Arquivo da categoria: Cibercultura

O mundo híbrido ~ Luli Radfahrer

[Folha SP, 23 mar 11] Boa parte da ansiedade em que se vive hoje vem de uma mudança de comportamento abrangente e silenciosa, que surgiu nas mídias sociais e se misturou a outras regras de convívio.

Normas de atitude, relacionamento, disponibilidade e transparência que sustentaram o funcionamento social nos últimos séculos foram abaladas de forma tão radical que não é de estranhar o enorme desconforto que o novo ambiente causa. O jogo mudou, não há como manter as velhas regras.

Tudo isso ainda parece conversa de marketing, ainda mais quando se considera a fúria emancipatória das empresas em busca de novos consumidores para produtos não tão novos. Mas a história mostra que as mudanças sociais raramente são feitas por motivos maiores do que um egoísmo pragmático. Da libertação de regimes autoritários às guerras e à escravidão, são raras as transformações causadas por boas intenções visando o bem comum.

Com as mídias digitais não é diferente. Quando analisamos suas características, percebemos que foram, aos poucos, influenciando as práticas cotidianas.

O compartilhamento, por exemplo, surgiu como uma subversão aos abusos da indústria, cresceu como uma forma hipócrita de poupar recursos, estimulou a pirataria e é hoje usado para promover a difusão de conteúdo e empreendedorismo. A cadeia de produtos, serviços e ideias derivadas dele se tornou tão complexa que não pode mais ser enquadrada em classificações simplórias. Continue lendo

Pessoas felizes tuitam juntas

[Olhar Digital, 16 mar 11] Psicólogo americano analisou tuítes e chegou à conclusão de que, assim como na vida real, pessoas alegres se relacionam com pessoas felizes

O psicólogo da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, Johan Bollen, analisou 102 mil tuítes pinçados de um universo de 129 milhões de pessoas nos últimos seis meses, e descobriu que a mesma dinâmica de relações da vida real ocorrem no Twitter.

Segundo o site New Scientist, o psicólogo chegou à conclusão de que, assim como na vida real, pessoas infelizes também procuram pessoas menos felizes no Twitter. O contrário também acontece: os mais alegres preferem se relacionar com outros indivíduos de bem com a vida.

Bollen não soube explicar o motivo da conexão, mas sugeriu que as emoções expressas, mesmo em curtas mensagens, podem contagiar as pessoas e isso aumentaria ou diminuiria o nível de felicidade dos usuários.  Dessa forma, os internautas mais felizes tendem a receber e enviar mensagens mais alegres.

Em 2010, a internet mostrou sua face bélica

[Matthias von Hein, DW, 21 dez 2010]

Tecnologias de comunicação e informática cada vez mais avançadas impulsionam continuamente a revolução da informação. Mas ela também tem uma face militar, que ficou bem visível para o mundo neste ano de 2010.

Se há um nome que define o atual processo de militarização do espaço cibernético, esse nome é Stuxnet. Em meados de 2010, este malware apareceu de repente, provavelmente depois que já tinha feito o seu trabalho, que era sabotar o programa nuclear do Irã e, mais especificamente, o complicado processo de enriquecimento de urânio.

O que deixou os especialistas de informática boquiabertos foi o fato de o Stuxnet ter sido projetado especialmente para a manipulação de sistemas de controle industrial. Seus criadores, que continuam desconhecidos, também conseguiram equipar o verme cibernético com poderosas ferramentas para infecção de redes com alto poder de proteção.

Stuxnet – o “míssil de cruzeiro digital”

Agora, todos os prognósticos sobre possíveis ameaças devem ser reconsiderados, já que os sistemas de controle industrial atacados pelo Stuxnet são utilizados em todo o mundo, em instalações como usinas, indústrias químicas e refinarias.

O especialista em segurança de dados Stefan Ritter, do Departamento Federal de Segurança em Tecnologia de Informação da Alemanha, localizado em Bonn, se diz preocupado, porque o Stuxnet comprova a viabilidade de ataques a infraestruturas críticas. “Não se trata mais de uma ameaça fictícia. É uma ameaça real de grande porte e extremamente sofisticada”, avalia. Continue lendo

A obesidade mental ~ Por João César das Neves

O prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard, publicou em 2001 o seu polêmico livro “Mental Obesity”, que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.

Nessa obra introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna. Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física decorrente de uma alimentação desregrada. É hora de refletir sobre os nossos abusos no campo da informação e do conhecimento, que parecem estar dando origem a problemas tão ou mais sérios do que a barriga proeminente. ”

Segundo o autor,

“a nossa sociedade está mais sobrecarregada de preconceitos do que de proteínas; e mais intoxicada de lugares-comuns do que de hidratos de carbono.

As pessoas se viciaram em estereótipos, em juízos apressados, em ensinamentos tacanhos e em condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. ”

“Os ‘cozinheiros’ desta magna “fast food” intelectual são os jornalistas, os articulistas, os editorialistas, os romancistas, os falsos filósofos, os autores de telenovelas e mais uma infinidade de outros chamados ‘profissionais da informação’”.

“Os telejornais e telenovelas estão se transformando nos hamburgers do espírito. As revistas de variedades e os livros de venda fácil são os “donuts” da imaginação. Os filmes se transformaram na pizza da sensatez.” Continue lendo

More technology, less interaction ~ Philip Schmohl

The Great Lie

Used to be when you wanted to get your point across you actually got in someone’s face – no more. The disassociative nature of technology is separating and fragmenting our society rather than bringing it together. It is called ‘social networking’, but is it really?! Sure, there is connection in some way, but from the lonely dark rooms of our homes or worse yet, crowded rooms where we are cubicled off from each other. The great lie being propagated as the panacia to a one world, global society was that technology was going to cure our ills by bringing ideas and people together. Have you experienced a sense of joining with the world lately, or do you feel more closed off than ever before?

Take the advent of television: what began to happen? Families sat in a passive state as entertainment came at us one way only, no interacting with it. Thus we see whole families sitting idle, deadened expressions, faces awash in flickering cathode rays. The family card nights, board games, charades and alike falling by the wayside. T.v. trays took the place of dinner tables, as our society fell under the spell of this new broadcast medium.  …and that was only the beginning. Continue lendo

Uma ramada de neurônios ~ Pierre Levy

Cibercultura inventa uma forma de promover a essência da humanidade

Longe de ser uma subcultura de fanáticos da rede, a cibercultura exprime uma mutação maior da própria essência da cultura, pois ela inventa uma forma de promover a autoconsciência da humanidade sem impor uma unidade do sentido.

Num primeiro momento, a humanidade compõe-se de uma profusão de totalidades culturais dinâmicas ou de “tradições” mentalmente encerradas em si mesmas, o que não impede, é claro, nem os encontros nem as influências. “Os homens” por excelência são os membros da tribo. Raras são as proposições das culturas arcaicas que se referem a todos os seres humanos sem exceção. Nem as leis (não “os direitos humanos”), nem os deuses (não as religiões universais), nem os conhecimentos (não os procedimentos de experimentação ou de raciocínio universalmente válidos), nem as técnicas (não as redes nem os padrões mundiais) são universais em sua própria construção. Continue lendo

Facebook só disfarça falta de relações humanas

3d render depicting remote networking

Agora que o Facebook virou filme e as redes sociais parecem ter liberado o homem para toda forma possível de comunicação, vem um intelectual francês dizer que vivemos sob a ameaça da “solidão interativa”.

Dominique Wolton, 63, que esteve no Brasil há duas semanas, bate ainda mais pesado. Para ele, a internet não serve para a constituição da democracia: “Só funciona para formar comunidades” –em que todos partilham interesses comuns–, “e não sociedades” –onde é preciso conviver com as diferenças.

Sociólogo da comunicação e diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica (Paris), ele defende na entrevista abaixo que, depois do ambiente, a “comunicação será a grande questão do século 21”. Em tempo: “A Rede Social”, de David Fincher, estreia nos cinemas brasileiros no início de dezembro.

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Como vê a internet?

Dominique Wolton – Faço parte de uma minoria que não é fascinada por ela. Claro, é formidável para a comunicação entre pessoas e grupos que se interessam pela mesma coisa e, do ponto de vista pessoal, é melhor do que o rádio, a TV ou o jornal.

Mas, do ponto de vista da coesão social, é uma forma de comunicação muito frágil. A grandeza da imprensa, do rádio e da TV é justamente a de fazer a ligação entre meios sociais que são fundamentalmente diferentes. Nesse sentido, a internet não é uma mídia, mas um sistema de comunicação comunitário. Continue lendo

Computador como arma: cresce a ameaça mundial de ciberguerra

Após o ataque às redes nacionais da Estônia e o surgimento do sofisticado verme Stuxnet, a ciberguerra deixou de ser ficção. Até mesmo a Otan está debatendo a ameaça que vem do mundo virtual.

Até o momento, a vítima mais famosa da guerra cibernética na Europa é a Estônia. O país báltico tornou-se modelo no emprego da informática ao expandir durante anos suas redes de banda larga e convencer seus cidadãos das vantagens da administração eletrônica, tornando quase supérfluo o uso de papel.

Até que, em 2007, investidas direcionadas de hackers tiraram do ar os sites do governo, de partidos e da mídia. O sistema online do maior instituto financeiro estoniano entrou em colapso, hospitais e operadoras de energia só se mantiveram funcionando em regime de emergência.

Nem mesmo redes de alta segurança puderam impedir que dados contaminados com vírus, vermes e outros tipos de programas maliciosos derrubassem a infraestrutura de TI de quase todo um país. O mundo ficou chocado. Porém o que veio a seguir demonstrou que isso era só o início. Continue lendo

Pais e filhos devem ser amigos no Facebook?

Para os pais cujos filhos adolescentes são usuários do Facebook, decidir participar ou não do círculo digital de amizades deles é uma questão difícil.

Cerca de 75 por cento dos pais entrevistados em uma pesquisa da Nielsen disseram ser amigos de seus filhos no popular site de relacionamento, que conta com 500 milhões de usuários ativos. Mas um terço admitiu preocupação por não acompanhar tudo que seus filhos fazem na rede.

Talvez com bom motivo, uma vez que aproximadamente 30 por cento dos adolescentes disseram que, se pudessem escolher, não teriam adicionado os pais como amigos no site.

“A questão familiar número um, pelo menos nas minhas discussões com os pais, é a vida no Facebook”, disse Regina Lewis, consultora de consumo na companhia de serviços online AOL, co-responsável pela pesquisa.

“É parte da realidade moderna de criação filhos”, acrescentou.

O número médio de amigos por perfil no Facebook é de 130, mas para adolescentes ele pode ser muito maior, segundo Lewis.

“Considero a porcentagem de pais que participam das listas de amigos de seus filhos notavelmente elevada. Ultrapassa os 70 por cento”, disse ela, acrescentando que duas vezes mais adolescentes querem excluir sua mãe das listas de amigos, se comparados ao número daqueles que desejam excluir o pai.

Para alguns adolescentes, adicionar os pais como amigos não é questão de escolha. Em 41 por cento dos domicílios os filhos são obrigados a ter seus pais como amigos se quiserem usar o Facebook.

“Para alguns pais, isso é simplesmente básico” disse Regina.

A questão da inclusão em listas de amigos envolve a busca de um equilíbrio delicado entre filhos que buscam maior independência e pais ansiosos por acompanhar o que acontece com eles por questões de segurança.

Em quase metade dos casos, os filhos disseram preferir ser amigos dos pais na rede em modo privado, sem lhes dar opção para publicar comentários.

A Nielsen entrevistou 1.024 pais e 500 filhos com idade dos 13 aos 17 anos em uma pesquisa online. Mais de metade dos adolescentes admitiram não conhecer pessoalmente todos os seus amigos de Facebook e 41 por cento dos pais disseram conhecer menos de metade dos amigos de Facebook de seus filhos.

Fonte: Reuters, 25 ago 2010

Empresa desenvolve filtro que evita sites religiosos

A empresa estadunidense GodBlock desenvolveu um filtro, de mesmo nome que, instalado em computadores, bloqueia a navegação por sítios de cunho religioso na internet.

A notícia é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 19-08-2010.

O filtro testa cada página acessada, antes que ela seja carregada no computador, verificando se nela existem passagens de textos sagrados, nomes de figuras religiosas ou outros indicativos de propaganda religiosa.

A GodBlock, que se apresenta como empresa sem fins lucrativos, oferece esse serviço a pais e escolas “que desejam proteger seus filhos de materiais muitas vezes violentos” e prejudiciais presentes em textos religiosos.

Na divulgação do produto, sítio web da GodBlock assinala que fundamentalismos de caráter evangélico, mórmons, batistas, muçulmanos e judeus têm impedido o progresso da ciência nos Estados Unidos.

A empresa entende que crianças não estão em condições de se decidir por esta ou aquela religião, e que, bem por isso, precisam ser protegidas, tarefa que cabe aos pais.

Fonte: IHU, 20 ago 2010

Polícia quer identificar 10 mil que baixaram vídeo de sexo entre adolescentes

3d person - puppet, pressed down by hammer

São Paulo – A polícia do Rio Grande do Sul tentará identificar mais de 10 mil pessoas que fizeram o download do vídeo em que dois adolescentes de Porto Alegre aparecem em cenas de sexo. As imagens foram feitas pelos próprios jovens, ele de 16 e ela de 14 anos, na noite do último domingo (25) e exibidas em tempo real por meio da ferramenta Twitcam.

Nesta quinta-feira (29), o delegado Emerson Wendt, da Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos, encaminhará um pedido formal de informações ao site de compartilhamentos 4shared.com, que hospeda o vídeo. Tanto o usuário que enviou a gravação para o servidor quanto os que baixaram o arquivo podem ser indiciados com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

De acordo com o artigo 241-B do ECA, “adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente” prevê pena de reclusão, de um a quatro anos, além de multa. “Muitas pessoas fazem o download apenas por curiosidade, mas trata-se de crime”, diz Wendt.

Segundo o delegado, como o site 4shared.com tem servidores e registro em outro país, não é possível estabelecer um prazo para o envio das informações. Os adolescentes que aparecem no vídeo foram ouvidos na última terça-feira (26), e liberados. O caso foi encaminhado à Delegacia para o Adolescente Infrator e ao Ministério Público, que definirão o destino dos jovens.

O caso

Conforme o depoimento dos adolescentes à polícia, o episódio começou durante um jogo de Uno online, no qual foi feita uma aposta. Como a adolescente perdeu o jogo, ela deveria pagar um castigo, exibindo-se diante da webcam para os seguidores do Twitter. Conforme o número de usuários que assistiam à transmissão crescia, a “punição” evoluía, de tirar a roupa até fazer sexo diante da câmera. Mais de 20 mil pessoas acessaram o vídeo durante a exibição em tempo real.

Na delegacia, ambos disseram não terem sido forçados a nada. Depois da repercussão do vídeo, o adolescente excluiu os perfis que mantinha no Twitter, no Orkut e no Formspring. Em um vídeo publicado no YouTube, ele se defende de acusações de que teria drogado a menina antes do ato e diz que não houve pedofilia, uma vez que ambos são menores de idade.

Fonte: Exame, 29 jul 2010

Geração conta-tudo expõe a vida numa internet incapaz de esquecer

Os elefantes e a internet têm algo em comum: eles nunca esquecem.

Lucieny Moraes, 18, que o diga. Ao digitar o próprio nome no Google, a garota encontrou o fotolog que havia abandonado em 2006.

Ela não gostou da surpresa. “As fotos são velhas, e o jeito como eu escrevia era engraçado”, diz. “Se alguém vir isso, vai ser uma desgraça!”

Como não se lembra da senha de acesso ao site, Lucieny não consegue apagar as fotos. E, mesmo que conseguisse, a informação ainda apareceria na busca do Google (leia mais no infográfico abaixo).

“As ferramentas da internet foram construídas para guardar toda informação que chega a elas”, explica Silvio Meira, cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife.

Mas, ao contrário da web, “a natureza humana é baseada no esquecimento”, diz. “Não nos lembramos dos detalhes após um certo tempo.”

Isso, é claro, sem a forcinha da internet. Ele cita o vídeo de Daniela Cicarelli na praia, que, mesmo depois de deletado, ainda circula na internet. “As pessoas baixam e ‘repostam'”, explica.

É esse tipo de questão que a geração conta-tudo, que cresceu com acesso à rede, nem sempre tem em mente.

“Os ‘nativos digitais’ não têm maturidade emocional para avaliar o que pode ser exposto ou não”, diz a psicóloga Rosa Maria Farah, coordenadora do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP.

Essa imaturidade pode ter consequências. A pesquisa “Norton Online Family Report” aponta, por exemplo, que 79% dos brasileiros de oito a 17 anos já tiveram experiências negativas on-line.

Segundo um estudo inédito da Safernet Brasil, os jovens divulgam na rede desde nome (57%) até celular (5%).

“Eles se assustam quando se dão conta da repercussão que a web pode ter”, diz Rosa.

FORA DE CONTROLE

Em ferramentas como o Twitter, uma informação pode viajar rápido e longe.

Uma pesquisa feita pela equipe do site constatou que 50 milhões de “tweets” são publicados por dia: são 600 tuitadas por segundo.

E isso inclui os “RTs”. Como os usuários repassam os “tweets”, não adianta o autor tentar apagá-los mais tarde.

Daniela Adamek, 16, tuita quase 40 vezes por dia. Mas não teve problemas com o que compartilhou na rede.

“Eu penso muito antes de mostrar as coisas”, afirma.

Saber o que dizer e o que guardar para si foi a fórmula que Gustavo Jreige, 21, seguiu nos sete anos em que manteve um blog pessoal.

Assim, o rapaz ganhou destaque e foi convidado para ser sócio de uma agência de publicidade voltada a mídias sociais. “A internet é uma representação do mundo real, e é cruel como ele.”

VIDA SEM SENHA

O quanto compartilhar a vida na rede prejudicará os jovens depende de um futuro ainda incerto. Especialistas apostam no “perdão social”: lá na frente, as pessoas vão relevar informações antigas que circulam na web.

Mas não é esse o cenário atual. “Vivemos em uma era sem capacidade para o arrependimento on-line”, afirma Patricia Peck Pinheiro, advogada especialista em direito digital.

“Aos 40 anos, alguém pode ser julgado pelo que fez aos 16”, completa Félix Ximenes, diretor de comunicação do Google Brasil. “Pode ser que haja tolerância, mas é melhor se precaver.”

Fonte: Folha SP, 26 jul 2010