[Roberta Lopes, Agência Brasil, 13 jun 11] O Brasil quer retirar do trabalho infantil 1,2 milhão de crianças até 2014, por meio da ampliação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), informou a secretária nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Denise Colin, em entrevista à Agência Brasil. Essa ampliação está dentro do Programa Brasil sem Miséria, lançado este mês pela presidenta Dilma Rousseff.
Denise Colin disse que hoje o programa atende mais de 800 mil crianças em todo o paÃs. Elas foram encontradas em situação de trabalho no campo, de trabalho doméstico, exploração sexual, entre outros. Segundo a secretária, quando é feita a identificação de trabalho infantil, as crianças são inseridas no Programa Bolsa FamÃlia e é anotada na inscrição do programa a situação de trabalho infantil.
“As famÃlias recebem o benefÃcio do Programa Bolsa FamÃlia. Essa criança tem a oportunidade de ser atendida em serviços que possam retirá-la da situação de exploração no trabalhoâ€, disse.
A secretária acrescentou que “os pais são encaminhados a vários serviços, como de qualificação profissional, de documentação, de intermediação de mão de obra. Isso é feito pela polÃtica do trabalho e os técnicos orientam essas pessoas, mantêm contato com a equipe do Ministério do Trabalho e fazem toda essa mediação para encaminhamentoâ€.
A secretaria disse ainda desde que o Peti foi integrado ao Bolsa FamÃlia, em 2006, houve maior garantia da transferência de renda, o que ajuda a famÃlia a manter as crianças longe do trabalho. “Foi um grande avanço a integração do Peti com o Programa Bolsa FamÃlia porque possibilitou a garantia da transferência de renda para a famÃlia, o que passou a não justificar o uso das crianças nessas situaçõesâ€.
No PiauÃ, um dos estados onde há o maior número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, a  coordenadora da Gerência de Enfrentamento ao Trabalho Infantil, Rosângela Lucena, informou que mais de 34 mil que estavam em situação de trabalho infantil são atendidas hoje pelos núcleos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de VÃnculos do Sistema Único de Assistência Social (Suas). Esses núcleos recebem recursos do Peti.
De acordo com Rosângela, a maioria dessas crianças estava trabalhando com os pais na agricultura familiar. Hoje, o estado está priorizando a questão do trabalho infantil escravo, que registra alto Ãndice no PiauÃ.
“Queremos fazer um estudo sobre o trabalho infantil escravo no estado e, para isso, estamos contratando faculdades para nos ajudar. Há 34 mil menores atendidos que estavam em situação de trabalho infantil, tanto que o Piauà está na lista dos estados brasileiros com os mais altos Ãndices de crianças nesse tipo de atividadeâ€, informou. A intenção é que o diagnóstico esteja concluÃdo no próximo ano.