Sob a ditadura não havia só dois lados: a direita militar (e seus cúmplices civis) e a esquerda (desarmada ou armada) que resistia. Houve uma terceira margem que rejeitava a primeira sem aceitar as visões do campo oposto.
[Teixeira Coelho, Estadão, 1 jun 12] Uma história da arte sob a ditadura tem de ser uma história natural da arte sob a ditadura: em sua História Natural, PlÃnio o Velho disse que a história tinha de ser a história de tudo que cabe “no compasso de nosso conhecimento”. Ficar só com parte dela é não enxergar muito dela. A ditadura, como outras formas sociais, é marcada pela permeabilidade. Ela tudo atravessa, tudo afeta — e tudo a atravessa e afeta. Deixa marcas no que nem toca diretamente. E no que parece não a tocar de frente também se sente o bafo de sua pútrida presença. Continue lendo