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Faixa que engloba oito países vira foco de crise de fome na África

Uma faixa de território conhecida como Sahel, que se estende por quase uma dezena de países abaixo do deserto do Saara, se tornou foco potencial de uma das mais graves crises de fome da atualidade, segundo a ONU, com o agravante de instabilidade política na região.

[BBC Brasil, 11 abr 12] O Sahel, que vai do oeste ao leste da África, passando por partes de países como Mali, Senegal, Níger, Chade, Mauritânia, Burkina Fasso, Gâmbia e Camarões, está vivendo os efeitos de uma temporada de chuvas especialmente fraca e irregular, que atrapalhou as colheitas e a alimentação do gado e fez subir o preço dos alimentos, informou o Programa Mundial de Alimentos (WFP), da ONU.

“Isso é uma receita para o desastre numa parte do mundo em que a maioria das pessoas vive do que consegue plantar”, disse o WFP, estimando que de 10 milhões a 15 milhões de pessoas (a soma das populações das cidades de São Paulo, Recife e Brasília, segundo números do IBGE) possam ser afetadas pela falta aguda de alimentos. Continue lendo

Ethnic Cleansing of Syrian Christians ~ Frank Crimi

A Christian woman lights a candle during a mass to celebrate the Orthodox Christmas at Saint Serkis church in Damascus/Khaled al-Hariri

Syrian President Basher Assad isn’t the only target of Syrian rebels as Syria’s Orthodox Christian Church reports “ongoing ethnic cleansing of Christians” by al-Qaeda-linked Islamist militant groups in the embattled Syrian city of Homs.

[Frank Crimi, frontpagemag.com, Mar 29th, 2012] The report from the Vatican news agency Fides says Brigade Faruq, which has links with elements of al-Qaeda in Iraq and Islamist mercenaries from Libya, has expelled 90 percent of Christians living in Homs, nearly 50,000 people.

Reportedly, the armed Islamists went door to door in the Christian neighborhoods of Hamidiya and Bustan al-Diwan informing the homeowners that if they did not leave immediately they would be shot. Then pictures of their corpses would be taken and sent to al-Jazeera, along with the message that the Syrian government had killed them. Continue lendo

Presidente do Iêmen promete perseguir militantes da Al Qaeda

[Mohammed Mustafa, Reuters/Estadão, 5 mar 12] O novo presidente do Iêmen prometeu nesta segunda-feira (5 mar 12) perseguir até o último esconderijo os militantes ligados à Al Qaeda que foram responsáveis pela morte de mais de 110 soldados, no seu mais letal ataque ao Exército local.

Os militantes anunciaram também a captura de 70 soldados num ataque realizado após atentados suicidas contra dois quartéis nos arredores de Zinjibar (sul), no domingo. Foi o mais letal incidente no Iêmen desde a posse do presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi.

Na segunda-feira, militantes do grupo Ansar al Sharia, ligado à Al Qaeda, desfilaram com equipamentos militares capturados no ataque. Continue lendo

Al-Qaeda tenta nova tática na Somália: filantropia

Distribuição de comida em área afetada pela crise de fome levanta uma questão: que tipo de grupo é a Al-Qaeda atualmente?

[Jeffrey Gettleman,The New York Times, Último Segundo,  19 out 11] A Al-Qaeda não é conhecida por suas atividades filantrópicas, mas neste fim de semana o grupo terrorista parece ter se ramificado em um novo negócio na Somália: a distribuição de ajuda humanitária.

Em uma cena surreal, um homem com um lenço colocado sobre o rosto se posicionou no meio de um acampamento cheio de pessoas morrendo de fome e anunciou que ele tinha vindo para a Somália, em nome de Ayman al-Zawahri, líder da Al-Qaeda, e que o grupo estava ansioso para ajudar as vítimas da fome.

“Nossos queridos irmãos e irmãs na Somália, estamos acompanhando sua situação diariamente”, disse o homem, identificado como Abu Abdulla Almuhajir. Continue lendo

Refugiados somalis lotam capital após saída dos rebeldes

[Reuters, 8 ago 11] Milhares de refugiados somalis, fugindo da fome e de anos de violência, chegaram a Mogadício nesta segunda-feira em busca de comida depois da retirada dos rebeldes islâmicos da capital.

Os insurgentes do Al Shabab, supostamente afiliada da Al Qaeda, começaram a tirar seus combatentes de Mogadício no fim de semana, aumentando as esperanças de que grupos humanitários serão capazes de intensificar as entregas após anos de bloqueios impostos pelo grupo.

Moradores locais disseram que longas filas de refugiados se dirigiam para a cidade a fim de escapar da pior seca em décadas da região. Os suprimentos existentes já estavam diminuindo. Continue lendo

Revoluções no mundo árabe ameaçam Al Qaeda, dizem especialistas

No Cairo terror não tem apoio da população

Desde o início dos distúrbios no mundo árabe, a Al Qaeda mantém um estranho silêncio. Especialistas suspeitam que a democratização da região é uma ameaça ao poder da rede terrorista.

[DW, 16 mar 11] As manchetes da imprensa mundial têm sido claras: “Al Qaeda tateia no escuro”; “Revoltas populares árabes decepcionam Al Qaeda”; “Al Qaeda está vendo a história passar”. Todos os jornais concordam em um ponto: a organização radical islâmica a não teve qualquer papel significativo nas revoluções no mundo árabe. Até agora ela foi a grande ausente, e tem que se conformar com o fato de que sua propaganda, repetida há décadas, não impressiona mais ninguém.

“É uma lacuna que sempre houve. Só por causa dos ataques parcialmente bem sucedidos em países árabes ou no Ocidente, acreditávamos que a Al-Qaeda era mais forte do que realmente é”, afirma o especialista em islamismo Albrecht Metzger. Continue lendo

As profecias equivocadas sobre o islamismo ~ Gilles Kepel

[IHU, 9 mar 11] “O extremismo islâmico, do qual Bin Laden era o emblema, não conseguiu arrastar as massas do mundo muçulmano. A Al Qaeda se reduziu a uma seita sem fecundidade política.”

A análise é de Gilles Kepel, estudioso do extremismo islâmico e professor de ciências políticas em Paris, em artigo para o jornal La Repubblica, 05-03-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto. Eis o texto.

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Lembro-me de um café da manhã no Clube dos Professores de Harvard com Samuel Huntington, alguns anos depois da publicação do seu famoso artigo, depois do seu livro, sobre o Choque de Civilizações. Gostaria de saber por que, para elaborar o seu argumento, ele havia usado, dentre outros, o meu livro A Revanche de Deus (Ed. Siciliano, 1999). Nessas páginas, eu explicava como, nos anos 70, se desenvolveram os movimentos políticos religiosos dentro do cristianismo, do judaísmo e do Islã.

Quis traçar paralelos transreligiosos entre esses fenômenos; demonstrar como, embora de modo diverso, cada um dos três nasceu em reação à crise da modernidade e do mundo industrial, ao enfraquecimento das solidariedades sindicais e operárias depois do desaparecimento do trabalho na fábrica, do aumento do desemprego e assim por diante. Continue lendo