Pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica) mostra que quase metade (44,8%) dos municÃpios brasileiros não tinha rede coletora de esgoto em 2008.
[Denise Menchen, Folha, 19 nov 11] As diferenças regionais, porém, são grandes: enquanto no Estado de São Paulo apenas Itapura estava nessa situação, na região Norte as cidades sem o serviço chegavam a 96,5% do total.
Os dados consideram apenas a existência ou não da rede coletora, e não a abrangência de cobertura dentro de cada municÃpio –ou seja, mesmo que vários bairros de uma cidade não sejam atendidos pelo serviço, ela pode figurar na lista se a coleta for feita em parte de seu território.
Além disso, a pesquisa mostra que a coleta não é acompanhada na mesma proporção pelo tratamento do esgoto. Do total coletado, apenas 68,8% passa por estações de tratamento antes de ser descartado.
Nesse quesito, mais uma vez, é possÃvel notar grandes diferenças regionais. Em São Paulo, 78,4% dos municÃpios processam ao menos parte do esgoto gerado. No Maranhão, esse percentual cai para apenas 1,4%.
Em parte dos municÃpios do paÃs que não têm rede de esgoto, porém, é possÃvel encontrar soluções alternativas, como a fossa séptica (dispositivo do tipo câmara que é isolado do solo e faz a filtragem do dejeto). É o caso, por exemplo, de vários municÃpios gaúchos.
Além disso, os dados mostram uma melhora em relação à pesquisa anterior, de 2000. Naquele ano, a parcela de municÃpios sem rede coletora de esgoto era de 47,8%.
50,8% dos municÃpios brasileiros têm lixão a céu aberto, diz IBGE
Dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica) mostram que 50,8% dos municÃpios destinam seu lixo para lixões a céu aberto.
Além disso, em muitos não há controle público sobre resÃduos especiais, como embalagens de agrotóxicos, lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias e resÃduos industriais — com exceção do Rio Grande do Sul, o percentual de municÃpios com esse tipo de cuidado ficou abaixo de 10% em todos os Estados.
Ainda de acordo com o Atlas de Saneamento 2011, que traz dados de 2008, em média 183.488 toneladas de lixo são recolhidas diariamente em municÃpios de todo o paÃs. Em 40,2%, a coleta domiciliar é realizada todos os dias, e em 36,08%, três vezes por semana. 6,4% das cidades não realizam coleta domiciliar.
Já a coleta seletiva é realizada em apenas 17,9% das cidades, principalmente no Sul e no Sudeste –em apenas 38% deles, porém, o recolhimento de materiais para reciclagem é feito em todo o território do municÃpio. No restante, fica restrito a alguns bairros ou zonas.
Mesmo assim, o número representa um avanço em relação a 2000, quando apenas 8,2% dos municÃpios realizavam a coleta seletiva.
40,8% dos municÃpios sofrem com inundações em área urbana no Brasil
O Atlas de Saneamento 2011, divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica), revela que 2.274 municÃpios brasileiros sofreram inundações em área urbana nos cinco anos anteriores à pesquisa, realizada em 2008. O número representa 40,8% do total do paÃs.
Os dados mostram ainda que, em 698 deles, as enchentes ocorreram em áreas que não são usualmente inundáveis.
Entre os fatores agravantes das inundações, os mais citados foram a obstrução de bueiros e bocas de lobo, a ocupação intensa e desordenada do solo, obras inadequadas, lançamento inadequado de resÃduos sólidos e o dimensionamento inadequado de projeto de drenagem.
Como consequência das inundações e dos demais problemas de saneamento, o número de internações por doenças como diarreia, leptospirose e hepatites virais foi alto, chegando a 309 para cada 100 mil habitantes em 2008.