[João C Magalhães, Folha SP, 15 set 11] Cerca de 6,3 milhões de pessoas deixaram a pobreza extrema no paÃs entre 2004, quando o Bolsa FamÃlia foi criado, e 2009, indica um comunicado apresentado nesta quinta-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).
[O estudo “Mudanças recentes na pobreza brasileira” Clique para abrir documento PDF]
Em 2004, eram 15 milhões de brasileiros na miséria –quem ganha R$ 67 mensais ou menos, de acordo com o critério adotado. Em 2009, o dado baixou para a 8,7 milhões.
A conclusão do comunicado de hoje, com base em dados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de DomicÃlios) 2009, corrobora a tendência verificada em outros estudos do Ipea, ligado à Presidência.
No ano passado, por exemplo, o instituto já havia dito que, entre 1995 e 2008, 12,1 milhões de pessoas haviam deixado de ser miseráveis. O dado foi lançado durante o processo eleitoral que elegeu a presidente Dilma Rousseff.
No perÃodo analisado agora, aproximadamente 10 milhões deixaram de ser pobres (quem ganha de R$ 67 a R$ 134), 1 milhão saiu da situação de vulnerabilidade (com ganhos mensais entre R$ 134 e R$ 465) e o número de não pobres (R$ 465 ou mais) subiu de 51 milhões para 78 milhões de pessoas, segundo o estudo.
A renda média cresceu 28%: de R$ 495,1 para 634,6. O Ãndice de Gini, um Ãndice matemático para medir a desigualdade, caiu 6%.
Apesar de usar como data inicial o ano em que o Bolsa FamÃlia nasceu, os técnicos do Ipea não creditam ao programa a maior influência na melhoria de renda do brasileiro, mas ao aquecimento geral da economia e ao aumento real do salário mÃnimo –que não influencia diretamente o Bolsa.
“Não obstante a importância da polÃtica social, sem o crescimento e a geração recorde de empregos formais o aumento real do salário mÃnimo teria menos efeitos distributivos”, diz o comunicado.
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Renda cresceu 28% e desigualdade caiu 5,6%, aponta Ipea
A polÃtica social teve papel central na redução da desigualdade social e fez com que a renda média do brasileiro crescesse 28% e a desigualdade caÃsse 5,6% de 2004 a 2009. A conclusão é de levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado ao governo federal, divulgado nesta quinta-feira (15).
“No perÃodo 2004-2009, a desigualdade na distribuição de renda entre os brasileiros, medida pelo coeficiente de Gini, diminuiu 5,6% e a renda média real subiu 28%. Essa evolução na distribuição de renda foi, em grande parte, motivada pelo crescimento econômico e a geração de empregos”, aponta o levantamento.
O estudo “Mudanças recentes na pobreza brasileira” (Clique para abrir documento PDF) aborda as transformações sociais provocadas pela redução na desigualdade de renda de 2004 até 2009.
As mudanças demográficas e o lento aumento da escolaridade da população adulta também foram apontados como causas da melhora dos indicadores, segundo o estudo.
Durante o perÃodo analisado, a parcela da população brasileira vivendo em famÃlias com renda mensal igual ou maior do que um salário mÃnimo per capita subiu de 29% para 42%, passando de 51,3 a 77,9 milhões de pessoas.
Mesmo com a melhora, em 2009, ainda havia 107 milhões de brasileiros vivendo com menos do que R$ 465 per capita mensais. Usando os critérios para concessão de benefÃcios do Programa Bolsa FamÃlia, as pessoas com essa renda podem ser divididas em três estratos de renda. Extremamente pobres, que, em 2009, tinham renda até R$ 67 mensais; os pobres, com renda entre R$ 67 e R$ 134; e os vulneráveis, com renda entre R$ 134 e R$ 465.