Deus nos fez para um propósito único, sublime.
Há tempos os teólogos se alegram em dizer que “o fim supremo do ser humano é glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre†(Catecismo de Westminster).
Dito de outra forma, a BÃblia revela um Deus que quer ser nosso amigo!
A cristandade ocidental, no entanto, para nossa tristeza, tem achado mais fácil desenvolver a dimensão do servir, do trabalhar para Ele, do que desfrutá-lo!
O fato do Deus bÃblico, revelado plenamente em seu Filho Jesus Cristo, ser totalmente bom faz com que todos os seus propósitos sejam puros, benignos e altruÃstas.
Assim, se Ele nos fez é porque isto é profundamente bom para nós também. E o que pode ser ao mesmo tempo bom para um Deus todo-poderoso e santo e também bom para nós, seres criados?
O relacionamento.
O convÃvio.
A amizade!
Sim, Deus nos fez para desfrutar de nossa companhia!
Maravilhoso, não?
É fato que este convÃvio, pela própria natureza intrÃnseca de Deus, sua plena santidade e glória, esta amizade, não pode ser desfrutada em outro ambiente que não seja o da santidade, da retidão, possÃvel somente pela sua graça, por meio da fé, em Cristo.
A Palavra desde cedo coloca esta como uma questão central na revelação.
Perceba: Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança.
Com isso somos capazes de corresponder ao seu amor.
Podemos compreender seus propósitos, compartilhamos de sua criatividade, nos alegramos com a beleza, temos o sentido estético e ético. E isto nos diferencia de toda criação.
Talvez você não saiba, mas de maneira bela e sincera, numa oração, o rei Josafá refere-se a Abraão como “o teu amigo” (2Cr 20.7), expressão que o apóstolo Tiago confirma (Tg 2.23).
Moisés também é descrito como alguém que falava com Deus como quem fala ao seu amigo (Ex 33.11).
Em segundo lugar, Deus nos fez livres, deu-nos liberdade de escolha. Somos senhores de nossas vidas, decidimos a quem acolher, rejeitar, acreditar… Caso contrário, como poderia Ele relacionar-se de maneira profunda com seres sem vontade própria? O livre arbÃtrio reforça o argumento de que Deus nos fez porque queria desfrutar de nossa amizade.
No relato da queda (Gn 3) vemos um Deus em busca do ser humano que havia desobedecido. É Ele quem toma a iniciativa em todos os momentos. É Ele quem vem em busca de restauração, de reconciliação!
Por que Deus não exterminou o primeiro casal ali mesmo e acabou com tudo?
Que grande mistério e que grande amor.
Que grande propósito e que grande Deus que não se deixou vencer pela nossa rejeição.
É justamente porque Ele preza pela nossa companhia que veio nos buscar.
A redenção pode ser melhor compreendida se partimos do princÃpio que Ele não abre mão de nós!
Não é este o argumento de João ao registrar que Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho único para ter ao seu lado pessoas que acreditam em seu amor? (Jo 3.16).
Amizade, no contexto bÃblico é ter acesso à intimidade, ao convÃvio, participar de sua aliança; compartilhar refeições, entrar na tenda, sentar juntos.
Repartir sonhos, planos. Conselho.
Davi nos ensina no Salmo 25.14 que “a intimidade (amizade) do Senhor é para os que o tememâ€.
Desta forma, ser amigo de Deus, como disse Jesus, implica em obedecermos sua palavra (Jo 15.14).
Existem, sim, coisas que fazemos que afastam Deus de nossa vida.
Não podemos ser amigos de Deus e do sistema-mundo.
Tiago diz: vocês não sabem que a amizade do mundo (sistema-caÃdo) é inimizade com Deus? (Tg 4.4).
Também não podemos amar ao dinheiro, a ponto de reter nossa mão, acumulando tesouros aqui na terra, sendo insensÃveis à s necessidades de nossos irmãos, porque isto é andar de mãos dadas com Mamon (Mt 6.24).
Para orar: “Senhor, como posso corresponder a tão grande amor e propósito? Quero honrar tua amizade, desfrutar de tua intimidade, conhecer teu coração. Ajuda-me a te obedecer. Ensina-me a te alegrar com tudo o que tenho, com tudo o que sou. Em nome de Jesus, amém!â€