[ONU BR, 24 fev 12] O relatório anual das Nações Unidas sobre violência sexual em áreas de conflito nomeia, pela primeira vez, as forças militares, milÃcias e grupos armados suspeitos entre os piores criminosos.
O documento, que abrange o perÃodo de dezembro de 2010 a novembro de 2011, inclui o Exército de Resistência do Senhor (LRA) na República Centro-Africana e no Sudão do Sul, milÃcias e ex-militares na Costa do Marfim, além das Forças Armadas da República Democrática do Congo.
São apresentados exemplos de como a violência sexual tem ameaçado a segurança e impedido a construção da paz em situações de pós-conflito como no Chade, República Centro-Africana, Nepal, Sri Lanka, Timor Leste, Libéria, Serra Leoa e Bósnia-Herzegóvina. O estudo também detalha como essas violações foram usadas no contexto eleitoral, em conflitos polÃticos e manifestações populares no Egito, Guiné, Quênia e SÃria, entre outros.
“Guerras entraram no mercado de comercialização de mulheres; seguem crianças no caminho para a escola; e assombram celas onde prisioneiros polÃticos estão detidosâ€,afirmou a Representante Especial do Secretário-Geral para Violência Sexual em Conflito, Margot Wallström, ao apresentar o documento para o Conselho de Segurança (CS) na quinta-feira (23/02).
Segundo Wallström, quando estupro é parte da coerção polÃtica, ameaça a paz coletiva e a
segurança com consequências de longo prazo. A diplomata expressou preocupação particularmente com os relatos de abuso sexual de homens em prisões da SÃria como método de extrair informações.
O relatório destaca a necessidade de implementar medidas e estruturas não apenas para combater a violência sexual em conflito, mas para preveni-la. Também descreve várias iniciativas da ONU para identificar os primeiros sinais deste tipo de violência e assegurar que acordos de paz incluam tais questões.
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