[Estado SP, 13 jun 11] A detenta F.N., de 25 anos, ficou três anos e meio no regime fechado por tráfico de drogas. Foram 912 “longos e duros dias” sem receber nenhuma visita. “Fiquei sem ver minha mãe e minha filha, que hoje tem 7 anos. O pai dela é Minas Gerais e nunca apareceu”, diz ela, que é de Aparecida, no Vale do ParaÃba, e pediu para não ser identificada. A história dela não é exceção. O abandono é como uma pena automática para as mulheres que vão para atrás das grades. Das 5.198 mulheres entrevistadas por Mutirão da Defensoria Pública de São Paulo, 36% declararam nunca terem recebido uma visita.
Outras 18% recebem apenas raramente – menos de uma vez por mês. A situação é ainda pior entre as casadas ou com união estável: cerca de 80% nunca receberam alguém. Como ressalta o 1º Subdefensor Público Geral, Davi Eduardo Depiné, as mulheres sofrem com o abandono dos parceiros e da familiares, que em geral não aceitam o fato delas terem sido presas. “A maioria dos homens recebe visitas semanalmente.” Apenas 14% das mulheres têm esse privilégio, mostrou o levantamento. Continue lendo