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A caravana da cocaína no Sahel ~ by Anne Frintz

No meio do caminho entre a América Latina e a Europa, o oeste da África se tornou um centro comercial do tráfico de cocaína. Em todo itinerário que percorre, o dinheiro do comércio de drogas permite comprar numerosos intermediários, especialmente políticos, e contribuiu para a desintegração dos Estados.

[Anne Frintz*, Le Monde Diplomatique, 1 mar 13] Em novembro de 2009, um Boeing 727 vindo da Venezuela pousava em Tarkint, localidade perto de Gao, no nordeste do Mali. Ele transportava entre 5 e 9 toneladas de cocaína, que nunca foram encontradas. Depois de descarregada, a aeronave falhou na decolagem e pegou fogo. O inquérito revelou que entre os envolvidos estavam uma família libanesa e um empresário mauritano que fizeram fortuna com o comércio de diamantes angolanos. Continue lendo

Leis rígidas sobre armas são insuficientes para reduzir mortes na América Latina

Dados mostram que, além da legislação, queda de homicídios depende de outros fatores.

[Natália Guerra, R7, 20 ago 12] Nas últimas duas décadas, os países mais violentos da América Latina passaram a endurecer suas leis para porte de armas de fogo, numa tentativa de diminuir as altas taxas de homicídios na região, que são quatro vezes maiores que as do resto do mundo. Mas enquanto alguns países notaram redução no número de assassinatos após a aprovação de uma legislação mais rígida, em outros, as mortes continuaram crescendo e deixaram claro que as leis são insuficientes para conter a violência.

A América Latina, que tem apenas 14% da população mundial, concentra 31% dos homicídios de todo o planeta, de acordo com o relatório Estudo Global de Homicídios 2011, do UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime). Brasil, Venezuela, Colômbia e México, países que apresentam o maior número de homicídios, vêm se esforçando nos últimos anos para diminuir a circulação de armas de fogo com leis mais restritivas. Os resultados positivos, no entanto, ainda não apareceram em todos os países. Continue lendo

Entre maiores vendedores de armas, Brasil é o que mais esconde dados de exportações

Quarto maior exportador, Brasil não informa os países que compram seus armamentos.

[Natália Guerra, R7, 23 set 12] O Brasil é hoje o quarto maior exportador de armas leves do mundo e o maior da América do Sul, com vendas que superam meio bilhão de reais por ano. Apesar de ser uma potência mundial nesse comércio, o País é duramente criticado por especialistas nacionais e internacionais por esconder os dados das exportações.

Segundo estudos e fontes ouvidas pelo R7, pouco se conhece sobre os países que compram nossas armas e não é possível saber se critérios relacionados aos direitos humanos, tão caros ao Brasil, são respeitados. Continue lendo

América do Sul foi continente que mais gastou com armas em 2010

Em 2010 o mundo gastou 1,6 trilhão de dólares com armamento militar. Segundo especialista, se não fosse a crise financeira dos últimos anos, esse valor teria sido ainda maior.

[DW, 11 abr 2011] O Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (Sipri, do inglês) divulgou nesta segunda-feira (11/04) relatório anual sobre os gastos mundiais com armamento militar. Em 2010, foi registrado um aumento de 1,3%, ou seja: no ano passado foram gastos no mundo todo 1,6 trilhão de dólares com armas militares.

Enquanto a Europa desce no ranking das regiões que mais investem nas Forças Armadas, a América do Sul sobe. Porém no topo da lista ainda estão os Estados Unidos, mesmo tendo reduzido seus investimentos militares em 2010.

Em segundo lugar encontra-se a China, seguida do Reino Unido. Vindo depois da França, Rússia e Japão, a Alemanha disputa o sétimo lugar com a Arábia Saudita. Continue lendo

Número de armas que entram pelas fronteiras é irrisório, diz pesquisador

[Marcos Chagas, Agência Brasil, 20 dez 2010]

Oitenta por cento das armas apreendidas no país são de baixo calibre, como revólveres, pistolas e espingardas de caça. Fuzis, metralhadoras e outros armamentos pesados fazem parte, em sua maioria, da realidade de apreensões durante operações contra o narcotráfico nas comunidades do Rio de Janeiro feitas pela Polícia Federal e pela polícia do estado.

Os dados fazem parte do Mapa do Tráfico Ilícito de Armas no Brasil e do Ranking dos Estados no Controle de Armas apresentados hoje (20) pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Os estudos foram realizados em parceria com a organização não governamental Viva Rio.

Segundo o coordenador do projeto, Antônio Rangel Bandeira, foram identificados 140 pontos de entrada de armas no Brasil, por fronteiras secas.

“Mas o número de armas que entra pelas fronteiras secas é irrisório se comparado com o número de armas fabricadas no país, compradas legalmente, que vão para a ilegalidade. As armas curtas respondem por mais de 80% das armas apreendidas. O número de armas militares como fuzis, submetralhadoras e metralhadoras é muito reduzido”, afirmou. Continue lendo

Em SP, 36% dos homicídios são por motivos fúteis ou passionais

[Texto de Cleide Carvalho, O Globo, 16 dez 2010]

Um levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz mostra que dois a cada três assassinatos ocorridos na capital paulista são cometidos com arma de fogo e 36% deles ocorrem por motivos fúteis (25%) ou são crimes passionais ou por ciúmes (11%). Vinganças e desavenças são a causa de 40% das mortes. Drogas, dívidas e assaltos motivam menos de 2 em cada 10 homicídios no município. Os dados fazem parte de uma coleta de informações destinada a implantar na cidade um Plano de Controle de Armas, em parceria com o Poder Público e feito com apoio do Gabinete de Gestão Integrada da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Entre 2002 e 2009, segundo o levantamento, pelo menos 75 mil armas saíram de circulação na cidade. Em 10 anos, entre 1999 e 2009, a taxa de homicídios na capirtal caiu 80%, passando de 52,58 mortes por 100 mil habitantes para 11,5 em 2009. A queda, porém, ocorre de forma desigual na cidade. Os homicídios são concentrados em bairros mais pobres da periferia. De acordo com o Instituto, enquanto o Jardim São Luís, na Zona Sul, tem uma taxa de 19,63 assassinatos por 100 mil habitantes, Moema, bairro nobre da Zona Sul, registra taxa de 1,4.

As vítimas são os jovens, com idade entre 18 e 30 anos. Os homens nesta faixa etária são os que mais morrem e os que mais matam. Entre as vítimas, 70% não têm antecedentes criminais, têm baixa escolaridade e não são classificados como usuários de drogas. Entre os que matam, quase a metade (49%) não tem antecedentes criminais. Continue lendo

Maioria dos assassinatos de adolescentes no Brasil é por armas de fogo

[Gilberto Costa, Agência Brasil , 8 dez 2010]

Pesquisa feita pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e divulgada hoje (8), em Brasília, pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pela organização não governamental (ONG) Observatório de Favelas mostra que seis de cada sete assassinatos de adolescentes no Brasil é causado por arma de fogo (revólver, pistola, espingarda, fuzil, metralhadora).

Conforme a pesquisa, 2,67 adolescentes morrem por ano a cada grupo de 1.000 jovens em 266 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. A posse de arma entre adolescentes é ilegal e a maioria das mortes ocorre por meio de armas roubadas ou contrabandeadas. Cabe às Forças Armadas e à Polícia Federal fazer o controle de entrada de armas no Brasil e às policias estaduais verificar a circulação. Continue lendo

Nem recessão mundial freia o comércio de armas

A M-1 (I think) machine gun, loaded with live ...

A crise financeira mundial não impediu que a venda de armas crescesse 22% nos últimos cinco anos. Tanto nações ricas como pobres reforçaram seus arsenais com aviões caça, helicópteros de combate, submarinos, veículos blindados e sistemas de defesa aérea. Os cinco maiores compradores de armas no período de 2005 a 2009 foram China, Índia, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos e Grécia, segundo os últimos dados divulgados pelo Instituto Internacional de Estocolmo de Pesquisa para a Paz (Sipri). A lista continua com Turquia, Cingapura, Paquistão, Malásia, Israel, Argélia, Morrocos, Líbia, Egito, Irã, África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, Sudão, Chile e Venezuela.

Nesse período, os cinco maiores vendedores foram Estados Unidos, Rússia, Alemanha, França e Grã-Bretanha, responsáveis por mais de 75% das exportações de armas convencionais, segundo o Sipri, um dos principais institutos do mundo dedicados à pesquisa sobre armas. Estados Unidos e Rússia continuam sendo de longe os principais exportadores, com 30% e 24%, respectivamente, de todas as exportações de armas.

“Creio que deveria ser enfatizado que os líderes políticos de diferentes regiões do mundo manifestaram a preocupação de que sua região esteja à beira da corrida armamentista”, disse à IPS Paul Holtom, diretor do programa de transferência de armas do Sipri. Os dados do instituto sobre entregas e pedidos de armas demonstram que estas preocupações têm fundamento, já que em várias regiões de tensão há provas de compra em reação a determinadas situações. Por exemplo, é razoável supor que o pedido do Marrocos aos Estados Unidos de caças F-16 esteja relacionado com a entrega de aviões russos Su-30MK à vizinha Argélia, acrescentou Holtom.

Os aviões caça representaram 27% das transferências internacionais de armas entre 2005 e 2009. Foram enviados 72 F-16E aos Emirados Árabes Unidos, 52 F-161 a Israel e 40 F-15K à Coreia do Sul, que no total custaram milhares de milhões de dólares. Nas exportações russas de aviões caça estão incluídos 82 Su-30 para a Índia, 28 para a Argélia e 18 para a Malásia. Moscou também tenta concretizar este ano a venda à Índia de 126 aviões de combate, competindo com empresas norte-americanas e europeias. E os pedidos e entregas destes “sistemas de armas potencialmente desestabilizadores causaram preocupações armamentistas nas seguintes regiões de tensão: Oriente Médio, África do Norte, América do Sul, Ásia meridional e sudeste da Ásia”, segundo o Sipri.

Como o volume da entrega de armas pode variar significativamente de ano para ano, o Sipri emprega uma média quinquenal. Seus dados revelam que os países ricos em recursos adquiriram uma quantidade considerável de aviões de combate caros, explicou Holton. “Os rivais vizinhos reagiram a essas compras com pedidos próprios. Pode-se perguntar se essa é uma destinação adequada de recursos em regiões com altos níveis de pobreza”, acrescentou. Dan Darling, analista dos mercados militares da Europa e do Oriente Médio para a empresa norte-americana Forecast International, disse à IPS que seria imprudente prever uma tendência crescente no gasto militar mundial, enquanto permanece a incerteza econômica.

Mas, como revelam os números do Sipri divulgados no dia 15, o gasto na defesa e compra de armamentos cresceu de forma constante nos últimos cinco anos, disse Darling. Algumas das inúmeras razões são as rivalidades regionais, como entre Colômbia e Venezuela, Índia e Paquistão, Turquia e Grécia, China e Taiwan, entre outras, ou superávit fiscal, necessidade de renovar equipamentos militares, etc. Seja qual for o motivo, os vendedores de armas como Estados Unidos, Rússia, França, Alemanha, Itália, Grã-Bretanha e China buscarão colher os benefícios da tendência crescente, ressaltou.

O gasto com defesa na Europa não crescerá significativamente no curto prazo, devido em grande medida aos déficit fiscais e às dívidas públicas de muitos países europeus, mas também porque o continente não enfrenta uma ameaça estratégica direta. Convencer o público da necessidade de aumentar o gasto com defesa não é um caminho para a vitória política em muitas nações desse continente, afirmou Darling. “Os Estados Unidos, que nadam em seu próprio mar, logo poderiam ser obrigados a limitar os orçamentos do Pentágono (Ministério da Defesa) a apenas acima da inflação nos próximos anos”, acrescentou.

A entrega de armas segundo as regiões se manteve relativamente estável nos últimos dez anos, segundo o Sipri. As regiões que mais armas receberam no período 2005-2009 continuaram sendo Ásia-Oceania, com 41%, seguida de Europa 24%, Oriente Médio 17%, América 11% e África 7%. Quando perguntado como se pode interpretar o crescente armamentismo neste mundo em recessão, Holtom disse à IPS que as compras, feitas por rivais e Estados de uma mesma região “vistas” como possíveis ameaças, influenciam as decisões de compra e podem levar a uma perigosa espiral armamentista, na medida em que as nações buscam se manter no mesmo nível das compras dos vizinhos.

Atualmente, e apesar da tensão de algumas relações internacionais, não é fácil concluir que a compra de armas sozinha possa provocar um conflito, embora este fator possa influir na decisão de recorrer à via militar para dirimir um conflito político se as forças armadas de um país são mais fortes do que as do rival, disse Holtom. Por exemplo, o Azerbaijão começou a exibir seu poderio militar a respeito do conflito com a Armênia pela região de Ngorno-Karabaj, depois de um período em que os armênios reforçaram o gasto militar e compraram armas para superar seu rival, explicou. Darling, por seu lado, disse que o gasto com defesa continua crescendo na América Latina. Liderados pelo Brasil, muitos países da região realizam políticas de modernização militar para colocar seus envelhecidos arsenais em dia.

Em Túnis, Argélia, Morrocos e Líbia também continua o investimento em defesa. Mas o maior crescimento nessa área será na Ásia, que vai ser o principal mercado para venda de armas, graças a problemas de segurança interna e, como ocorre na América Latina, a um ciclo de renovação militar regional, disse Darling. Enquanto o investimento em defesa dos integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estará relativamente limitada a pouco mais do que a taxa de inflação dos próximos anos, outras regiões continuarão experimentando o aumento do gasto militar que gera uma compra maior de armas, previu Darling.

Por Thalif Deen, 17 mar 2010

IPS/Envolverde.

Soldados britânicos no Afeganistão receberão fuzis com mensagem bíblica

Do Portal Terra

Os soldados britânicos no Afeganistão receberão fuzis com uma mira telescópica que terá referências bíblicas, uma decisão que os críticos temem que seja aproveitada pelos talibãs.

O ministério da Defesa (MoD) assinalou que fez um pedido de 400 visores à empresa americana Trijicon, acrescentando que não sabia do significado das inscriçoes.

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