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Maconha sintética começa a virar problema de saúde pública nos EUA

rendering of medicine pill

Número de complicações causadas pelo produto salta de 13 para 766 em um ano, diz especialista.

Uma mistura de ervas e produtos químicos apelidada de K2, que é vendida legalmente nos Estados Unidos como incenso mas que produz efeitos semelhantes aos da maconha quando fumada, está levando um número crescente de pessoas aos hospitais, informam médicos.

O aumento súbito no número de chamadas de emergência já levou dez Estados a banir o K2 e outras marcas dos chamados produtos de maconha.sintética. Médicos que trataram usuários de K2 também estão emitindo alertas.

“Minha primeira reação a um produto é, ‘cuidado, comprador'”, disse o diretor de toxicologia do Cardinal Glennon Children’s Medical Center, Anthony Scalzo. “Você não sabe exatamente o que há no produto, as doses relativas no produto, e não há garantia de qualidade”, explicou.

K2, definido pelo Centro de Venenos do Missouri como uma mistura de ervas e especiarias salpicada com uma substância psicoativa, é comparado à maconha porque o composto químico interage com o cérebro de forma semelhante à droga.

A despeito da advertência no rótulo contra a ingestão, fumar K2 tornou-se um modo popular de drogar-se e escapar da polícia. O produto é vendido pela internet e em lojas de conveniência por US$ 30 ou US$ 40 o pacote de 3 gramas.

Usuários, desde adolescentes a adultos na faixa dos 60 anos, queixam-se de sintomas como agitação, ansiedade, hipertensão, vômitos e, em alguns casos, paranoia severa e alucinações.

“Essas pessoas vão parar na emergência e estão extremamente agitadas”, disse Scalzo. “Elas sentem como se o coração fosse pular para fora do peito”.

Ele disse que complicações do uso de K2 eram consideradas raras um ano atrás, com 13 casos informados em todos os Estados Unidos. Mas neste ano o total já chega a 766.

Fonte: Estadão, 30 julho 2010

Curetagem após aborto é a cirurgia mais realizada no SUS, revela estudo

pregnant woman holding her belly and flower

Estudo foi feito por pesquisadores do Instituto do Coração com base em dados do Datasus de 1995 a 2007; especialistas avaliam que maioria dos procedimentos é decorrente de aborto provocado, pois os espontâneos, em geral, não exigem internação

A curetagem após aborto foi a cirurgia mais realizada no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 1995 e 2007, segundo levantamento do Instituto do Coração (InCor), da Universidade de São Paulo. Com base em dados do Ministério da Saúde, os pesquisadores analisaram mais de 32 milhões de procedimentos nesse período. Ficaram de fora cirurgias cardíacas, partos e pequenas intervenções que não exigem a internação do paciente.

“Procuramos analisar o perfil epidemiológico das cirurgias que tinham um porte médio ou grande e, portanto, potencial maior de complicações”, diz a médica Pai Ching Yu, autora da pesquisa. Ela explica que tanto partos como cirurgias cardíacas são habitualmente estudados separadamente por terem características muito peculiares.

Entre os 1.568 tipos de procedimentos avaliados, as curetagens ficaram na frente, com 3,1milhões de registros. Em seguida vieram as cirurgias para correção de hérnia (1,8 milhão), retirada de vesícula (1,2 milhão), plástica de vagina e períneo (1,1 milhão) e retirada do apêndice (923 mil).

“As informações disponíveis no Datasus não permitem diferenciar a curetagem resultante do aborto espontâneo da do provocado”, explica a autora do estudo. O objetivo da pesquisa era avaliar dados como taxa de mortalidade e custo dos procedimentos para o sistema de saúde (mais informações nesta página). Os dados foram publicados na revista Plos One.

Segundo estimativa do Ministério da Saúde, a maioria das curetagens realizadas é decorrente de aborto provocado. O médico Thomaz Gollop, coordenador do grupo de estudos sobre o aborto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, concorda. “A maior parte dos abortamentos espontâneos não exige internação. As complicações são quase absolutamente resultantes de abortos provocados”, diz . “Isso mostra que a lei vigente é completamente ineficaz. Além de não coibir, faz com que o SUS gaste uma fortuna com abortos mal-assistidos.”

Lei. Pela legislação brasileira, o aborto só é permitido nos casos de estupro ou quando a gravidez representa risco de vida para a mãe. Também é possível obter autorização judicial quando o feto possui anomalia incompatível com a vida, como anencefalia.

De acordo com a antropóloga Debora Diniz, da Universidade de Brasília, levantamentos anteriores mostraram que o número de curetagens no País é alto, mas nunca havia sido feito um estudo comparativo desse porte. “E esses dados se referem apenas às mulheres que vão parar no serviço público.”

Outro estudo recente também coordenado por Débora apontou que 15% das brasileiras já abortaram e 55% dessas mulheres precisaram ser internadas por complicações.

Para a diretora da Comissão de Cidadania e Reprodução, Margareth Arrilha, o dado levantado pelo estudo do InCor é importante porque surge em um contexto livre de contaminações ideológicas. “É difícil encontrar informações dessa natureza. E, quando surgem, são acusadas de estarem vinculadas às ideologias de seus autores.”

A presidente da Associação Nacional de Mulheres, Dóris Hipólito, afirma que a solução não é legalizar o aborto, mas criar políticas públicas para as mulheres que incluam planejamento familiar, profissionalização e inserção no mercado de trabalho. “Problema de saúde pública não se resolve matando, mas salvando as vidas da mãe e do bebê.”

Entre 2004 e 2009, o número de curetagens realizadas no SUS caiu de 241 mil para 183 mil por ano. Segundo Adson França, assessor especial do ministro José Gomes Temporão, isso é resultado das políticas de ampliação do acesso a contraceptivos.

Fonte: Estado SP, 14 jul 2010

Brasil é antepenúltimo em ranking de qualidade de morte

flowers in the snow

O Brasil ficou em antepenúltimo lugar em um ranking de qualidade de morte realizado pela consultoria Economist Intelligence Unit na Grã-Bretanha.

Entre os 40 países analisados na pesquisa, o Brasil ficou na 38ª posição. Os outros países que formam os Bric, Índia (40ª), China (37ª) e Rússia (35ª), também ficaram atrás no ranking.

A Grã-Bretanha ficou em primeiro lugar, seguida da Austrália e Nova Zelândia. Segundo o documento, A Grã-Bretanha “é líder global em termos de rede hospitalar e provisão de cuidados a pessoas no fim da vida”.

Outros países desenvolvidos, no entanto, tiveram desempenhos ruins no ranking, como Dinamarca (22ª), Itália (24ª) e Finlândia (28ª).

“Muita gente, mesmo em países que tem sistemas de saúde excelentes, sofrem com mortes de baixa qualidade, mesmo quando a morte vem naturalmente”, disse a pesquisa.

Em muitos casos, segundo a Economist Intelligence Unit, isso ocorre porque a qualidade e a disponibilidade do tratamento paliativo antes da morte são baixas, e há deficiências na coordenação entre diferentes órgãos e departamentos para políticas sobre como lidar com a morte.

A pesquisa analisou indicadores quantitativos – como taxas de expectativa de vida e de porcentagem do PIB gasta em saúde – e qualitativos – baseados na avaliação individual de cada país em quesitos como conscientização pública sobre serviços e tratamentos disponíveis a pessoas no fim de suas vidas e disponibilidade de remédios e de paliativos.

De acordo com a Aliança Mundial de Cuidado Paliativo, mais de 100 milhões de pacientes e familiares precisam de acesso a tratamentos paliativos anualmente, mas apenas 8% os recebem.

Soluções

A pesquisa, encomendada pela Fundação Lien, uma organização não-governamental de Cingapura, aponta sugestões práticas que podem melhorar a qualidade da morte, como melhorar a disponibilização de medicamentos analgésicos.

“O controle da dor é o ponto de partida de todo o tratamento paliativo e a disponibilidade de opiáceos (morfina e equivalentes) é fundamental para o cuidado no fim da vida”, diz o relatório.

“Mas, no mundo, estima-se que cinco bilhões de pessoas não tenham acesso a opiáceos, principalmente por causa de preocupações sobre uso ilícito de drogas e tráfico.”

A organização disse também que combater as percepções sobre a morte e os tabus culturais é crucial para melhorar o cuidado paliativo.

“Em sociedades ocidentais, procedimentos curativos são frequentemente priorizados em detrimento do cuidado paliativo. Nos Estados Unidos, discussões sobre os cuidados no fim da vida muitas vezes inflamam o sentimento religioso que considera a manutenção da vida como um objetivo supremo. A questão é complicada ainda mais pela percepção de que ‘cuidado hospitalar’ acaba sendo associado a ‘desistir de viver'”.

Segundo a pesquisa, no entanto, um aumento na disponibilidade de tratamento paliativo – principalmente realizado em casa ou pela comunidade – reduz gastos em saúde associados a internação em hospitais e tratamentos de emergência.

Fonte: BBC Brasil, 14 jul 2010

Brasileiros estão entre os mais estressados do globo

Os brasileiros lidam pior com o estresse do que outros povos. Por aqui, as taxas daquilo que é definido como estresse extremo são mais altas que na maioria do países.

Esse último nível de estresse, ou “burn out”, caracteriza-se por um esgotamento mental intenso, geralmente associado ao trabalho.

Na população economicamente ativa do Brasil, 30% já chegaram a esse estado causado por uma pressão excessiva, segundo dados da Isma – Brasil, associação internacional que pesquisa dados sobre estresse.

Nesse quesito, o Brasil está atrás apenas do Japão, onde 70% das pessoas já perderam o controle sobre o estresse.

As altas taxas desse país são explicadas pela rotina de trabalho e pela cultura: jornada mais longa e maior dificuldade para verbalizar e expressar opiniões e emoções.

“As normas sociais são muito rígidas naquele país. Escândalos profissionais terminam em demissão e até mesmo em suicídio da pessoa envolvida”, diz a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da Isma.

ESFORÇO E RECOMPENSA

Por aqui, a dificuldade de contrabalançar as tensões do dia a dia ocorre principalmente por causa da sobrecarga de tarefas e do medo de demissão, fatores de estresse apontados com mais frequência pelos entrevistados.

O favoritismo nos ambientes profissionais, em que se leva em conta mais a relação pessoal do que o mérito do trabalho gera um sentimento de injustiça que contribui para o aparecimento do “burn out”, segundo a psicóloga.

“No Brasil, em geral, não existe um equilíbrio entre esforço e recompensa. Você percebe isso quando o trabalhador vai para o exterior e é muito elogiado”, diz Rossi.

NA SAÚDE

Entre quem sofre de “burn out”, os índices de depressão, sentimento de incapacidade e exaustão são bem mais elevados do que no restante da população.

“Esses dados são assustadores. Vemos muitas pessoas cometendo tantos erros e com tanto descaso no trabalho, que isso pode mesmo ser sintoma de “burn out'”, diz a psicóloga Marilda Emmanuel Novaes Lipp, diretora do Centro Psicológico de Controle do Stress e professora da PUC- Campinas.

Ironicamente, o problema atinge profissionais altamente motivados, idealistas e que se dedicam excessivamente ao trabalho. Sentimentos de decepção podem desencadear o estresse exagerado.

“Reconheça o que é importante e não se imponha uma carga de trabalho acima do necessário”, aconselha Lipp.

1/3 TEM SAÚDE AFETADA PELO PROBLEMA

Um levantamento realizado em locais públicos de todo o Brasil mostrou que 35% dos avaliados apresentavam níveis de estresse que já traziam algum comprometimento à saúde. A pesquisa foi feita em 2009 pelo Centro Psicológico de Controle do Stress e avaliou aleatoriamente cerca de 3.000 pessoas.

Fonte: Folha SP, 14 jul 2010

Relatório da ONU vê ‘diversificação’ no mercado de drogas ilegais no mundo

cigarette, money, ash-trash, and drugs isolate...

A produção e o consumo das principais drogas tradicionais estão em queda ou controlados no mundo, mas há sinais do aumento do uso de novas substâncias sintéticas, principalmente em países em desenvolvimento, segundo um relatório publicado nesta quarta-feira pela Organização das Nações Unidas.

Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas da UNODC (agência da ONU para drogas e crime), o cultivo de coca, matéria prima para a cocaína, caiu entre 12% e 18% entre 2007 e 2009.

No mesmo período, segundo o relatório, o cultivo da papoula, matéria prima do ópio e da heroína, teria caído 23%. A agência espera uma queda ainda mais acentuada neste ano, por conta de uma praga que ataca as plantações no Afeganistão, o maior produtor mundial.

O relatório não traz dados específicos sobre cultivo de maconha, mas a agência da ONU observa uma redução no consumo da droga nos seus principais mercados – América do Norte e Europa.

Ainda assim, a maconha se mantém como a droga ilegal mais consumida no mundo. O relatório estima que entre 130 milhões e 190 milhões de pessoas consumiram a droga no último ano.

Anfetaminas

Segundo a UNODC, porém, o uso de estimulantes do grupo anfetamínico (ATS, na sigla em inglês) está em alta no mundo e deve ultrapassar em breve o número combinado de usuários de heroína e cocaína.

O relatório também menciona o aumento no abuso de drogas legais.

A agência da ONU observa que o combate ao tráfico e ao consumo de drogas sintéticas, produzidas em laboratórios, é mais difícil do que o combate às drogas tradicionais, produzidas à base de plantas.

Muitas vezes essas drogas sintéticas não são proibidas pelas leis dos países ou são produzidas a partir de substâncias legais. Além disso, muitos laboratórios estão localizados próximos aos consumidores, evitando longas rotas de tráfico internacional, como acontece com as drogas tradicionais.

“Essas novas drogas provocam um duplo problema. Primeiro, elas são desenvolvidas a uma velocidade muito maior do que as normas regulatórias e a aplicação da lei consegue acompanhar. Em segundo, o marketing é muito perspicaz, já que elas são produzidas para atender a preferências específicas em cada situação”, afirma o diretor-executivo da UNODC, o italiano Antonio Maria Costa.

Segundo o relatório, o número de laboratórios clandestinos de drogas sintéticas detectados cresceu 20% em 2008, incluindo países onde nunca antes haviam sido detectados laboratórios do tipo – o Brasil é citado como um desses países.

Para Costa, os dados mostram a dificuldade no combate às drogas. “Não resolveremos o problema das drogas no mundo se simplesmente empurrarmos o abuso de cocaína e heroína para outras substâncias que provocam dependência. E há um número ilimitado delas, produzidos em laboratórios mafiosos a custos baixos”, disse.

Novos mercados

O relatório da UNODC também destaca um aumento no consumo de drogas em geral em países antes livres do problema.

Entre os movimentos detectados estão o aumento no consumo de heroína no leste da África, o aumento do consumo de cocaína na América do Sul e no oeste da África e o aumento da produção e do consumo de drogas sintéticas no Oriente Médio e no Sudeste Asiático.

“Não resolveremos o problema mundial das drogas transferindo o consumo do mundo desenvolvido para o mundo em desenvolvimento”, advertiu Costa.

“Os países mais pobres não estão em uma posição de absorver as consequências do aumento do consumo de drogas. O mundo em desenvolvimento enfrenta uma crise iminente que poderia escravizar milhões na miséria da dependência de drogas”, afirma.

O documento adverte ainda para a influência desestabilizadora do tráfico de drogas sobre países de trânsito no tráfico de drogas, principalmente a cocaína.

Segundo a agência da ONU, o poder econômico e a violência relacionados ao tráfico pode ameaçar a segurança e a soberania dos países. O relatório cita a preocupação com o aumento da violência no México, na América Central e no oeste da África em particular.

Apesar de a coca ser cultivada apenas em três países – Colômbia, Peru e Bolívia -, o relatório identifica uma crescente diversificação nas rotas de tráfico da cocaína.

Segundo o relatório, 51% das drogas apreendidas em carregamentos marítimos com direção à Europa entre 2006 e 2008 tinham origem na Venezuela. O Brasil era a origem de 10% dos carregamentos. A Colômbia, maior produtor mundial de coca até o ano passado, foi identificada como a origem de apenas 5% da droga apreendida.

Fonte:  BBC, 23 jun 2010

Uma em cada 5 mulheres de 40 anos já fez aborto

Uma em cada cinco brasileiras de 40 anos (22%) já fez pelo menos um aborto, aponta o maior levantamento sobre o tema realizado no País. Quando consideradas mulheres de todas as idades, uma em cada sete (15%) já abortaram. Ao contrário do que se imagina, a prática não está restrita a adolescentes solteiras ou a mulheres mais velhas. Cerca de 60% das mais de 2 mil entrevistadas interromperam a gestação no centro do período reprodutivo – entre 18 e 29 anos.

“A maioria é de mulheres casadas, religiosas, com filhos e baixa escolaridade”, revela a antropóloga da Universidade de Brasília Debora Diniz, autora principal do estudo. “Elas já têm a experiência da maternidade e tanta convicção de que não podem ter outro filho no momento que, mesmo correndo o risco de serem presas, interrompem a gestação”, diz.

Medicamentos abortivos foram usados em metade dos casos pesquisados. É provável que para a outra metade das mulheres a interrupção da gravidez tenha ocorrido em condições precárias de saúde, aponta o estudo. “Cerca de 55% das mulheres precisou ser internada por causa de complicações. Se o aborto seguro fosse garantido, isso seria evitado”, defende Debora.

“Os dados reafirmam a opinião já consolidada no Ministério da Saúde de que aborto é uma questão de saúde pública”, diz Adson França, assessor especial do ministro José Gomes Temporão. “Mostra que estamos no caminho certo ao ampliar a oferta de métodos contraceptivos no Sistema Único de Saúde (SUS).”

Financiada pela Fundação Nacional de Saúde, a Pesquisa Nacional de Aborto entrevistou 2.002 mulheres entre 18 e 39 anos de todo o País. A técnica utilizada é semelhante a de pesquisas eleitorais e, como o anonimato é garantido, estima-se uma margem de erro de apenas 2%.

Fonte: Agência Estado, 22 maio 2010

Empresa que fabrica iPhone na China tem oitavo suicídio em 2010

Balinese cremation tower during a ceremony

Um empregado das fábricas chinesas do gigante tecnológico taiuanês Foxconn, fabricante do iPhone para a Apple (entre outros produtos), se matou nesta sexta-feira ao se jogar de um prédio da empresa, no oitavo suicídio de um funcionário da empresa em 2010, segundo a agência oficial “Xinhua”.

O suicida, chamado Nan Gang, de 21 anos, se matou às 4h50 locais (17h50 de quinta-feira em Brasília), se jogando pela janela de um dos edifícios da companhia em Shenzhen, principal centro da indústria tecnológica da China.

A Foxconn, que faz parte do conglomerado taiuanês Hon Hai, registrou dez tentativas de suicídio entre seus empregados este ano — dois deles fracassaram.

A onda de incidentes deste tipo levou os responsáveis da empresa a contratarem psicólogos e até monges budistas que realizaram cerimônias para afastar “maus espíritos”.

Também foi implantado um sistema de atendimento psicológico por telefone para os trabalhadores, que, segundo seus responsáveis, atendeu cerca de 30 chamadas de operários com depressão e pensamentos suicidas.

Todas as vítimas eram jovens de entre 18 e 23 anos, que começavam a trabalhar na empresa. A estranha onda de suicídios motivou um intenso debate entre especialistas, que se perguntam se as novas gerações de trabalhadores chineses estão preparadas para aguentar as mesmas condições de trabalho de seus antecessores, após terem passado a infância e a adolescência de forma mais tranquila.

Apesar de a Foxconn ser uma empresa de grande prestígio entre os chineses, as condições são semelhantes às de milhares de indústrias de todo o país, com longas cargas horárias, grandes exigências aos trabalhadores e poucas ofertas de lazer e relaxamento para os funcionários, que vivem em cinzentos dormitórios quase sem contato com amigos e longe da família.

No entanto, também há especialistas que afirmam que a taxa de suicídios na Foxconn não é tão alarmante devido ao tamanho da empresa (que tem 700 mil trabalhadores, dos quais 400 mil estão em Shenzhen), e o número estaria abaixo da média nacional (14 suicídios por cada 100 mil habitantes).

A Foxconn também fabrica os consoles PlayStation, Wii e XBOX (para Sony, Nintendo e Microsoft, respectivamente) e o leitor eletrônico Kindle para a Amazon.

Antes dos suicídios deste ano, um empregado da mesma empresa se matou em 2009 após perder um protótipo de um novo iPhone.

Fonte: Efe, Pequim

Para filósofos, criação de bactéria sintética é momento histórico

DNA strands on abstract background

A criação de uma bactéria sintética pelo americano Craig Venter e sua equipe é considerada um divisor de águas na biologia, segundo especialistas.

“Este é um momento histórico na biologia e na biotecnologia”, afirmou o filósofo Mark Bedau, do Reed College (Portland, EUA), em entrevista à revista “Science”.

“O trabalho de Venter o coloca numa posição próxima a Deus: a criação de vida que nunca poderia ter existido naturalmente”, disse Julian Savulescu, professor de ética da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

A equipe de Venter inseriu um genoma artificial dentro de uma bactéria sem genoma e conseguiu fazer com que essa bactéria passasse a obedecer os comandos do novo genoma.

O experimento custou cerca de US$ 40 milhões, necessitou do trabalho de 20 cientistas e levou mais de 10 anos para ser concluído.

Segundo Venter, a possibilidade de inserir genomas artificiais em bactérias é o início de uma nova era. Venter cita a possibilidade de bactérias sob medida produzirem biocombustíveis, absorverem gás carbônico da atmosfera e até manufaturarem vacinas.

A equipe agora pretende usar organismos sintéticos para descobrir qual o número mínimo de genes necessários para sustentar vida. Isso permitiria criar novos organismos, simplesmente adicionando genes a esse genoma mínimo.

Críticos, incluindo grupos religiosos, condenaram o trabalho. Eles temem que organismos artificiais possam escapar dos laboratórios e causar danos imprevisíveis ao meio ambiente.

Venter já era figura polêmica nos anos 1990 quando entrou com pedidos de patente para 300 genes sequenciados.

Fonte: Folha Online, 20 maio 2010

Pesquisas revelam comportamento alcoólico de europeus

Estudo aponta que irlandeses, romenos, alemães e austríacos são os que mais consomem bebidas alcoólicas na União Europeia. Outra pesquisa revela ligação próxima entre consumo de álcool e violência.

Uma pesquisa divulgada pelo Eurostat, o departamento de estatísticas da União Europeia, nesta quarta-feira (21/04) em Luxemburgo, constatou que os alemães dividem o terceiro lugar com os austríacos no ranking dos que mais bebem álcool na UE.

Segundo a pesquisa realizada entre 27 mil cidadãos de toda a UE, 36% dos alemães entrevistados admitiram consumir, pelo menos uma vez por semana, cinco ou mais copos de bebida alcoólica.

Diferenças etárias

Eles só perdem para os irlandeses (44%) e romenos (39%). Em quarto lugar está o Reino Unido (34%). Na União Europeia, a média geral é de 29%, chegando, no entanto, a 33% entre os jovens de 15 a 24 anos, revelou a pesquisa. Entre os maiores de 55 anos, a tendência dominante é tomar um pouco de álcool todos os dias. O estudo não considerou o tipo e o tamanho das bebidas consumidas.

A pesquisa foi realizada em outubro de 2009 pelo TNS Opinion, centro especializado na investigação da opinião pública internacional. O centro entrevistou cerca de mil cidadãos de cada um dos 27 países-membros da União Europeia.

Entre os entrevistados alemães, a pesquisa apontou que a grande maioria defende a proibição da propaganda de bebidas alcoólicas, que se direcionam, em primeira linha, ao público jovem.

Anuário da dependência

Outro estudo, divulgado no começo de abril em Berlim pelo DHS, centro alemão de questões relativas à dependência, mostrou que o consumo de álcool na Alemanha está “estável, mas elevado”. A pesquisa foi baseada em estatísticas de 2008.

Segundo o DHS, os alemães bebem uma média de 10 litros de puro álcool, anualmente, o que equivaleria a 610 latas de cerveja. Além disso, um número crescente de alemães, principalmente jovens e idosos, bebe até ficar inconsciente.

Em 2008, disse o DHS, 109 mil alemães foram levados ao hospital devido embriaguez extrema. Esse número é o dobro de 2000, informou o centro em seu anuário “Dependência 2010”.

Situações de violência

O DHS salientou ainda existir uma forte ligação entre o consumo de álcool e a violência. “Três em cada dez crimes violentos – como assalto e agressão corporal, homicídio e estupro – ocorrem sob influência de álcool”, disse Christina Rummel, gestora de projeto no centro.

Rummel disse também que mulheres raramente se tornam agressivas devido ao consumo alcoólico. Pelo contrário: elas bebem para poder lidar com situações de violência.

Fonte: DW, 23 abr 2010

Autor: Carlos Albuquerque / Louise Schaefer
Revisão: Augusto Valente

Brasil tem mais de 24 milhões de fumantes habituais, aponta PNAD

O Brasil somava 24,6 milhões de fumantes correntes (habituais) com 15 anos ou mais de idade em 2008, ou o equivalente a 17,2% da população com de 15 anos ou mais de idade (143,0 milhões) naquele ano, segundo mostra o suplemento de Saúde da PNAD 2008, divulgado nesta quarta-feira, 31.

Além disso, no total da população nessa faixa etária, 15,1% eram fumantes diários e 2,1% eram fumantes ocasionais (só fumam tomando um chope, por exemplo), enquanto 82,5% (117,9 milhões) da população eram não fumantes e 0,3% (464 mil) não declararam.

Segundo a pesquisa, dos 82,5% de não fumantes, 13,3% (19 milhões) eram ex-fumantes diários e 69,0% nunca foram fumantes diários, enquanto 65,8% nunca fumaram. A região Sul tinha o maior porcentual de fumantes correntes (19,3%).

O levantamento mostra que a incidência do tabagismo entre os homens era maior, sendo que 21,5% deles eram fumantes correntes, contra 13,2% das mulheres. Quanto ao tipo de produto de tabaco, 17,2% fumavam qualquer produto de tabaco fumado, 14,7% cigarro industrializado, 4,4% cigarro de palha ou enrolado à mão e 0,7% outros produtos de tabaco. O Nordeste tinha o maior porcentual dos que fumavam cigarro de palha ou enrolado à mão (7,0%).

Da Agência Estado

Por Jacqueline Farid, em 31 mar 2010