O pastor cristão Youssef Nadarkhani (34), condenado à morte no Irã na semana passada (23 fev 12) por deixar o Islã e converter-se ao Cristianismo foi confirmado vivo, ontem cedo, de acordo com fontes próximas aos seus advogados.
O governo do Irã voltou atrás no fim de semana, informando que a ordem de execução tinha sido anunciada para Youcef Nadarkhani, mas que não era por apostasia, mas por estupro e “outros crimes”, segundo a TV estatal iraniana.
Os advogados de Nadarkhani acreditam que o governo tenha atenuado sua retórica em resposta ao protesto internacional.Â
A ordem de execução, no entanto, permanece em vigor, eles disseram.
Os defensores temem que Nadarkhani (34) pai de dois filhos que foi preso há mais de dois anos sob a acusação de apostasia, possa ser executado a qualquer momento. As sentenças de morte no Irã podem ser feitas sem aviso prévio ou arrastadas por anos .
Outros temem que Nadarkhani possa ser usado em amplas negociações polÃticas, haja visto que o Irã sofre sanções e pressão internacional em resposta à sua agenda nuclear. O número de execuções, no entanto, aumentou significativamente no último mês.
“Se um ser humano tornar-se moeda de troca para o aiatolá, não será uma situação que levará a nada de positivo”, disse Jordan Sekulow, diretor executivo do Centro Americano para Lei e Justiça (ACLJ), um grupo de defesa dos direitos humanos que tem conduzido campanhas internacionais para a libertação de Nadarkhani.
“Quando se trata de um caso de “alto perfil”, é comum testar a reação da comunidade internacional a essas histórias observando como eles mudam as prioridades na geopolÃtica.”
O Judiciário do Irã, temendo que sua decisão final tenha implicações de grande alcance polÃtico, ficou preso numa armadilha ao sentenciar a execução de Nadarkhani.
Se o tribunal liberar o pastor, a decisão desrespeitará os princÃpios da Sharia, ou lei islâmica, que exigem que um apóstata seja condenado à morte. Se executar o pastor, por outro lado, enfrentará crescentes crÃticas da comunidade internacional.
Dezenas de grupos de direitos humanos, juntamente com a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton , 89 membros do Congresso e lÃderes da União Europeia, França , Grã-Bretanha , México e Alemanha condenaram o Irã por prender Nadarkhani e pediram a sua rápida libertação.
Na semana passada, o Departamento de Estado e a Casa Branca emitiram declarações condenando o veredicto da execução.
O Congresso dos EUA tem agendada uma votação tão para a próxima quarta-feira (29 fev 12) condenando o governo iraniano e apelando por sua libertação.
Nadarkhani tornou pública sua fé cristã quando tinha 19 anos. Foi identificado pelo radar do regime islâmico em 2006 ao solicitar o registro oficial de sua igreja. Ele foi preso e logo liberado, segundo fontes.
Em 2009, dirigiu-se à s autoridades locais para queixar-se da doutrinação islâmica que seus filhos estavam tendo na escola. Argumentou que as crianças não deveriam ser forçadas a aprender sobre o Islã.Â
Posteriormente foi preso e considerado culpado de apostasia por um tribunal local em Gilan, uma provÃncia em Rasht, onde ele e sua famÃlia vivem.Â
Por três vezes o tribunal ofereceu a Nadarkhani a chance de se retratar e voltar ao islamismo, mas ele recusou.Â
As sentenças de morte para apóstatas na Lei Sharia são prescritos tanto por “fatwas”, ou decretos legais, e reforçados pelo Código Penal iraniano. Diz o Artigo 225 do Código Penal iraniano, “O castigo para um apóstata é morte”.
Enquanto todas as minorias religiosas no Irã, incluindo Baha’is, zoroastristas, judeus e cristãos, têm enfrentado várias formas de perseguição e marginalização polÃtica e social, o governo dirige seu mais duro castigo para aqueles que abandonaram o Islã.Â
Fonte: FoxNews, 27 fev 12
Leia o post original aqui.
Leia mais sobre o caso aqui (inclui vÃdeo do JN de 23 fev 12)