Arquivo da categoria: Oriente Médio

Massacre faz mais de 200 mortos em Homs, afirma oposição síria

Tanques de guerra em Homs: vários prédios destruídos

Ataque mata mais de 200 em Homs, diz oposição. Veto de Rússia e China bloqueia resolução contra regime Assad no Conselho de Segurança da ONU. Tunísia expulsa embaixador da Síria como resposta à violência no país.

[DW, 4 fev 12] Mais de 200 pessoas foram mortas num ataque das forças de segurança sírias na cidade de Homs, segundo relatos de ativistas dos direitos humanos sírios e comitês de coordenação da oposição no exterior. As vítimas eram quase todas civis. Ativistas chegaram a falar em 260 mortos.

A ofensiva começou no distrito de Chaldijeh, há onze meses um dos principais focos do movimento de protesto contra o presidente Bashar al Assad. Nos ataques, iniciados na noite de sexta-feira, as tropas do governo usaram metralhadoras e tanques de guerra.

“Os bombardeios pararam hoje de manhã, e os moradores saíram de suas casas para procurar mortos e feridos no meio dos escombros”, afirmou neste sábado (04/02) o ativista Hadi Abdullah, do Comitê Geral da Revolução Síria, em entrevista por telefone à agência AFP a partir de Homs. Segundo ele, muitos edifícios ficaram totalmente destruídos e os hospitais não têm meios suficientes para tratar o grande número de feridos. Continue lendo

Preconceito social faz famílias afegãs criarem meninas como meninos

Garota Mehrnoush (dir.) vive uma vida diferente de suas irmãs

“Mesmo que você tenha uma boa posição no Afeganistão e está bem de vida, as pessoas veem você de forma diferente (se não tiver um filho homem). Elas dizem que a sua vida só é completa se você tem um filho”, diz Azita.

[Tahir Qadiry, BBC Brasil, 19 jan 2012] Quando Azita Rafhat, uma ex-parlamentar afegã, prepara as suas filhas para a escola de manhã, ela veste uma delas de forma diferente. Três meninas usam roupas brancas e cobrem seus rostos com véus. Mas Mehrnoush, a quarta menina, veste terno e gravata. Na rua, Mehrnoush não é mais uma menina, e sim um rapaz chamado Mehran.

Azita Rafhat não teve filhos homens, e para evitar as provocações que famílias assim sofrem no Afeganistão, ela tomou a decisão radical de mudar a criação de Mehrnoush. Continue lendo

Imolações aumentam na Tunísia 1 ano após revolução

Um ano depois da queda do presidente Zine al-Abdine Ben Ali, o número de jovens tunisianos que ateiam fogo ao próprio corpo aumentou cinco vezes em todo o país.

[BBC Brasil, 13 jan 12] Muitos deles admitem que estão tentando imitar Mohamed Bouazizi, o jovem que se auto-imolou em dezembro de 2010. Sua morte desencadeou a onda de protestos e choques entre manifestantes e a polícia que acabou levando à renúncia de Ben Ali, em 14 de janeiro de 2011.

Estes protestos influenciaram a Primavera Árabe, uma onda de manifestações contra governos em vários países do norte da África e Oriente Médio. Continue lendo

Arqueólogos descobrem antigo carimbo em Jerusalém

[Folha SP/Reuters, 26 dez 11] Arqueólogos israelenses disseram neste domingo ter descoberto um carimbo de argila de 2.000 anos, perto do Muro Ocidental, também conhecido como Muro das Lamentações, de Jerusalém, confirmando relatos escritos de rituais que eram realizados no templo sagrado judaico.

Mas o objeto do tamanho de um botão tem as palavras inscritas em aramaico “puro para Deus”, indicando que era usado para certificar alimentos e animais usados para cerimônias de sacrifício.

O Muro Ocidental faz parte de um complexo conhecido pelos judeus como o Monte do Templo e pelos muçulmanos como o Nobre Santuário, onde a mesquita islâmica al-Awsa e o Domo da Rocha estão localizados.

“Parece que o objeto era usado para marcar produtos ou objetos que eram trazidos para o Templo, e era imperativo que fossem puros segundo rituais”, disse a Autoridade de Antiguidades de Israel, em comunicado para divulgar a descoberta.

A entidade disse acreditar ser a primeira vez que tal selo foi escavado, oferecendo uma prova arqueológica direta de rituais que eram realizados no templo e que eram descritas em textos antigos.

Mundo árabe oculta epidemia de Aids, afirmam especialistas

[France Presse/Folha SP, 8 dez 11] Especialistas alertam para uma epidemia de Aids em crescimento no mundo árabe, dominado pelo estigma social, pela inércia do governo e por um acesso frequentemente limitado à educação.

“No Oriente Médio e no norte da África, a epidemia de HIV esteve em ascensão na última década”, afirmou Aleksandar Sasha Bodiroza, conselheiro de HIV e Aids do UNFPA (Fundo das Nações Unidas para a População).

“O número de pessoas que precisam de tratamento na região saltou de aproximadamente 45 mil em 2001 para quase 160 mil em 2010”, disse Bodiroza à agência de notícias AFP. Continue lendo

Por medo, cristãos ficam ao lado de ditador da Síria

[Bastian Berbner, Der Spiegel/Uol, 1 dez 11] A rebelião contra ele tinha começado há apenas poucos dias quando o ditador sírio Bashar Assad convocou os líderes cristãos de seu país ao palácio presidencial, no noroeste de Damasco. O patriarca ortodoxo sírio Ignatius foi. Ele tem 78 anos e está gravemente doente, mas ainda é uma figura poderosa. Bispos e arcebispos representando católicos, armênios, arameus e assírios também estavam presentes. Ao todo, havia uma dúzia de líderes religiosos representando cerca de 2,5 milhões de cristãos sírios.

A mensagem que receberam de seu chefe de Estado foi curta e simples: apoiem-me ou suas igrejas queimarão.

Ao que parece, Assad, um membro dos alauitas, uma seita do islamismo xiita, não queria presumir que os cristãos da síria continuariam afastados da política. Sentindo que não apenas sua autoridade, mas talvez sua própria sobrevivência estava em jogo, ele recorreu aos mesmos meios que seu pai, Hafez Assad, usava para manter o poder: pressão e violência.

A Liga Árabe suspendeu a Síria, isolando o país internacionalmente. Damasco perdeu o prazo da última sexta-feira para que Assad colocasse um fim ao derramamento de sangue e permitisse a entrada de uma comissão de observadores no país. A Liga permitiu uma breve prorrogação, mas no domingo impôs sanções econômicas duras contra o país. Na quarta-feira, a Turquia impôs suas próprias sanções econômicas contra a Síria. Continue lendo

Movimento israelense pede que religião seja apagada de registros civis

Centenas de judeus israelenses assinaram uma petição solicitando que as autoridades do país os registrem como “sem religião” e apaguem a qualificação deles como judeus nos registros civis.

[Guila Flint, BBC Brasil, 10 out 11] Os documentos, assinados na noite de domingo perante advogados em Tel Aviv, serão encaminhados ao Ministério do Interior.

Os signatários exigem a separação clara entre o Estado e a religião em Israel e consideram a religião irrelevante para os registros civis.

Um dos que assinaram, o jornalista Uri Avnery, de 88 anos, disse à BBC Brasil que a assinatura em massa do documento “é um passo importante para que finalmente a religião seja separada do Estado”.

“Israel está se transformando em um Estado teocrático no qual os ultraortodoxos controlam todos os aspectos da vida do cidadão”, afirmou Avnery.

“Sou um total ateu e não vejo razão alguma para que eu esteja registrado como pertencente à religião judaica e subordinado ao rabinato”, disse. Continue lendo

Este homem foi condenado à morte no Irã por ser cristão. Ele pode se salvar: basta renunciar a Cristo

[Reinaldo Azevedo, Veja, 28 set 11] Não há um só país de maioria cristã, e já há muitos anos, que persiga outras religiões. Ao contrário: elas são protegidas. Praticamente todos os casos de perseguição a minorias religiosas têm como protagonistas correntes do islamismo — ou governos mesmo. Não obstante, são políticos de países cristãos — e Barack Obama é o melhor mau exemplo disto — que vivem declarando, como se pedissem desculpas, que o Ocidente nada tem contra o Islã etc. e tal. Ora, é claro que não! Por isso os islâmicos estão em toda parte. Os cristãos, eles sim, são perseguidos — aliás, é hoje a religião mais perseguida da Terra, inclusive por certo laicismo que certamente considera Bento 16 uma figura menos aceitável do que, sei lá, o aiatolá Khamenei…

O pastor iraniano Yousef Nadarkhani foi preso em 2009, acusado de “apostasia” — renunciou ao islamismo—, e foi condenado à morte. Deram-lhe, segundo a aplicação da sharia, três chances de renunciar à sua fé, de renunciar a Jesus Cristo. Ele já se recusou a fazê-lo duas vezes — a segunda aconteceu hoje. Amanhã é sua última chance. Se insistir em se declarar cristão, a sentença de morte estará confirmada. Seria a primeira execução por apostasia no país desde 1990. Grupos cristãos mundo afora se mobilizam em favor de sua libertação. A chamada “grande imprensa”, a nossa inclusive, não dá a mínima. Um país islâmico eventualmente matar um cristão só por ele ser cristão não é notícia. Se a polícia pedir um documento a um islâmico num país ocidental, isso logo vira exemplo de “preconceito” e “perseguição religiosa”. Continue lendo

Bahrein condena médicos à prisão por prestarem socorro a manifestantes

[O Globo, 29 set 11] MANAMA, Bahrein – Um tribunal especial de segurança do Bahrein condenou a 15 anos de prisão 13 médicos e enfermeiros que prestaram socorro a manifestantes, sob acusação de crimes contra o governo. Os sete profissionais tiveram sentenças mais curtas. Em um caso em separado, a corte sentenciou um manifestante à morte por matar um policial durante a onda de protestos contra o governo do reino do Golfo no início do ano.

Os médicos trataram de pessoas feridas durante um protesto pedindo mais direitos. As acusações contra eles incluem posse de arma sem licença, apreensão de equipamentos médicos, incitação do ódio sectário, e recusa a tratar membros das forças de segurança.

Ativistas de direitos humanos foram surpreendidos pelas sentenças. Eles acreditavam que o regime liberaria os profissionais como um sinal de que o governo estava suavizando sua abordagem.

Todos os médicos trabalhavam no Complexo Médico Salmaniya, em Manama.

A agência de notícias oficial, BNA, disse que o manifestante condenado à morte, Ali al-Taweel Yusof, havia matado um policial na área xiita de Sitra, ao sul de Manama.

O tribunal, criado durante o governo de emergência, já havia condenado dois outros manifestantes à morte por matar um policial.

Na quarta-feira, a corte sentenciou a prisão perpétua oito ativistas por seu suposto papel nos protestos. Outros 13 manifestantes foram condenados a 15 anos de prisão.

Onda de estupros coletivos causa preocupação e polêmica no Irã

[Folha SP, 16 jun 11] Relatos recentes de estupros coletivos praticados por gangues no Irã estão causando preocupação entre as mulheres e levantando questionamentos sobre valores sociais no país, informa Mohammad Manzarpour, do serviço persa da BBC.

Em uma aldeia religiosa e conservadora perto da cidade de Isfahan, mulheres que participavam de uma festa privada foram sequestradas no ano passado e foram vítimas de estupros coletivos perpetrados por criminosos que as ameaçaram com facas.

Uma semana depois, uma estudante universitária foi atacada e violentada por desconhecidos em um campus fortemente protegido na cidade sagrada de Mashhad.

Em ambos os casos, autoridades acusaram as vítimas de não usarem véus ou hijabs e de comportamento “não islâmico”. Continue lendo

Afeganistão é o pior lugar do mundo para a mulher, diz estudo

Mulheres afegãs carregam água em baldes em meio a um cemitério de Cabul; capital tem infraestrutura precária / Syed Jan Sabawoon / Efe

[Folha SP, 15 jun 11] Uma pesquisa entre especialistas da Fundação Thomson Reuters, de Londres, classificou o Afeganistão como o lugar mais perigoso do mundo para as mulheres viverem. Entre os motivos estão os altos níveis de estupro, violência doméstica, mutilação genital e ataques com ácido.

Congo, Paquistão, Índia e Somália ficaram em segundo, terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente.

O estudo foi encomendado à TrustLaw, um serviço de notícias judiciais da Thomson Reuters e foi divulgado durante o lançamento da seção especializada em mulheres.

“Conflitos constantes, ataques aéreos da Otan e práticas da cultura local fazem do Afeganistão um lugar muito perigoso para as mulheres”, disse Clementina Cantoni, uma ativista humanitária baseada no Paquistão que trabalha para o departamento de ajuda internacional da Comissão Europeia.

O serviço de notícias entrevistou 213 especialistas em gênero de cinco continentes que utilizaram cinco fatores em suas análises: ameaças à saúde, violência sexual, violência não sexual, fatores culturais ou religiosos, falta de acesso a recursos e tráfico humano.

Mulher processa hotel por ser presa após denunciar estupro

[BBC Brasil, 30 mar 11] Uma mulher australiana que passou oito meses na prisão nos Emirados Árabes após ter ido a polícia sob queixas de sido estuprada e drogada está processando o hotel em que a suposta violação teria ocorrido.

Alciia Gali foi condenada a 12 meses de prisão após ter alegado ter sido violentada por três colegas de trabalho, quando bebia com colegas no bar do Le Meridien Al Aqah Beach Resort, nos Emirados Árabes, em junho de 2008.

Após ter relatado o crime à polícia, Alicia Gali acabou sendo presa por adultério e cumpriu uma pena de oito meses, depois de ter sido perdoada em março de 2009 e de ter regressado à Austrália.

A australiana acabou presa por ser ilegal manter relações sexuais fora do casamento nos Emirados Árabes e ela foi acusada e condenada de ter feito ”sexo consensual”. Estupro só é considerado crime no país se quatro homens muçulmanos testemunharem o ocorrido.

Advogados

”O ex-empregador de Alicia abandonou-a da forma mais terrível. Ela foi drogada e em seguida violentada por três ou quatro colegas. Quando a segurança do hotel foi informada do que aconteceu, eles não fizeram nada para ajudá-la. O gerente de recursos humanos do hotel não avisou para a sra. Gali quais seriam as consequências que ela sofreria ao relatar o crime. Para piorar ainda mais, ela foi presa por ter relatado esse crime hediondo.”, afirmou a advogada Melissa Payne, que representa a australiana. Continue lendo