Arquivo da categoria: Africa

Al-Qaeda tenta nova tática na Somália: filantropia

Distribuição de comida em área afetada pela crise de fome levanta uma questão: que tipo de grupo é a Al-Qaeda atualmente?

[Jeffrey Gettleman,The New York Times, Último Segundo,  19 out 11] A Al-Qaeda não é conhecida por suas atividades filantrópicas, mas neste fim de semana o grupo terrorista parece ter se ramificado em um novo negócio na Somália: a distribuição de ajuda humanitária.

Em uma cena surreal, um homem com um lenço colocado sobre o rosto se posicionou no meio de um acampamento cheio de pessoas morrendo de fome e anunciou que ele tinha vindo para a Somália, em nome de Ayman al-Zawahri, líder da Al-Qaeda, e que o grupo estava ansioso para ajudar as vítimas da fome.

“Nossos queridos irmãos e irmãs na Somália, estamos acompanhando sua situação diariamente”, disse o homem, identificado como Abu Abdulla Almuhajir. Continue lendo

Na Etiópia, autistas sofrem por desconhecimento da condição e superstição

[Hewete Haileselassie, BBC Brasil, 11 out 11] Em 1995, a etíope Zemi Yunus não sabia o que era autismo, mas tinha consciência de que seu filho Jojo, então com quatro anos, era “diferente das outras crianças da idade dele”.

Foi então que seu marido assistiu a um programa de televisão sobre a condição. Na época, a família vivia nos Estados Unidos.

De repente, o casal se deu conta de que era possível que Jojo fosse autista. Certamente, os sintomas descritos pareciam indicar isso.

Pouco tempo antes de retornar à Etiópia, Zemi começou a pesquisar o assunto com mais profundidade.

Zemi disse que, assim como muitos pais de crianças autistas, ela se preocupava com a demora do filho em começar a falar.

‘Mimado’

Vários médicos haviam dito a ela que não se preocupasse porque, frequentemente, meninos começam a falar um pouco mais tarde.

No entanto, quanto mais pesquisava, mais Zemi reconhecia que o atraso na fala do filho, assim como suas ações repetitivas e dificuldades de comportamento eram claramente manifestações de autismo.

Infelizmente, o diagnóstico da condição, particularmente em países em desenvolvimento, é raro.

Ao retornar à capital da Etiópia, Addis Abeba, Zemi consultou psicólogos, médicos e outros profissionais durante vários anos. Nunca obteve uma confirmação de suas suspeitas.

Dona de seu próprio negócio, a mãe de Jojo teve dificuldade em encontrar uma escola para o filho. Muitos professores diziam que Jojo era “mimado”. Ele foi expulso de cinco escolas consecutivamente.

Uma instituição pediu pagamento triplo para aceitar Jojo. Continue lendo

Para ONU, 750 mil somalis correm risco de morte por causa da fome

Refugiados aguardam por alimentos na Somália, onde a ONU declarou sexta região em estado de fome

[Folha SP, 5 set 11] A crise alimentar na Somália se estendeu a Bay, a sexta região do sul do país na qual foi declarada estado de fome de um total de oito, e ameaça se expandir ainda mais nos próximos meses, informou nesta segunda-feira a ONU em comunicado divulgado em Nairobi.

Segundo o órgão, a saúde de 750 mil pessoas corre um risco iminente e pode levá-las à morte na Somália, onde cerca de 3,5 milhões de pessoas, aproximadamente metade da população do país, sofrem com a crise alimentar. Continue lendo

‘Igrejas da prosperidade’ crescem na Nigéria

[BBC Brasil, 31 ago 11] Em um país tão religioso, o local onde se reza é considerado cada vez mais importante. E um número crescente dos 70 milhões de cristãos nigerianos está seguindo os chamados “ensinamentos da prosperidade”.

Um dos pregadores desses ensinamentos é Chris Okotie, ex-estrela do mundo pop que se tornou pastor da igreja Casa de Deus. Ele defende que o crescimento espiritual pode se traduzir em prosperidade financeira.

Dono de uma fortuna pessoal estimada em US$ 10 milhões, o pastor diz que não há porque se envergonhar da riqueza.

“A prosperidade é uma parte integral do evangelho, assim como a cura e a salvação”, diz Okotie. Para ele, a pobreza não se inclui nos planos de Deus para o homem.

Mas o fato de alguns pastores figurarem nas listas das pessoas mais ricas da Nigéria tem despertado críticas.

Leo Igwe, do Movimento Humanista da Nigéria, acusa as igrejas de terem se convertido em negócios, atraindo pessoas pobres em situação de desespero.

Tais acusações, porém, não parecem abalar a devoção dos fiéis. Sendo ou não empreendimentos de negócios, as igrejas da prosperidade se tornaram um dos principais produtos de exportação da Nigéria.

Veja o vídeo da matéria (BBC)

Maior campo de refugiados do mundo faz 20 anos em crise humanitária

Construído em 1991 para abrigar 90 mil pessoas, Dadaab tem hoje 380 mil. G1 visitou campo no Quênia, atualmente em emergência por superlotação.

[G1, 12 ago 11] Há 20 anos, a rotina se repete: eles chegam sem nada além da roupa do corpo, exaustos das caminhadas de semanas, às vezes meses, famintos em busca de abrigo. Os portões de Dadaab, o maior campo de refugiados do mundo, no Quênia, nunca se fecham – e o complexo, projetado para abrigar 90 mil moradores, está lotado. Nos últimos meses, superlotado: a pior seca no Chifre da África em 60 anos está levando diariamente ao menos 800 pessoas a bater nas portas de Dadaab. O G1 esteve no campo entre os dias 1º e 3 de agosto e mostra numa série de reportagens a estrutura, o dia a dia e as dificuldades de quem vive de forma permanente numa casa temporária. Continue lendo

Refugiados somalis lotam capital após saída dos rebeldes

[Reuters, 8 ago 11] Milhares de refugiados somalis, fugindo da fome e de anos de violência, chegaram a Mogadício nesta segunda-feira em busca de comida depois da retirada dos rebeldes islâmicos da capital.

Os insurgentes do Al Shabab, supostamente afiliada da Al Qaeda, começaram a tirar seus combatentes de Mogadício no fim de semana, aumentando as esperanças de que grupos humanitários serão capazes de intensificar as entregas após anos de bloqueios impostos pelo grupo.

Moradores locais disseram que longas filas de refugiados se dirigiam para a cidade a fim de escapar da pior seca em décadas da região. Os suprimentos existentes já estavam diminuindo. Continue lendo

Metade das famílias no noroeste do Quênia come uma vez por dia

Mulheres e crianças da região de Turkana, no noroeste do Quênia, aguardam pela distribuição de comida- Simon Maina/France Presse

[Folha SP 8 ago 11] Cerca de metade das famílias vivendo na região de Turkana, no noroeste do Quênia, não consegue se alimentar mais de uma vez ao dia, segundo relatos do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), por causa da grave seca que assola a região do Chifre da África.

A situação dos quenianos na região fronteiriça com Uganda, Sudão do Sul e Etiópia fica pior devido à ameaça de ladrões sudaneses e etíopes que criam obstáculos à distribuição da ajuda alimentar, de acordo com a Cruz Vermelha local. Continue lendo

Deslocados internos pela fome na Somália ultrapassa 100 mil

[ONU Brasil, 26 jul 11] Mais de 100 mil deslocados internos chegaram à capital da Somália, Mogadíscio, nos últimos meses em busca de alimentos, água e abrigo. A informação foi dada nesta terça-feira (26/07) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

De acordo com a porta-voz da agência, Vivian Tan, o número de deslocados tem aumentado diariamente, com uma média de mil novas chegadas no mês de julho. Este aumento tem dificultado a entrega de alimentos, insuficiente para atender todas as demandas. Continue lendo

Seca, pobreza e ausência do Estado agravam a fome na Somália

ONU declara estado de fome em duas regiões do sul da Somália gravemente afetadas por aquela que pode ser a pior seca das últimas décadas no Chifre da África.

[DW, 20 jul 11] Nesta quarta-feira (20/07), as Nações Unidas declararam estado de fome em duas regiões do sul da Somália controladas pelos rebeldes islamitas shebab e atingidas pela grave seca, advertindo para a possibilidade de a situação se alastrar para todo o sul do país. As regiões são o sul de Bakool e Lower Shabelle.

A ONU estima que cerca de metade da população somali – que soma cerca de 3,7 milhões de pessoas, das quais 2,8 milhões vivem no sul – estão em situação de crise. Mais de 10 milhões de pessoas são atingidas na região do Chifre da África pela seca que, segundo as Nações Unidas, poderá ser a pior das últimas décadas. Continue lendo

Seca e fome atingem Somália

População busca abrigo no Quênia e na Etiópia

[Planetasustentável, 18 jul 11] Dezenas de milhares de pessoas estão fugindo da seca e da fome na Somália, em busca de alimentos e água em campos de refugiados no Quênia e na Etiópia, relata a ABC News. A crise surgiu por uma combinação letal de uma seca de dois anos, um enorme aumento mundial dos preços de alimentos e uma brutal guerra civil na Somália, onde grupos de ajuda têm dificuldade de operar. Os somalis estão andando até 60 quilômetros para chegar ao complexo de Dadaab, no leste do Quênia, o maior campo de refugiados do mundo. A trilha pode levar semanas, numa área desolada, a não ser pelas carcaças encontradas pelo caminho. Continue lendo

Partes da África sofrem pior seca dos últimos 60 anos, diz ONU

[BBC Brasil, 28 jun 11] A ONU afirmou nesta terça-feira que algumas partes da região conhecida como “chifre” da África, localizado no nordeste do continente, foram atingidas pela pior seca dos últimos 60 anos, com mais de 10 milhões de pessoas afetadas.

O Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários afirmou que a crise relativa à falta de alimentos na região, que inclui países como Somália, Etiópia, Quênia, Uganda e Djibuti, é a pior do mundo.

Além da seca, os conflitos na Somália têm forçado um número sem precedentes de somalis a fugir para o Quênia, segundo informações da ONG Save the Children.

A organização humanitária relata que, diariamente, cerca de 1,3 mil pessoas – sendo ao menos 800 delas crianças – têm chegado ao campo de refugiados queniano de Dadaab.

O número mensal de chegadas ao campo mais do que dobrou no período de um ano, afirma a Save the Children. Continue lendo

Líbia usa minas terrestres produzidas no Brasil, dizem entidades

Rebeldes dizem já ter encontrado e removido mais de 150 minas (Foto: Human Rights Watch)

[Rafael Spuldar, BBC Brasil, 23 jun 11] Minas terrestres de fabricação brasileira estão sendo utilizadas pelo governo da Líbia contra os insurgentes que combatem as forças do regime do coronel Muamar Khadafi, afirmaram entidades de defesa dos direitos humanos.

De acordo com a ONG Human Rights Watch e a Campanha Internacional pelo Banimento das Minas Terrestres (ICBL, sigla em inglês), os artefatos brasileiros localizados e fotagrafados na Líbia são minas antipessoais T-AB-1, que foram fabricadas até 1989 pela empresa brasileira Britanite Indústria Química (hoje chamada IBQ Indústrias Químicas).

As minas foram encontradas no início de junho nas montanhas de Khusha, cerca de 1,5 km ao norte da cidade de Zintan. Segundo a Human Rights Watch, os explosivos foram posicionados aparentemente para defender posições do governo no norte da Líbia. Continue lendo