Arquivo da categoria: Cibercultura

Líder da Igreja Ortodoxa russa diz que redes sociais manipulam as pessoas

Manifestante é detido durante protesto na Rússia. FOTO: Denis Sinyakov/Reuters

Líder da Igreja Ortodoxa russa diz que as redes sociais, onde os protestos são organizados, tornam as pessoas ‘vulneráveis a manipulações’.

[Thomas Grove, Reuters/Estadão, 25 dez 11] O líder da Igreja Ortodoxa russa alertou os cidadãos do país nessa sexta-feira, 23, contra a confiança em sites de redes sociais, que vêm sendo usados na organização de protestos em oposição ao governo, dizendo que eles tornam as pessoas “vulneráveis a manipulações”.

Cerca de 40 mil pessoas se inscreveram via internet para participar de um protesto no centro de Moscou, no próximo sábado, contra uma contestada eleição legislativa que, no começo do mês, deu ao partido governante de Vladimir Putin uma pequena maioria.

“A ingênua confiança de uma pessoa moderna na informação disponível em redes sociais, acompanhada pela desorientação moral e pelas perda de valores (morais) básicos tornam nossos jovens vulneráveis à manipulação”, teria dito o patriarca Kirill, de acordo com a agência de notícias Interfax. Continue lendo

Estudo sobre o uso da internet revela duas Europas

Relatório afirma que um em cada quatro cidadãos da União Europeia nunca esteve online e que a internet é mais usada nos países ricos do norte do que nas regiões sul e leste.

[DW, 21 dez 11] Um recente relatório da União Europeia (UE) constatou que 24% dos habitantes do bloco – mais de 100 milhões de pessoas – nunca esteve online.

O estudo, realizado pelo Eurostat, organismo estatístico da UE, entrevistou pessoas entre 16 e 74 anos e residentes no bloco de 27 países sobre o uso que elas fazem da internet.

“Para muitas pessoas, hoje parece difícil viver sem a internet”, afirmou o Eurostat em comunicado. “No entanto, uma parte da população da UE – embora decrescente, mas que não pode ser ignorada – nunca a utilizou.”

Os homens são mais propensos a usar a internet de forma regular, de acordo com a pesquisa. Três quartos (75%) dos europeus do sexo masculino afirmaram se conectar à rede de computadores uma vez por semana, comparados a 65% das mulheres. Continue lendo

Ravasi, o cibercardeal: ”Assim levamos a fé à rede”

Ravasi, ministro da Cultura do Vaticano, usa redes sociais, abriu um blog, fala com o administrador do Google e explica por que a Igreja deve ir para rede.

[Marco Ansaldo, La Repubblica, 14 dez 11/IHU 16 dez 11, tradução Moisés Sbardelotto] “O homem é o único animal capaz de corar. Mas também é o único que precisa disso (Mark Twain)”. “Cair não é perigoso, nem é desonroso. Mas não se levantar é as duas coisas (Konrad Adenauer)”. O comentário de um dos seus 4.419 seguidores: “Se todos seguissem @CardRavasi ninguém pediria que a Igreja pagasse o ICI [imposto municipal sobre os imóveis]”. Uma piada, obviamente, mas que dá conta da popularidade de um cardeal agora ativo também no Twitter.

Um cardeal que estreou na rede com um blog pessoal, que colabora com jornais “seculares” online, que vai à TV, que escreve todos os dias a coluna Mattinale do jornal dos bispos Avvenire, que participa em conferências que vão desde a mídia à música contemporânea, que organiza encontros inéditos noVaticano para blogueiros jovens. Ele defende que a Igreja está para trás, e que chegou a hora da Internet. Ele também viaja o mundo com a sua iniciativa do”Átrio dos Gentios”, que se abriu aos seculares e até mesmo aos ateus. Continue lendo

O Facebook está contra a alegria ~ Evgeny Morozov

Uma das ideias mais influentes e perigosas, e menos consideradas, a surgir neste final de ano no Vale do Silício é a de “compartilhamento sem fricção”. Articulada por Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook, em setembro, a ideia pode reformular a cultura da internet tal como a conhecemos -e não para melhor.

[Folha SP, 28 nov 11] O princípio que embasa o “compartilhamento sem fricção” é enganosamente simples e atraente: em lugar de perguntar aos usuários se eles desejam compartilhar com os amigos seus produtos favoritos -os filmes a que assistem online, a música que ouvem, os livros e artigos que leem-, por que não registrar automaticamente todas as suas escolhas, livrá-los da tarefa de compartilhar essas informações e permitir que seus amigos descubram mais conteúdo interessante de forma automática? Se Zuckerberg conseguir o que quer, cada artigo que leiamos e cada canção que viermos a escutar seria automaticamente compartilhada com os outros -sem que tivéssemos nem de apertar aqueles irritantes botões de “curtir”.

É precisamente isso que o Facebook deseja fazer com sua ideia de aplicativos sociais, que rastreiam tudo que uma pessoa consuma no site (e, nem seria preciso dizer, consumimos mais e mais informações sem sair do Facebook). Não é impensável que o Facebook em breve venha a desenvolver aplicativos capazes de rastrear também o que fazemos fora de seu site. E a essa altura, não estamos mais falando de uma questão de tecnologia, mas sim de uma questão de ideologia -fazer com que esse “compartilhamento sem fricção” pareça completamente normal, e até desejável. Continue lendo

No Facebook, 6 graus de separação viram 4,74

O mundo é ainda menor do que você imaginava.

[John Markoff & Somini Sengupta, NYT/FolhaSP, 22 nov 11] Acrescentando um novo capítulo à pesquisa que fez com que o termo “seis graus de separação” se tornasse corrente, cientistas do Facebook e da Universidade de Milão reportaram na segunda-feira (21) que o número de conhecidos que separam duas pessoas quaisquer no planeta não era de seis, mas de 4,74.

A constatação original quanto aos “seis graus”, publicada em 1967 pelo psicólogo Stanley Milgram, foi estabelecida por meio de um estudo entre 296 voluntários, convidados a enviar uma mensagem por cartão postal, retransmitida por amigos e amigos de amigos, a uma determinada pessoa em um subúrbio de Boston.

A nova pesquisa utiliza um universo um pouquinho maior de participantes: os 721 milhões de usuários do Facebook, equivalentes a mais de um décimo da população mundial. Os resultados foram postados no site do Facebook na noite de domingo. Continue lendo

Paquistão proíbe termos ‘obscenos’ em SMS

Operadoras do país terão de bloquear mensagens de texto com palavras de conteúdo sexual, xingamentos e até ‘Jesus Cristo’.

[Estadão, 18 nov 11] ISLAMABAD – Quem manda mensagem de texto no Paquistão vai precisar moderar suas palavras. A agência de telecomunicações do país enviou uma carta às operadoras de celular ordenando o bloqueio de mensagens de texto (SMS) contendo o que a agência considera serem obscenidades, disse a porta-voz da operadora Telenor Pakistan, Anjum Nida Rahman, nesta sexta-feira, 18. A agência também enviou uma lista de 1.500 palavras em inglês e urdu que deverão ser bloqueadas pelas operadoras.

A ordem faz parte de uma tentativa da agência reguladora de bloquear mensagens de spam enviadas aos celulares, disse Rahman. A Autoridade de Telecomunicações do Paquistão se recusou a comentar a iniciativa.

Muitas das palavras que serão bloqueadas são termos sexualmente explícitos e xingamentos, de acordo com uma cópia da lista obtida pela agência de notícias Associated Press. Ela também inclui termos relativamente mais brandos, como “soltar pum” e “idiota”.

Mas as razões para bloquear algumas palavras, incluindo “Jesus Cristo”, “faróis dianteiros” e “absorvente”, eram menos claras, levantando questões sobre liberdade religiosa e praticidade. Qualquer palavra pode fazer parte de uma mensagem de spam. Continue lendo

Classe C já está no Facebook, dizem analistas de mercado

Usuários falam de possibilidade de `orkutização´ do Facebook

A classe C já começa a fazer parte dos usuários brasileiros do Facebook, de acordo com analistas do mercado de mídias sociais. Atualmente, o site de rede social americano tem cerca de 21 milhões de usuários brasileiros, número que cresceu 133% nos últimos seis meses.

[Camilla Costa, BBC Brasil, 7 jul 11] “O Facebook já foi uma rede social de classe A, mas hoje está acessível a todas as classes. As pessoas estão entrando porque seus amigos estão indo para lá”, disse Rosário de Pompéia, diretora executiva da consultoria de estratégia em mídias sociais le Fil, à BBC Brasil.

Segundo os especialistas, o site, que ainda é associado a usuários de maior poder aquisitivo, ganhou mais força entre as classes mais baixas a partir do lançamento de sua versão em português, em 2008. A novidade trouxe, além de mais usuários, mais oportunidades de negócios para a empresa de Mark Zuckerberg, que abriu seu primeiro escritório no Brasil no último mês de março. Continue lendo

Seu chefe mandou um :-)

[Judith Newman, NYT/FolhaSP, 4 nov 11] Mary Lou DiNardo checou três vezes antes de ter certeza: será que aquilo era um emoticon de sorriso no final do último e-mail de seu cliente mais ríspido?

Executivo da imobiliária West Coast, ele concluiu o MBA de uma importante universidade e era “um homem muito intelectualizado e sério”, disse DiNardo, presidente da TK/PR, uma empresa de relações públicas.

“Eu tenho trabalhado com ele durante sete anos. De repente, enquanto nós estávamos discutindo alguns problemas com um vendedor, ele se despediu com um desses emoticons sorrindo ou piscando. Na verdade, não me lembro de tê-lo visto, alguma vez, com um sorriso em seu rosto real.”

DiNardo integra a fileira de profissionais que se encontra entre os receptores de sorrisos, piscadelas e hahahas, conforme os emoticons migram inesperadamente dos e-mails e textos de adolescentes (e, talvez, de adultos mais frívolos) para as correspondências de empresários que se orgulham de sua seriedade. Continue lendo

A religião na internet: surgimento de um novo modo de ser religioso

O processo da midiatização da sociedade “nos permite concluir que, realmente, na cultura midiática está nascendo um novo modo de ser religioso”, constata Joana Puntel

[Thamiris Magalhães, IHU Online, 24 out 11] A Igreja Católica, como as demais instituições religiosas e não religiosas, começa a se inserir no mundo digital. Atualmente são inúmeros sites católicos que disponibilizam velas, terços, Bíblias virtuais, além de vídeos com celebrações litúrgicas, homilias, músicas religiosas, etc. Os dispositivos móveis também já têm espaço para os religiosos. A Bíblia já pode ser lida e o terço rezado pelo Ipad, por exemplo. Essa chegada da religião ao mundo digital vem causando curiosidade em muitos pesquisadores, que começam a estudar o impacto que as tecnologias causam em instituições religiosas e como estas devem não só utilizar, mas também pensar o ambiente digital. Além disso, muitos estudiosos começam a analisar qual o real desafio das religiões ao “entrarem” no mundo da Web 2.0. Uma das teóricas no campo da comunicação e da Igreja Católica é Joana Terezinha Puntel, que fala a respeito da Igreja na cultura midiática, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line. Para ela, é preciso dialogar com o sujeito do nosso tempo. “Tudo é muito novo, especialmente no mundo das redes sociais ”.

Joana Terezinha Puntel pertence à Congregação das Irmãs Paulinas. É jornalista, mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, doutora em Comunicação Social pela Simon Fraser University (Canadá) e pós-doutora pela London School of Economics and Political Science (Inglaterra). Atua como coordenadora, orientadora pedagógica, docente em nível de pós-graduação no Serviço à Pastoral da Comunicação – Sepac e como professora no Instituto Teológico de São Paulo e no Studium Theologicum de Curitiba. É membro da Equipe de Reflexão de Comunicação na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, faz conferências e dirige seminários na Pastoral da Comunicação em diversas dioceses do Brasil. Confira a entrevista. Continue lendo

Fotos de consumo de álcool no Facebook podem ser um alerta para o vício de jovens

[Reuters, 4 out 11] As páginas de universitários no Facebook podem oferecer pistas quanto àqueles que correm risco de abuso e dependência de bebidas alcoólicas, segundo um estudo americano.

Pesquisadores liderados por Megan Moreno, da Universidade de Wisconsin-Madison, constataram que estudantes que exibiam fotos ou textos que os mostravam bêbados ou desacordados por consumo exagerado de álcool tinham maior probabilidade de enfrentar problemas de alcoolismo.

– Os resultados sugerem que os critérios clínicos para definir problemas com a bebida são aplicáveis às referências ao consumo de álcool no Facebook – afirmaram Moreno e seus colegas no estudo, publicado pela revista Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine. Continue lendo

Manuscritos do Mar Morto são publicados na internet para consulta pública

[Estadão, 26 set 11] O Google anunciou nesta segunda-feira que após 24 séculos os Manuscritos do Mar Morto já estão liberados para consulta pública na internet. Escritos entre os séculos III e I, os Manuscritos incluem o texto bíblico mais antigo de que se tem notícia.

O projeto abre para acesso global e gratuito aos textos de 2.000 anos – considerados uma das maiores descobertas arqueológicas do século passado – ao colocar na rede imagens de alta resolução que são cópias exatas dos originais. Qualquer um pode acessar os cinco pergaminhos digitalizados dos manuscritos. Segundo o comunicado do Google, as fotografias têm resolução altíssima de 1.200 megapixels (200 vezes a resolução de uma câmera comum), permitindo que o usuário visualize todos os detalhes dos documentos.

Os manuscritos estão disponíveis nas línguas originais – hebraico, aramaico e grego – e, inicialmente, em tradução para o inglês. Mais tarde, outras traduções serão oferecidas. Também é possível realizar buscas no texto (no site do manuscrito ou via Google) e deixar comentários ao ler os manuscritos.

No ano 68 a.C. os textos foram escondidos em 11 cavernas às margens do Mar Morto para serem protegidos durante a invasão do exercito romano. Esses documentos não foram descobertos novamente até o ano de 1947, quando um pastor beduíno jogou uma pedra em uma caverna e percebeu que havia algo lá dentro.

Desde 1965, os Manuscritos são mantidos no escuro, em salas climatizadas do Museu de Israel, em Jerusalém, onde somente quatro funcionários especialmente treinados têm autorização para manusear os pergaminhos e papiros. Especialistas queixavam-se há tempos de que apenas um pequeno número de estudiosos tinham acesso, a cada momento, aos manuscritos. Cada pesquisador recebia três horas de acesso, e apenas ao fragmento específico que pediu para ver.

A Igreja na internet: surgimento de uma religião 2.0?

Acender vela na capela, rezar o terço no Santuário, assistir a homilia na igreja… Foi-se o tempo. Agora, com um simples clique, o fiel-internauta pode fazer tudo isso – e muito mais – sem sair de casa. Ou, ao menos, as formas de sagrado tradicionais estão cada vez mais sendo disputadas com outras formas de ser religioso – na internet.

[Thamiris Magalhães de Sousa*, IHU On-Line, 12 set 11] Cria-se, então, a possibilidade da manifestação da fé tendo um mediador, no caso, o computador, que passa a assumir um importante papel: o de mudança de hábitos do cotidiano, que faz com que o internauta católico acabe utilizando formas diferentes de execução de algumas práticas religiosas populares neste processo.

Em sítios onde se encontram velas virtuais há também outros serviços para os internautas, inclusive venda de produtos religiosos. Através de sítios católicos, existe um duplo fluxo comunicacional, em que a Igreja se comunica com o fiel, que, consequentemente, comunica-se com ela.

Na versão digital das velas virtuais, funciona assim: primeiramente o fiel deve preencher os dados pessoais para poder incluir o pedido de oração. Esse pedido poderá ser direcionado a Deus ou até mesmo sem destinatário explícito. Existe a possibilidade de o internauta escolher o formato desejado de vela, para depois clicar no botão “acender” ou “enviar”, para que a oração seja validada. Continue lendo