[Carta Capital, 12 out 11] Após a apreensão de 530 quilos de cocaÃna na sexta-feira 7 e sábado 8 no Porto de Suape, em Pernambuco, a PolÃcia Federal acionou a Organização Internacional de PolÃcia Criminal (Interpol) para colaborar com as investigações. A remessa, encontrada dentro de 3,5 mil sacos de gesso em cinco contêineres, é a maior interceptada na história do Nordeste do Brasil e a contagem ainda pode aumentar, pois outros 3,4 mil pacotes de gesso serão analisados.
A droga seguia em direção à Ãfrica, de onde partiria para a Europa. Uma rota que tem ganhado importância junto aos traficantes, antes focados em escoar as drogas por aeroportos e portos do Sudeste, principalmente. De acordo com um relatório divulgado no inÃcio do ano pela Junta Internacional de Entorpecentes, órgão ligado à s Nações Unidas, a proximidade da região com a Ãfrica Ocidental despertou a atenção de organizações de tráfico internacional.
A apreensão da PF em Pernambuco, segundo os próprios investigadores, aparenta ter caracterÃsticas de um cartel internacional de drogas, uma vez que o produto teria valor estimado de 24 milhões de dólares. A ação corrobora um estudo da instituição apresentado no Senado em abril, indicando a região como uma das principais rotas de tráfico de maconha do Brasil.
Além da proximidade com a Ãfrica, o diário americano The New York Times aponta em reportagem de agosto que o crescimento econômico e de renda no Nordeste brasileiro na última década atraÃram traficantes para um novo mercado em potencial, gerando aumento da violência. Segundo o Mapa da Violência 2011, a taxa de homicÃdios na região subiu 74% entre 1998 e 2008, passando de 18,5 para 32,1 casos a cada 100 mil habitantes. Continue lendo