[France Presse, 20 set 12] As restrições à liberdade religiosa entre meados de 2009 e meados de 2010 cresceram de maneira geral, inclusive em paÃses ocidentais que tradicionalmente impõem poucos limites à prática da fé, indicou o centro de pesquisas americano Pew.
Três quartos das 7 bilhões de pessoas que habitam o mundo vivem em paÃses com “grandes restrições governamentais religiosas ou com grandes hostilidades sociais relacionadas à religião”, afirmou o estudo.
Houve um aumento de 5% em relação ao ano anterior, acrescentou o Pew, um centro de reflexão estratégico (think tank) de Washington, em um relatório de 86 páginas de sua unidade Forum on Religion and Public Life, o terceiro de uma série ainda em andamento.
“Houve um aumento das restrições, inclusive em paÃses onde anteriormente havia um nÃvel baixo ou moderado de restrição, incluindo os Estados Unidos”, indicou.
Nenhum dos paÃses latino-americanos ou ocidentais está na lista do Pew com um nÃvel “muito alto” de restrições do governo ou de hostilidade social, cada uma delas medida por um Ãndice de dez pontos.
Seis paÃses -Afeganistão, Egito, Indonésia, Rússia, Arábia Saudita e Iêmen- apareceram em ambas as listas.
A China foi o paÃs mais populoso com altas restrições, enquanto Paquistão, Ãndia, Israel e os Territórios Palestinos foram todos lugares considerados com hostilidades sociais muito altas, como a perseguição ou a violência em massa.
Apresentando exemplos especÃficos nos Estados Unidos, o Pew citou as tentativas no Tennessee (sul) de impedir a construção de uma mesquita ou uma proposta em Oklahoma (sul) -posteriormente rejeitada pela justiça- de declarar ilegal a lei islâmica.
Também citou um aumento das queixas por questões relacionadas à discriminação religiosa no trabalho, assim como “ataques terroristas relacionados à religião”, como o massacre de 13 pessoas em Fort Hood, no Texas, por um major americano de orientação muçulmana em 2009.
Fora dos Estados Unidos, o Pew citou a proibição por parte da SuÃça da construção de novos minaretes nas mesquitas, o fechamento de mais de vinte igrejas na Indonésia por pressão de extremistas islâmicos e os violentos confrontos entre cristãos e muçulmanos na Nigéria.
Em geral, o relatório indica que “a crescente onda de restrições pode ser atribuÃda a uma variedade de fatores, incluindo o aumento de crimes, de atos maliciosos e da violência motivada por ódio religioso e preconceito, assim como o aumento da interferência governamental na oração e em outras práticas religiosas”.
O informe não mencionou ateus ou agnósticos que enfrentam discriminação por não seguirem uma religião ou não acreditarem em Deus.