Contrariando estereótipo de povo frio e racional, estudo mostra que a superstição faz eco na vida dos alemães. Apenas 32% das pessoas negam influência do sobrenatural.
Nos tempos da ciência e da evolução tecnológica, o medo e as crenças em poderes ocultos se mostram a cada dia mais presentes no cotidiano alemão. Foi isso o que mostrou uma pesquisa realizada pelo Instituto de Opinião Pública Allensbach.
E a crença irracional em sÃmbolos que representam boa ou má sorte aumentou entre o povo da Alemanha, revelou também o estudo.
Talismãs e medos
As estatÃsticas mostram que 42% dos alemães acreditam no trevo de quatro folhas, 36% gostariam de cruzar de vez um quando com um limpador de chaminés e 40% crêem na sorte associada a uma estrela cadente.
Os maus presságios associados a número 13 são muito mais temidos. Mais de um quarto da população alemã não descarta o sentido da magia dos números. E não é piada, com tantas coincidências relativas ao 13.
Na Última Ceia havia 13 pessoas, a vinda do Anticristo acontece no capÃtulo 13 do Apocalipse, e no tarô este número faz referência à morte.
Por outro lado, 25% dos alemães evitariam, se pudessem, que um gato preto cruzasse o seu caminho. No Egito o gato já era considerado um animal de poder. Além disso, na Idade Média, se associava o gato preto com as bruxas – o que certamente deu origem à superstição.
Aumenta a tendência
O instituto realiza estes estudos sobre as superstições desde 1973. E das conclusões se deduz que estas crenças atingem muito mais gente agora do que em épocas anteriores.
Comparando os números atuais com os dos anos 70, somente a metade das pessoas acreditava na relação entre um meteorito que caÃa do céu e a boa sorte que isso traria a quem o observasse.
No caso do trevo de quatro folhas, somente 26% acreditava em seus “poderes”, enquanto agora o número de fãs da planta chega a 42% – o Ãndice dos que temem o número 13 aumentou de 17% para 28% nos últimos trinta anos.
Fonte: DW, 10 mai 2005