Arquivo da categoria: Igreja

O Cristo Placebo e a Igreja de Farinha ~ por José Roberto Prado

Algum tempo atrás foi divulgada pela Assembléia Legislativa da Paraíba a lista com o resultado da consulta popular onde foram escolhidas as sete maravilhas do Estado. Após intensa mobilização de algumas cidades, se esforçando para destacar suas belezas naturais e arquitetônicas, aqui está o resultado:

– Lajedo do Pai Mateus, em Cabaceira;

– Igreja de São Francisco e Ponta do Seixas, em João Pessoa;

– Cristo Rei, em Itaporanga;

– Pedra do Ingá, em Ingá;

– Memorial do Frei Damião, em Guarabira; e

– Vale dos Dinossauros, em Sousa.

É de se notar a presença preponderante do fator religioso nestas escolhas. À exceção do Vale dos Dinos e da Ponta do Seixas, todos os outros estão de uma forma direta ou indireta relacionados à fé popular. Será que isto confirma a noção já antiga do coração devoto de nossa gente? Pode ser.

Quero lembrar também que mesmo num espectro maior, quando pessoas de outras nações foram chamadas no ano passado para escolher as sete “novas” maravilhas do mundo, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, foi escolhido. Interessante… O “Cristo” tanto foi escolhido como uma das Sete Novas Maravilhas do Mundo, como também aparece na nossa lista Paraibana.

Vale lembrar que não foi o Jesus Cristo histórico, filho de Deus Salvador, revelado nos Evangelhos, mas sim a estátua de cerca de 30 metros de altura, localizada no alto da Serra do Cantinho, construída entre 1985 e 2000 pelo arquiteto Alexandre Azevedo de Lacerda, na entrada da cidade de Itaporanga, que foi escolhida.

Tem muita gente escolhendo a Cristo hoje em dia… Mas, preciso dizer, não o Cristo vivo, que disse ser necessário que seus seguidores se arrependessem, carregassem sua própria cruz a fim de segui-lo. Quem está sendo seguido e escolhido é um “cristo-placebo”, não o verdadeiro!

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Compromisso Radical ~ por José Roberto Prado

Muitas vezes, estando à vontade em nossas casas ou igrejas aqui no Brasil, onde há tanta liberdade para expressarmos a fé em Cristo, nossa tendência natural é a de nos esquecermos dos nossos irmãos que estão longe, onde a vivência desta mesma fé assume contornos mais rudes, por vezes cruéis.

Passando por dificuldades que sequer imaginamos e chorando enquanto semeiam, eles plantam para que outros possam mais tarde colher!

Algum tempo atrás, por causa da sua fé em Jesus Cristo, mais um jovem pastor africano foi martirizado no Congo, África.

Sabendo da aproximação de seus algozes, escreveu uma carta, encontrada no meio de seus pertences pouco depois da sua morte. Continue lendo

“A Fome de poder de Roma, divide a Cristandade e Prejudica a Igreja”

Fonte: Folha Online

O teólogo suíço Hans Kung criticou, em um artigo publicado na Itália e na Inglaterra, a normativa assinada em 20 de outubro pelo papa Bento 16 para facilitar o acolhimento de fiéis anglicanos na Igreja Católica e disse que a medida é “uma tragédia”.

Em um texto escrito anteriormente, Kung, que lecionou ao mesmo tempo que Joseph Ratzinger, o futuro de Bento 16, em uma universidade alemã, já havia afirmado que o atual pontificado buscava “o retorno à Idade Média” Continue lendo

A Arena da Batalha Espiritual ~ por José Roberto Prado

Os estrategistas militares são unânimes ao afirmar que ignorar ou menosprezar o inimigo é caminhar para a derrota no campo de batalha.

Por outro lado, sobrevalorizar a força do adversário torna o lutador derrotado antes mesmo de iniciar o combate.

Ambos os perigos rondam a igreja em nossa geração.

A Palavra de Deus e o Espírito Santo nos orientam a não cairmos nestes erros. É na obediência à Palavra de Cristo e na dependência do Espírito Santo em oração que o discípulo encontra o poder para uma vida de vitória sobre as forças do mal.

A arena da batalha é sua própria mente e coração. Continue lendo

A Igreja e a Cidade ~ por José Roberto Prado

Vivemos num mundo cada vez mais dividido pela ideologia, religião e o mercado.

A sociedade brasileira fragmenta-se aceleradamente pela corrupção, desigualdade e violência.

Grande parte de nossas lideranças políticas, judiciárias e religiosas, de onde se esperaria vir esperança, reproduzem apenas sombras, morte e dor.

Tudo isso faz nascer uma sede crescente por respostas e propostas dignas de serem vividas e que sejam capazes de transformar não somente indivíduos, mas também sistemas e estruturas corrompidas pelo pecado.

O maior patrimônio de uma cidade é seu povo e cultura. Esta riqueza delineia sua identidade, tornando-a única no cenário nacional e também diante de Deus.

Deus ama cada pessoa, família, comunidade e cultura. É seu plano que o maior número possível de pessoas e comunidades compreenda seu amor e sejam transformadas por ele.

Nossas cidades são complexas, é verdade, mas não precisam ser injustas e violentas. Continue lendo

Meu Brasil, Tua Igreja ~ por José Roberto Prado

Segundo dados do IBGE, na década de noventa a igreja brasileira cresceu a um ritmo quatro vezes superior ao crescimento da população. Este crescimento numérico, ainda que exponencial, sozinho, não produz igrejas fortes (maduras), e por isso também não resulta “naturalmente” numa nação transformada pelo Evangelho.

Para tristeza daqueles que se deixam mover pela aparente força da multidão, ao olharmos abaixo da superfície veremos que boa parcela deste crescimento não é fruto de um processo sadio (o aprofundamento dos padrões bíblicos) e também não é experimentado por todas as linhas que compõe o que se chama de “igreja evangélica brasileira” hoje. Pelo contrário, existem muitas igrejas encolhendo.

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Igreja: lugar de encontro e restauração ~ por José Roberto Prado

Jesus subiu a um monte e chamou a si aqueles que ele quis, os quais vieram para junto dele. Escolheu doze, designando-os apóstolos, para que estivessem com ele, os enviasse a pregar…”. (Marcos 3.13-15)

Uma montanha de tijolos não é uma casa.

Várias partes de frango juntas na bandeja do supermercado não fazem uma galinha!

Assim também, várias pessoas reunidas num auditório, por maior e mais bonito que seja, não fazem uma igreja!

Para que um auditório se transforme em igreja existe um caminho a ser percorrido na trilha dos relacionamentos que vai da superficialidade, – caracterizado pelo “Oi, já te vi por aqui, mas não sei bem quem você é” – para a intimidade – “conheço você e você me conhece”, e da intimidade para a mutualidade – “conheço suas lutas e estou aqui com você pra o que der e vier”.

O alvo de Jesus para sua igreja é que seja uma comunidade caracterizada pelo amor mútuo [mutualidade = “uns aos outros” (Jo 15.12)], unidade (Jo 17.21) e missão (Jo 20.21).

Jesus não focou seu ministério nas multidões, nos eventos, nas grandes concentrações.

Pelo contrário, dedicou a maior parte de seu tempo a um pequeno grupo de discípulos, compartilhando seu coração, sua visão, seu amor, enfim, levando-os à maturidade a fim de que, após sua morte e ressurreição, as multidões tivessem líderes íntegros e compassivos que pudessem seguir. Continue lendo

Isabella. Era uma vez uma ovelhinha…~ por José Roberto Prado

Já faz alguns anos que uma menina chamada Isabella, de 5 anos, foi morta ao ser estrangulada e jogada pela janela do apartamento no sexto andar de um prédio em São Paulo.

Todos nós acompanhamos diariamente pela mídia cada detalhe do caso. Mesmo passado tanto tempo, parece que ainda há lugar para conjecturas. Não pretendo aqui apontar os culpados. Quero, contudo, propor uma reflexão a partir desta tragédia.

Alguns temas levantam-se imediatamente: a insegurança urbana; a sede de justiça dos seres humanos; a perplexidade diante da tragédia e, ao confirmar-se a pior hipótese, a violência doméstica – talvez a mais cruel das violências – pois que praticada covardemente dentro de quatro paredes, onde a ferida física e emocional tem como agente o mais próximo, em quem mais se confia e que deveria proteger.

A reboque deste tema surge o personagem do “pai-marido violento”, repreendido severamente pelo Senhor em Malaquias 2.16: “Eu odeio o homem que se cobre de violência…”. Continue lendo

Começar de Novo: Um convite à Reflexão sobre a Missão Transcultural Brasileira ~ por José Roberto Prado

Já reparou quantas vezes Deus teve que recomeçar? Logo no jardim, depois com Noé, Abraão, Moisés… A cada nova geração Deus reafirma seu propósito de seguir adiante. Faz isto assegurando novas oportunidades a antigos parceiros, ou conferindo a novos parceiros a oportunidade de compartilharem de seus sonhos. Deus é otimista. Sonhador. Persistente.

A encarnação de Jesus e todo projeto de igreja é um recomeço. O perdão Nele nos garante que recomeçar é possível. Ele estabeleceu o padrão e nos encoraja a fazer o mesmo, seja nos relacionamentos, seja conosco mesmos, seja com a missão que compartilhamos. Ser filho de Deus, parecido com Cristo, é estar aberto a recomeçar.
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