[Martha Beck, O Globo, 29 nov 11] A América Latina e o Caribe fizeram avanços consistentes no combate à pobreza e às desigualdades na última década, afirma o Panorama Social 2011, publicado nesta terça-feira pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal). Segundo o documento, nem mesmo a crise financeira mundial impediu a melhora dos indicadores.
Em 2009, o Ãndice de pobreza na região ficou em 33%, incluindo 13,1% de pessoas em condições de pobreza extrema ou indigência. Em termos absolutos, essas cifras equivalem a 184 milhões de pobres, das quais 73 milhões são indigentes. Já em 2010, a pobreza voltou a cair, passando para 31,4%, enquanto a indigência atingiu 12,3% da população. Esse é o menor patamar dos últimos 20 anos.
“A partir das projeções de crescimento do PIB e das previsões da evolução da inflação em cada paÃs, cabe esperar que em 2011 a taxa de pobreza se reduza levemente”, destaca o documento da Cepal.
Ele, no entanto, alerta para o fato de que a indigência pode crescer levemente esse ano. Isso porque a alta de preços dos alimentos que vem sendo observada no mundo compensaria o incremento previsto na renda dos domicÃlios. Pela projeção da Cepal, a pobreza deve fechar o ano em 30,4% da população, enquanto a indigência pode ficar em 12,8%.
Apesar da melhora dos indicadores sociais, o documento alerta para que o fato de que os governos precisam investir mais em polÃticas para jovens, que formam uma parcela vulnerável da população:
“É preciso adotar novas medidas sobre educação e emprego para melhorar e igualar logros na primeira e trânsitos fluidos no segundo, reduzindo assim as brechas quanto a resultados educativos entre os jovens e as brechas de desemprego entre jovens e adultos”.