[Reuters, 13 jan 12] Um dos dissidentes cristãos mais conhecidos da China, Yu Jie, afirmou nesta sexta-feira que encaminhou aos EUA um pedido de asilo.
Ele prometeu também revelar pelo que passou durante um ano sob prisão domiciliar e a tortura a que foi submetido durante uma repressão do regime a opositores no ano passado.
Yu declarou que vai relatar os abusos em depoimento perante uma comissão do Congresso dos EUA na semana que vem, dando destaque assim à questão dos dissidentes antes da provável visita a Washington do vice-lÃder Xi Jingping –cotado para assumir o comando do paÃs. Xi deve ir aos EUA nos próximos meses.
Yu afirmou que as autoridades se tornaram mais duras depois que outro dissidente, Liu Xiaobo, ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2010.
“Minhas circunstâncias mudaram dramaticamente e eu fui submetido a tortura extremamente cruel”, declarou Yu.
“Uns dias antes da cerimônia de concessão do Prêmio Nobel a Liu Xiaobo, fui sequestrado. Várias pessoas tirararam minha roupa e me espancaram até o ponto em que perdi os sentidos e tive de ser levado a um hospital para ser salvo”, afirmou.
Yu disse ter passado meses com perda de memória, insônia e dores, e na maior parte de 2011 ficou confinado em sua casa na periferia de Pequim.
Liu foi condenado em 2009 pela acusação de incitar à subversão e sentenciado a 11 anos de prisão.
Sua condenação e a prisão domiciliar de sua mulher, Liu Xia, se tornaram o foco de crÃticas internacionais contra a punição da China a opositores. Ele é um dos mais persistentes crÃticos dos controles impostos pelo Partido Comunista à s religiões e ao posicionamento polÃtico contrário ao regime.
O dissidente não explicou se já entrou com o pedido formal de asilo para si mesmo, sua mulher e um filho pequeno, que deixaram a China com ele.