Da Agência Soma
Muito se fala hoje de um Evangelho Integral, que aborde o ser humano não apenas como uma alma a ser conquistada para o Reino de Cristo e, assim, livrá-la do inferno, mas também que seja uma prática cotidiana que se preocupe com o meio ambiente em que este ser vive, com seus relacionamentos, com sua presença neste mundo e com o que este “agente nada secreto” de Deus faz para transformá-lo em um lugar melhor para se viver.
Se o Evangelho corresponde à s boas novas de Deus, a evangelização é o anúncio de um reino cujas premissas são precisamente essas boas novas. Logo, um evangelho concebido parcialmente gera uma evangelização e, por conseguinte, uma missão também parciais. Fato é que, mesmo que algumas congregações dêem ênfase apenas à s outras facetas da Palavra de Deus, o crescimento inédito dos evangélicos no paÃs, nos últimos 20 anos, pode estar contribuindo com mudanças sociais significativas.
Divulgada em 9 de outubro pelo IBGE, a mais recente “Análise das condições de vida da população brasileira – 2009†– publicação que reúne indicadores sobre a realidade social brasileira, com informações sobre aspectos demográficos, educação, trabalho e rendimento, domicÃlios, famÃlias e grupos populacionais especÃficos – aponta uma melhora considerável em vários aspectos da vida dos brasileiros. E a participação do segmento evangélico nesse processo não pode ser desprezada. Para o sociólogo Alexandre Brasil Fonseca (pós-doutorado pela Universidade de Barcelona, na Espanha), a participação evangélica mais efetiva neste processo pode ser observada na alteração de certas polÃticas públicas.
“É um segmento socialmente organizado, que argumenta e luta por suas opiniões. É inegável que isso traz benefÃcios sociais. Com isso, não é um fato desprezÃvel a histórica participação evangélica em Conselhos de Direitos Civis, nos últimos anos como por exemplo: O Conselho Nacional de Assistência (CNAS), o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), que tem três organizações evangélicas bem represntadas, e o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea)” argumenta Alexandre. Para o sociólogo, o aumento do salário mÃnimo e a bolsa famÃlia são o reflexo dessas polÃticas públicas, centradas no ser humano, fundamentais para o processo de melhoria nas condições de vida dos brasileiros.
O futuro parece ser ainda mais promissor. Uma das mais importantes revistas do paÃs, a Época, da Editora Globo, publicou recentemente uma série de matérias com previsões para o Brasil em 2020. O crescimento evangélico é abordado em uma das matérias. Baseado em dados estatÃsticos do SEPAL, “estima-se que 50% da população brasileira poderá ser evangélica” daqui a 11 anos. Para a revista, “a influência evangélica em 2020 contribuirá para a diminuição no consumo do álcool, o aumento da escolaridade e a diminuição no número de lares desfeitos, já que a famÃlia é prioridade para os evangélicos.†(Por Marcelo Dutra)