrer abusos, como as pessoas que vivem na pobreza, os povos indÃgenas e as mulheres e as meninas. Essa situação se dá, sobretudo, quando poderosos econômicos que consideram que respeitar os direitos das comunidades pobres e marginalizadas é contrário a seus objetivos econômicosâ€, aponta.
É o que o documento destaca em relação à s violações aos direitos dos povos indÃgenas. Segundo o informe, em 2007, vários Estados do continente votaram a favor da Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos dos Povos IndÃgenas. No entanto, até o final do ano passado, nenhum havia promulgado normas que garantissem o direito dos povos indÃgenas de serem consultados sobre projetos que os afetam.
“Em Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Guatemala, Panamá, Paraguai e Peru, os indÃgenas considerados como obstáculo aos interesses comerciais foram objeto de ameaças, assédio, desalojamentos forçados, deslocamentos e homicÃdios à medida que o afã de exploração dos recursos se intensificava nas zonas que habitavamâ€, revela.
Outro problema enfrentado pela região é a pobreza. Mesmo com importantes avanços, de acordo com Anistia Internacional, quase um quinto da população latino-americana e caribenha ainda vive em situação de pobreza extrema, principalmente indÃgenas e afrodescendentes.
A situação também não é animadora para comunicadores/as e defensores/as de direitos humanos. Segundo o relatório, o continente americano é o segundo mais perigoso para os/as jornalistas, perdendo em números de assassinatos somente para Ãsia. “Quase 400 trabalhadores de meios de comunicação receberam ameaças ou sofreram ataques e pelo menos 13 jornalistas morreram pelas mãos de agressores não identificadosâ€, afirma.
Ativistas também correm risco ao defender os direitos humanos na região. De acordo com o relatório, Brasil, Colômbia, Cuba, Equador, Guatemala, Honduras, México e Venezuela são alguns dos paÃses onde defensores/as foram vÃtimas de assassinatos, ameaças, perseguições e atuações judiciais arbitrárias.
Para obter o relatório completo (PDF Espanhol), acesse!