[Miguel do Rosário, Revista Fórum, 29 jun 11] O aumento do poder aquisitivo das populações pobres corresponde a valores tão pequenos que qualquer pico no preço dos alimentos pode gerar crises humanitárias, como a que houve em 2009, quando o número de pessoas sub-alimentadas registrou forte alta.
No dia 7 de setembro do ano 2000, durante um dos debates realizados na Conferência do Milênio, na sede das Nações Unidas, Nova Iorque, o então presidente do Conselho de Estado da República de Cuba, Fidel Alejandro Castro Ruz, fez o discurso mais contundente daquele dia. O que impressionou o mundo, no entanto, não foi a voz possante, nem a conhecida oratória desenvolta do velho comunista, e sim a informação que ele martelou no ouvido dos milhões que o acompanhavam, via rádio ou TV, em todo o planeta. “820 milhões de pessoas passam fome no mundo, 790 milhões delas vivem no Terceiro Mundo”, disse Fidel.
Passaram-se dez anos, e as coisas não mudaram muito. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a quantidade de pessoas consideradas sub-alimentadas no planeta em 2010 era de 925 milhões, o que até poderÃamos considerar como notÃcia positiva, visto que em 2009 (em função da crise financeira que assolou as economias centrais) o número havia atingido a marca de 1,023 bilhão de seres humanos. Continue lendo