[Estadão, 26 set 11] O Google anunciou nesta segunda-feira que após 24 séculos os Manuscritos do Mar Morto já estão liberados para consulta pública na internet. Escritos entre os séculos III e I, os Manuscritos incluem o texto bÃblico mais antigo de que se tem notÃcia.
O projeto abre para acesso global e gratuito aos textos de 2.000 anos – considerados uma das maiores descobertas arqueológicas do século passado – ao colocar na rede imagens de alta resolução que são cópias exatas dos originais. Qualquer um pode acessar os cinco pergaminhos digitalizados dos manuscritos. Segundo o comunicado do Google, as fotografias têm resolução altÃssima de 1.200 megapixels (200 vezes a resolução de uma câmera comum), permitindo que o usuário visualize todos os detalhes dos documentos.
Os manuscritos estão disponÃveis nas lÃnguas originais – hebraico, aramaico e grego – e, inicialmente, em tradução para o inglês. Mais tarde, outras traduções serão oferecidas. Também é possÃvel realizar buscas no texto (no site do manuscrito ou via Google) e deixar comentários ao ler os manuscritos.
No ano 68 a.C. os textos foram escondidos em 11 cavernas à s margens do Mar Morto para serem protegidos durante a invasão do exercito romano. Esses documentos não foram descobertos novamente até o ano de 1947, quando um pastor beduÃno jogou uma pedra em uma caverna e percebeu que havia algo lá dentro.
Desde 1965, os Manuscritos são mantidos no escuro, em salas climatizadas do Museu de Israel, em Jerusalém, onde somente quatro funcionários especialmente treinados têm autorização para manusear os pergaminhos e papiros. Especialistas queixavam-se há tempos de que apenas um pequeno número de estudiosos tinham acesso, a cada momento, aos manuscritos. Cada pesquisador recebia três horas de acesso, e apenas ao fragmento especÃfico que pediu para ver.