[Bernardo Cury, Tech Tudo, 30 jul 11] Facebook e Twitter criaram uma geração de pessoas obcecadas em si mesmas, que têm desejo infantil por atenção constante em suas vidas, acreditam os cientistas.
A exposição repetida em sites de redes sociais deixa os usuários com uma “crise de identidade”. Baroness Greenfield, professora de farmacologia na Universidade de Oxford, acredita que o crescimento de “amizades” na internet, assim como um maior uso de jogos de computador, pode efetivamente criar uma “nova fiação” no cérebro, fazendo voltar aos instintos de uma criança.
Isso pode resultar em concentração reduzida, uma necessidade de gratificação instantânea e uma pobre habilidade verbal. Mais de 750 milhões de pessoas de todo o mundo usam o Facebook para postar fotografias e vÃdeos e postar atualizações regulares de seus atos e pensamentos.E  milhões de pessoas também se inscrevem no Twitter “pois permite que membros escrevam pequenos textos e mensagens multimÃdias sobre si mesmos”, disse Greenfield.
A ex-diretora do organismo de investigação do Royal Institution também falou: “O que me preocupa é o tanto que sai de banalidade no Twitter. Por que alguém deveria estar interessado no que o a outra pessoa comeu no café da manhã? Isso me lembra uma criança pequena: ‘Olhe para mim, mamãe, eu estou fazendo isso’! É quase como se eles estivessem com algum tipo de crise de identidade. Em um certo sentido é como manter o cérebro em uma espécie de túnel do tempo”.
A acadêmica comentou que alguns usuários do Facebook sentem a necessidade de se tornar “subcelebridades”, que são vistos e admirados por outros. “É quase como se as pessoas estivessemvivendo em um mundo que não é um mundo real, mas um mundo onde o que conta é que as pessoas pensam de você ou (se) podem clicar em você”, disse ela. “Pense nas implicações para a sociedade se as pessoas se preocupam mais com o que as outras pessoas pensam sobre elas do que o que pensam sobre si mesmas”.
Sua posição foi reiterada por Sue Palmer, especialista em alfabetização, que acredita que as pessoas, meninas em particular, possuem uma ideia de que devem se vender para outras pessoas no Facebook. Ela conclui: “as pessoas costumavam ter um retrato pintado, mas agora podemos mais ou menos projetar nossa própria imagem online. É como ser a estrela do seu próprio reality-show que você cria e coloca para o mundo”.