Arquivo da categoria: Saúde

Expectativa de vida de negros é 6 anos menor que de brancos

[Folha SP, 19 abr 11] A esperança de vida da população negra segue inferior à da população branca, segundo o Relatório Anual das Desigualdades Sociais, lançado nesta terça-feira no Rio.

Negros são mais atingidos por abandono e repetência escolar
Homicídios ficam estáveis no país, mas crescem entre negros

Entre a população preta e parda, a expectativa de vida, em 2008, era de 67,03 anos. Entre a parcela de cor branca, a perspectiva era de 73,13 anos.

Na média de toda a população brasileira, a esperança de vida era de 70,94 anos.

Entre os homens pretos e pardos, o indicador não passou de 66,74 anos. No contingente masculino da população branca, a expectativa alcançou 72,39 anos.

No estudo com as mulheres as mulheres, a esperança de vida entre pretas e pardas foi de 70,94 anos, abaixo dos 74,57 anos estimados para a parcela feminina da população branca.

O levantamento inédito foi feito pelo Nepo (Núcleo de Estudos de População) da Unicamp, e está incluído no relatório desenvolvido pela UFRJ.

Brasileiro fuma menos, mas bebe mais, diz Ministério da Saúde

[Folha SP, 18 abr 11] O tabagismo no Brasil continua em declínio, mas, por outro lado, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas tem crescido, principalmente entre mulheres.

De acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Ministério da Saúde, o percentual da população adulta que bebe álcool em excesso passou de 16,2% em 2006 para 18% em 2010.

Os homens são a maioria entre os que bebem em excesso –26,8% em 2010, contra 25,5% em 2006. Foi entre as mulheres, no entanto, que se deu o aumento mais expressivo: a taxa passou de 8,2 para 10,6% nos quatro anos.

O ministério considerou consumo excessivo de álcool cinco ou mais doses em uma mesma ocasião em um mês para os homens ou quatro ou mais doses para as mulheres.

A pesquisa foi feita em todas as capitais por meio de 54 mil entrevistas telefônicas. [Veja o link no final do artigo] Continue lendo

Mortes no trânsito crescem 24% em uma década, puxadas por acidentes com motos

[BBC Brasil, 13 abr 11] O aumento nos acidentes com motociclistas fez com que as mortes no trânsito brasileiro crescessem 23,9% entre 1998 e 2008, segundo o Mapa da Violência 2011: Acidentes de Trânsito, compilação divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Sangari.

Na década estudada, as mortes ocorridas em acidentes de motos cresceram 754%. As mortes de ciclistas também assustam: registraram um aumento de 308%.

Ao mesmo tempo, o número de óbitos envolvendo automóveis foi proporcionalmente menor que o aumento da frota.

“Se nada mudar, até 2015 teremos um massacre de motociclistas”, disse à BBC Brasil Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e autor do estudo.

Ele cita uma “reconfiguração” dos padrões de acidente desde a adoção do Código de Trânsito, em 2007.

Desde então, caíram em 15,6% as mortes de pedestres, e morrem menos pessoas por automóveis em circulação. Mas, no caso das motos, ocorreu o oposto: o risco de morte cresceu mais do que a própria frota, afetando principalmente a população entre 18 e 24 anos do sexo masculino.

“Se nada for feito, a tendência é que essas mortes continuem aumentando, em ritmo de 4% ao ano”, trazendo elevados custos sociais, financeiros e emocionais, diz Jacobo Waiselfisz. Continue lendo

Saúde Brasil 2009 ~ Ministério da Saúde divulga perfil da saúde do brasileiro

Estudo traça perfil da saúde do brasileiro

O Brasil reduziu a taxa de desnutrição infantil e atingiu meta estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo pesquisa inédita Saúde Brasil 2009, do Ministério da Saúde, entre 1989 e 2006 a proporção de crianças menores de cinco anos com baixo peso para idade caiu de 7,1% para 1,8%; e com baixa altura, de 19,6% para 6,8%. O perfil da mortalidade também vem mudando. A taxa de mortes de crianças menores de cinco anos, por exemplo, caiu 58% em 18 anos, além de queda de 56% nas mortes maternas por complicações na gravidez, parto e puerpério. O estudo também mostra queda de 17% nas mortes por doenças crônicas na população em geral. Entre a população de 20 a 29 anos, os homens morrem quatro vezes mais por agressões e acidentes do que as mulheres da mesma faixa etária. Em relação aos partos, o Brasil registra queda de 10% no total de nascimentos entre 2000 a 2008.

Clique aqui para baixar o arquivo com o resumo dos dados (PDF)

Publicado pelo Ministério da Saúde, 14 dez 2010

Partos por adolescentes têm queda de 21,5%, diz estudo

[Joao Fellet, BBC Brasil, 14 dez 2010]

Um estudo do Ministério da Saúde revela que o número de partos por mulheres brasileiras dos 15 aos 19 anos de idade caiu 21,5% entre 2000 e 2008.

A pesquisa, intitulada Saúde Brasil 2009 e publicada anualmente pela Secretaria de Vigilância em Saúde, indica que houve queda de cerca de 10% no total de nascimentos ocorridos no Brasil no período.

Os grupos etários de 15 a 19 anos e de 20 a 24 concentram 93% da queda. Ainda assim, um quinto do total de partos registrados em 2007 foi de mães com idades entre 15 e 19 anos.

As regiões Norte e Nordeste são as que tiveram o maior número de partos entre mulheres mais jovens.

O total de nascimentos do Brasil passou de 3,2 milhões em 2000 para 2,9 milhões em 2008. A redução no número de partos só não ocorreu no Norte do país, mas o fato pode ser atribuído à melhoria do sistema de registros de nascimentos na região, segundo o Ministério da Saúde.

O estudo revela ainda progressos nas áreas de desnutrição infantil: entre 1989 e 2006, a proporção de crianças menores de cinco anos com baixo peso para a idade caiu de 7,1% para 1,8% e, com baixa altura, de 19,6% para 6,8%.

Também houve queda (de 56%) nas mortes maternas por complicações na gravidez e no parto entre 1990 e 2007.

Segundo a pesquisa, o risco de mortes por causas externas entre os homens foi 5 vezes maior do que entre as mulheres.

As principais causas de morte violenta para os homens foram as agressões (40,6%) e acidentes de trânsito (26,9%). A maioria dos mortos do sexo masculino estava na faixa dos 20 aos 39 anos (50,4%) e era de cor parda (48,1%).

As causas externas (acidentes e violências) representaram 12% do total de mortes ocorridas no Brasil em 2008.

Pesquisa: 98% das cidades brasileiras têm problemas ligados ao crack

[Texto de Rafael M Moura, O Estado SP, 13 dez 2010] BRASÍLIA – O consumo de crack já se alastrou pelo País, aponta pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgada na manhã de hoje, em Brasília. Levantamento feito com 3.950 cidades mostra que 98% dos municípios pesquisados enfrentam problemas relacionados ao crack e a outras drogas.

Falta uma estratégia para o enfrentamento do uso do crack. Não há integração entre União, Estados e municípios”, alertou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Ziulkoski criticou o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, lançado pelo governo federal em maio deste ano.

“É um programa que não aconteceu, praticamente nenhum centavo chegou”.

Ao apresentar os números, ele disse que não avaliaria se a iniciativa teve intenções eleitoreiras. “Apenas estou trazendo números e realidades”.

A CNM observa ainda que, embora haja um grande esforço para a redução da mortalidade infantil, não há política de Estado de prevenção à mortalidade juvenil. A confederação também ressalta a importância de ações na região de fronteira para impedir a entrada de droga no País.

Números. O estudo da CNM constatou que, dos municípios pesquisados, apenas 14,78% afirmaram possuir Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que oferece atendimento à população e acompanhamento clínico de pessoas com transtornos mentais, entre eles usuários de drogas. Continue lendo

Suicídio. Tragédia silenciosa

[Texto de Neury José Botega, Folha SP, IHU, 6 dez 2010] Diariamente, 25 pessoas põem fim a suas vidas no Brasil. Foram 9.090 suicídios oficialmente registrados em 2008. Para cada óbito, no mínimo cinco ou seis pessoas próximas ao falecido foram profundamente afetadas. O impacto do suicídio na vida das pessoas e da nação é silenciado pela sociedade.

Nos meios de comunicação há orientação, discutível quando adotada em termos absolutos, de não se noticiar suicídio. Silencioso, ele resta à margem das tragédias nacionais. Mas é possível evitar uma parcela dessas mortes.

Numa escala mundial, nosso coeficiente de mortalidade por suicídio é relativamente baixo: 5,4 mortes em cada 100 mil habitantes, ao longo de um ano. Esse índice cresceu 30% nos últimos 25 anos.

O coeficiente é uma média nacional e esconde importantes contrastes. Em algumas cidades, os índices equiparam-se aos de países do Leste Europeu. Ademais, como somos um país populoso, atingimos o décimo lugar mundial em número total de suicídios, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No espectro do comportamento autoagressivo, o suicídio é a ponta de um iceberg. Estima-se que o número de tentativas supere o de mortes em pelo menos dez vezes. Um inquérito populacional elaborado pela OMS e levado a cabo por pesquisadores da Unicamp apurou que, em cada cem habitantes da cidade de Campinas, 17 já haviam pensado seriamente em pôr fim à vida e três efetivamente tentaram o suicídio.

A causa de um suicídio é invariavelmente mais complexa do que um acontecimento recente que salta à vista e que é tomado como explicação rápida para o ocorrido. Continue lendo

Justiça Federal autoriza a ortotanásia no país

[Folha SP, 6 dez 2010] A Justiça Federal decidiu na semana passada dar respaldo aos médicos que optarem por não tentar prolongar a vida de doentes terminais, sem chances de cura e cujas famílias concordem com a opção –a ortotanásia.

A proteção passou a existir porque a Justiça Federal no Distrito Federal reviu liminar dela própria, de 2007, que tornava nula resolução do Conselho Federal de Medicina, que permitia aos médicos praticar a ortotanásia.

A nova posição foi tomada após o Ministério Público Federal, autor do pedido da nulidade, também ter alterado sua opinião. A decisão foi revelada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, na edição de anteontem. Continue lendo

Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

[Publicado pelo IBGE, 26 nov 2010]

O número de domicílios brasileiros que se encontrava em algum grau de insegurança alimentar caiu de 34,9% para 30,2% entre 2004 e 2009. Isso significa que, no ano passado, 65,6 milhões de pessoas residentes em 17,7 milhões de domicílios apresentavam alguma restrição alimentar ou, pelo menos, alguma preocupação com a possibilidade de ocorrer restrição devido à falta de recursos para adquirir alimentos. Estes dados são revelados pelo levantamento suplementar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 sobre segurança alimentar, que registrou, ainda, que 69,8% dos 58,6 milhões domicílios particulares no Brasil estavam em situação de segurança alimentar. Eram 40,9 milhões de residências com 126,2 milhões de pessoas, o equivalente a 65,8% dos moradores em domicílios particulares do país.

A pesquisa constatou, ainda, que a insegurança de alimentos era mais aguda nas regiões Norte e Nordeste, atingindo, respectivamente, 40,3% e 46,1% dos domicílios. Além disso, segundo algumas variáveis socioeconômicas, a insegurança alimentar era maior em domicílios com rendimento mensal domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo por pessoa (55%), naqueles onde residiam menores de 18 anos (37,2%), entre os pretos e pardos (43,4%) e para aqueles com menos de 1 ano de estudo (20,2% – moderada ou grave).

Assim como a edição de 2004, o levantamento de 2009 foi realizado em convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Continue lendo

Estudo culpa ONGs por caos no Haiti

Organização americana diz que só 27% das doações recebidas por 20 grandes ONGs foram efetivamente aplicadas no país caribenho

[Texto de João Paulo Charleaux,  O Estado SP, 25 nov 2010]

A epidemia de cólera que já matou mais de 1.400 pessoas e deixou 20 mil infectados poderia ter sido evitada se as dezenas de ONGs instaladas no Haiti desde o terremoto de janeiro tivessem usado as doações recolhidas nos últimos dez meses, é o que diz um levantamento feito pela Disaster Accountability Project (DAP).

Até julho – seis meses após o terremoto de 7 graus na escala Richter que devastou o país, matou 300 mil pessoas e deixou mais de 1,5 milhão de desabrigados – apenas 27% do total de fundos arrecadados por 20 ONGs que atuam no Haiti havia sido usado para evitar surtos e epidemias. O resto, de acordo com a DAP, permanecia em bancos. Continue lendo

UE e ONGs na Europa debatem problema da mutilação genital feminina

Campanha pelo fim da mutilação genital feminina
A Comissão Europeia e várias ONGs estão conclamando os países-membros da UE a apoiar vítimas de mutilação genital que vivem no bloco e proteger adolescentes do risco desta prática que viola inúmeros direitos humanos.

Praticada na África, bem como em alguns países do Oriente Médio e em comunidades da Ásia e América Latina, a mutilação genital feminina (MGF) é um termo internacionalmente reconhecido para designar o costume de cortar a genitália das mulheres.

Adolescentes são submetidas a esse procedimento por diversas razões, explica Christine Loudes, diretora de uma campanha contra a prática coordenada pela Anistia Internacional.

“A MGF não é cometida por motivos terapêuticos, mas feita em nome da tradição, da estética e, às vezes, da religião”, diz ela. O procedimento envolve uma remoção parcial ou completa da genitália externa da mulher e é geralmente executado sob condições precárias de higiene e sem anestesia, em crianças e adolescentes de até 15 anos de idade. A MGF representa uma  violação severa dos direitos humanos.

“A prática constitui tortura e degrada a vítima. Trata-se de uma violação dos direitos da mulher à integridade física e também dos direitos da criança, para citar apenas alguns”, acrescenta Loudes.

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Mortos por epidemia de cólera ultrapassam 1.500 no Haiti

Mulher contamida por cólera espera atendimento em um hospital em Limbe, perto de Cap Haitien (Haiti) Foto: Emílio Morenatti/AP

O número de mortos pelo surto de cólera que atinge o Haiti chegou a 1.523, segundo novo balanço das autoridades do país. Detectada em outubro, a doença, de prevenção simples, continua se espalhando progressivamente pelo país mais pobre do hemisfério Ocidental.

[Folha SP, 25 nov 2010] Segundo o novo balanço, 66.593 pessoas foram atendidas em centros médicos com sintomas do cólera. Destas, 27.933 foram hospitalizadas.

O Departamento de Artibonite (norte), onde o surto começou, é o local mais atingido, com 723 mortos e 14 mil hospitalizados. Outras 140 pessoas morreram e cerca de 3.000 são hospitalizadas na capital Porto Príncipe, onde muitos ainda estão em acampamentos para desabrigados após o devastador terremoto de 12 de janeiro –que deixou mais de 250 mil mortos e 1,3 milhão de desabrigados. Continue lendo