PaÃs registra crescimento de 24% no IDH desde 1990 e cresce mais rápido que vizinhos latino-americanos. IDH do Brasil melhora em 2012; paÃs mantém 85ª posição no ranking em relação a 2011.
O Brasil está entre os 15 paÃses que mais conseguiram reduzir o déficit no IDH entre 1990 e 2012, uma trajetória que o coloca no grupo de “alto desempenho†em desenvolvimento humano. As conclusões são do Relatório de Desenvolvimento Humano 2013 – Ascensão do Sul: progresso humano num mundo diversificado, lançado hoje pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A classificação de “alto desempenho†foi dada aos paÃses que: tiveram desenvolvimento humano significativo pois, além de experimentar aumento do rendimento nacional, registram valores superiores à média nos indicadores de saúde e educação; reduziram o hiato necessário para alcançar o teto do Ãndice de Desenvolvimento Humano (IDH) – igual a 1 –; e tiveram desempenho melhor em relação a seus pares – paÃses que se encontravam em patamares semelhantes em 1990.
A estratégia de polÃtica estrutural de longo prazo adotada pelo Brasil, com a universalização do bem-estar social, foco na redução das desigualdades e redução da pobreza, coloca o paÃs em posição de destaque no Relatório deste ano, ao lado de outras nações em desenvolvimento como China e Ãndia. “A promoção da coesão e da integração sociais, um objetivo declarado nas estratégias de desenvolvimento de paÃses como o Brasil, tem por base o manifesto impacto positivo que uma sociedade unificada tem sobre o desenvolvimento. As sociedades mais igualitárias tendem a produzir melhores resultados na maioria dos parâmetros relativos ao desenvolvimento humanoâ€, diz o Relatório.
Brasil, China e Ãndia estão remodelando a dinâmica mundial no contexto amplo do desenvolvimento humano. Diante do peso crescente que estes paÃses exercem na economia mundial, seja pelo comércio, pelo acúmulo de reservas internacionais, pela aposta na cooperação Sul-Sul ou pelas medidas inteligentes de combate a conjunturas adversas, o Relatório afirma que é necessário que se promova um debate sobre o remodelamento da geopolÃtica global.
“Pela primeira vez em 150 anos, o produto combinado das três principais economias do mundo em desenvolvimento – o Brasil, a China e a Ãndia – é aproximadamente igual ao PIB combinado das antigas potências industriais do Norte: Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidosâ€, diz o Relatório. Até 2050, prevê-se que Brasil, China e Ãndia, em conjunto, sejam responsáveis por 40% do produto mundial. “A ascensão do Sul tem decorrido a uma velocidade e escala sem precedentes.â€
O Relatório recomenda a criação de novas instituições que facilitem e fomentem ainda mais a integração regional e a cooperação Sul-Sul. Além disso, aponta para a necessidade de um olhar crÃtico sobre as instituições existentes de governança global, para que estas reflitam melhor esta nova realidade.
Outra caracterÃstica apontada para os paÃses do Sul é a resiliência. Segundo o Relatório, enquanto durante a crise de 2008-2009 os paÃses do Norte adotaram polÃticas de austeridade econômica, enfrentaram estagnação no seu crescimento econômico e problemas recorrentes de desemprego e privações de direitos sociais, o que se observou nos paÃses do Sul foi o contrário: estes paÃses experimentaram progresso substantivo no desenvolvimento humano, crescimento econômico com sinais de robustez e sustentabilidade e perspectivas concretas de redução da pobreza.
“A mudança de cenário financeiro no Sul tem potencial para promover a estabilidade e a resiliência financeiras, apoiar o desenvolvimento das capacidades produtivas de longo prazo, favorecer objetivos compatÃveis com o desenvolvimento humano e alargar o espaço polÃtico nacionalâ€.
“O Brasil, a China, a Ãndia e outras economias emergentes estabeleceram relações econômicas mais profundas e mais fortes com os seus vizinhos e em todo o mundo em desenvolvimento: expandem rapidamente seus mercados e sua produção a nÃvel mundial; apresentam complementos inovadores das instituições financeiras de Bretton Woods; exercem cada vez mais influência na regulação mundial do comércio, da moeda e das finanças; e influenciam a cultura, a ciência, o ambiente, a paz e a segurançaâ€, concluem os autores do RDH 2013.
Novos modelos de desenvolvimento
Três são os fatores impulsionantes para esta ascensão de paÃses do Sul. Primeiro, um estado desenvolvimentista, proativo e orientado para o investimento nas capacidades das pessoas, alargando os serviços sociais de base. Segundo, a integração a mercados globais, especialmente nas dinâmicas Sul-Sul. Por fim, a implementação de polÃticas sociais inovadoras e criativas, customizadas para as realidades nacionais.
“A aplicação de programas inovadores bem conhecidos no Brasil, Ãndia e México – programas de transferência condicionada de renda e de garantia de emprego rural – são exemplos de um vivo interesse na promoção de uma distribuição mais equitativa das oportunidades econômicas e sociaisâ€, aponta o Relatório.
“A ênfase comum destas iniciativas sociais tem sido a promoção da equidade e da integração social, aspectos menos valorizados nos modelos de desenvolvimento do passado, mas que provam ser elementos essenciais de qualquer percurso sustentável rumo ao progresso humanoâ€, diz o estudo. A promoção de emprego, o expressivo aumento dos investimentos em educação, a universalização dos serviços de saúde e o estÃmulo à s capacidades industriais são outros exemplos de polÃticas inovadoras do Brasil citadas no Relatório e que colocam o paÃs entre o que os autores chamam de novos modelos de desenvolvimento.
Ãndice de Desenvolvimento Humano (IDH)
O IDH do Brasil para 2012 é de 0,730, mantendo o paÃs no grupo dos paÃses de Desenvolvimento Humano Alto. Sua posição em relação aos 187 paÃses e territórios classificados é a 85ª, mesma posição que em 2011.
O IDH do Brasil continua bem à frente de outros emergentes como China (101ª), Ãfrica do Sul (121ª) e e Ãndia (136ª).
O Relatório aponta que o paÃs cresceu expressivamente no IDH, num  ritmo mais rápido e com mais qualidade do que muitos dos vizinhos latinoamericanos, por equilibrar crescimento nas três dimensões do desenvolvimento humano.
Entre 1990 e 2012, o IDH saiu de 0,590 para 0,730, um aumento de 24%. Essa taxa de crescimento do IDH brasileiro no perÃodo é maior que a de Chile (40ª posição), Argentina (45ª) e México (61ª), por exemplo.
Passivos Históricos
Em 1990, Argentina e Chile tinham o dobro da média de anos de estudo da população adulta do Brasil. Um adulto brasileiro tinha, em média, menos de 4 anos de estudos, enquanto um adulto argentino já alcançava 8 anos. O mesmo exemplo vale para a saúde. Em 1990, o Chile já tinha a expectativa de vida que o Brasil registra hoje.
Incrementos nessas variáveis demandam polÃticas estruturais de longo prazo, ou seja, o Relatório aponta que o paÃs está no caminho certo, mas que o percurso ainda é longo para que isso chegue a surtir efeito no valor do IDH.
Quanto mais alto o IDH de um paÃs, mais difÃcil é o esforço complementar para subir seus valores e impactar no ranking. Além disso, todos os paÃses listados no relatório estão em tendência crescente do IDH.
O IDH 2012 mostra que o Brasil apresenta progresso em dois componentes do Ãndice: expectativa de vida e renda nacional bruta per capita. Em função da abordagem metodológica do RDH de usar dados de fontes internacionais, o Brasil aparece  com dados de 2005 para anos esperados de escolaridade e dados de 2010 para média de anos de estudo.
Indicadores complementares
A partir da compreensão de que o IDH não capta todas as dimensões que constituem o desenvolvimento humano, a equipe do Relatório vem trabalhando na criação de novos Ãndices. De modo experimental, alguns deles vêm sendo apresentados no RDH desde 2010: o IPM (Ãndice de Pobreza Multimensional), o IDAH (IDH Ajustado à Desigualdade) e o IDG (Ãndice de Desigualdade de Gênero).
O primeiro busca captar as privações humanas nas dimensões não-renda, bem como a intensidade da pobreza dentro dos paÃses e ao redor do mundo. O segundo busca descontar do IDH o valor que corresponde à s perdas que o paÃs sofreria em razão das suas desigualdades sócio-econômicas. E o terceiro fala sobre a desigualdade de gênero.
O Relatório aponta para uma perda de 27,2% do IDH quando ajustado à desigualdade em 2012. Para o IPM, os dados mais recentes para o Brasil são referentes a 2006. Naquela época, no Brasil, 2,7% da população vivia em situação de pobreza multidimensional enquanto 7% eram vulneráveis a múltiplas privações. O Brasil tem um valor de 0,447 no IDG.
Download do Relatório:
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SOBRE O IDH: O Ãndice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi introduzido no primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano em 1990 como uma medida composta sintética de desenvolvimento que desafiava as avaliações puramente econômicas do progresso nacional. O IDH no RDH 2013 abrange 187 paÃses e territórios. Limitações com a obtenção de dados  impediram estimativas do IDH para oito paÃses: Ilhas Marshall, Mônaco, Nauru, Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia), San Marino, Somália, Sudão do Sul e Tuvalu. Os valores e rankings do IDH  são apresentados na Tabela 1 do Anexo EstatÃstico do Relatório e são calculados utilizando os dados internacionais comparáveis mais recentes para a saúde, educação e renda. Os valores e rankings passados do IDH são recalculados retroativamente usando as mesmas atualizações e metodologias atuais, como apresentado na Tabela 2 do Anexo EstatÃstico.
Os rankings e valores do IDH no Relatório de Desenvolvimento Humano 2013 não podem, portanto, ser comparados diretamente aos rankings e valores do IDH publicados em Relatórios de Desenvolvimento Humano anteriores.
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SOBRE ESTE RELATÓRIO: O Relatório de Desenvolvimento Humano é uma publicação editorialmente independente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Para downloads gratuitos do Relatório de Desenvolvimento Humano 2013, em 10 lÃnguas, além de materiais de referência adicionais sobre os seus Ãndices e implicações regionais especÃficas, visite: http://hdr.undp.org.