O Brasil detém o terceiro maior Ãndice de homicÃdios na América do Sul, atrás da Venezuela e da Colômbia, segundo um relatório da Agência da ONU para Drogas e Crime divulgado nesta quinta-feira.
[João Fellet, BBC Brasil, 6 out 11] A agência afirma que houve no Brasil 43.909 homicÃdios em 2009 (ano mais recente para o qual há estatÃsticas), fazendo com que o paÃs tenha uma taxa de 22,7 homicÃdios por 100 mil habitantes.
Na América do Sul, o Ãndice só é inferior ao da Venezuela (49 por 100 mil) e ao da Colômbia (33,4). O Brasil é seguido no ranking por Guiana (18,4), Equador (18,2) e Guiana Francesa (14,6). Já os paÃses com as menores taxas de homicÃdios na região são Chile (3,7), Peru (5,2), Argentina (5,7) e Uruguai (6,1).
O relatório revela ainda que, na contramão da maioria dos paÃses da Ãsia, Europa e América do Norte, que desde 1995 vêm registrando uma redução nas taxas de homicÃdio, a América Central e o Caribe têm verificado um aumento nesses Ãndices e hoje se aproximam de um cenário de “crise”.
Nos últimos cinco anos, segundo a agência, as taxas de homicÃdios cresceram em cinco dos oito paÃses centro-americanos, sendo que em algumas nações elas mais do que dobraram.
O relatório atribui o aumento a flutuações no tráfico de cocaÃna na região e à competição entre grupos rivais de traficantes, particularmente quando há queda no fluxo de drogas.
“Para impor sua autoridade, marcar território ou desafiar autoridades, grupos criminosos organizados também usam violência letal indiscriminada que pode não ser atribuÃda diretamente ao tráfico de drogas, mas resultou, nos últimos anos, no assassinato de numerosos representantes do Estado, funcionários eleitos e agentes de segurança, assim como membros gerais do públicoâ€, diz a agência.
Conflitos armados
Os maiores Ãndices de homicÃdio na América Central e no Caribe foram registrados em Honduras (82,1), El Salvador (66), Jamaica (52,1) e Belize (41,7).
O México, palco de numerosos assassinatos relacionados ao narcotráfico nos últimos anos, ostenta Ãndice bastante inferior aos desses vizinhos, de 18,1 mortes por 100 mil habitantes. Isso ocorre porque, ainda que as taxas de homicÃdios sejam especialmente elevadas no norte do paÃs, em outras regiões elas são bem mais baixas.
Os Ãndices de homicÃdios na América Central são bastante superiores aos de paÃses que vivenciam ou vivenciaram conflitos armados ou catástrofes naturais recentemente, como Haiti (6,9), Iraque (2) e Afeganistão (2,4).
O estudo afirma, no entanto, que a falta de dados históricos sobre homicÃdios no Afeganistão e no Iraque impede que se descubra se há tendência de aumento ou redução dos Ãndices nesses paÃses.
Já o sul e oeste da Europa concentram algumas das taxas mais baixas de homicÃdio do mundo, com destaque para Mônaco (0 morte por 100 mil), Ãustria (0,5) e Eslovênia (0,6).