Existem pessoas que constantemente se preocupam se terão coragem de enfrentar isto ou aquilo quando envelhecerem: uma doença devastadora, incertezas ou a morte do cônjuge. Procuro sempre reafirmar a elas que enquanto a provação não está lá, a coragem também não estará. E elas serão, provavelmente, aquelas pessoas a enfrentar as provações que vierem com mais coragem.
Diversas vezes fiquei maravilhado com os recursos de coragem que as pessoas ansiosas e preocupadas revelam quando têm que enfrentar a provação real e não o fantasma da provação que povoa seu imaginário. Há mais a ser dito. Existe uma alegria extraordinária que irradia de muitos que sofrem sérias enfermidades, o que contrasta de forma surpreendente com a morosidade de tantas pessoas saudáveis que encontramos no ônibus. Qual é a explicação? Penso que isso ocorre devido ao fato de que suas vidas demandam coragem permanente, um constante expandir da coragem, e como a coragem pertence à economia espiritual, quanto mais a gastamos, mais a temos.
É como uma corrente que os atravessa e produz alegria, a alegria da vitória sobre seu destino. Esta alegria da vitória é algo que encontramos em todos aqueles que completam grandes tarefas, como quem escala até o topo de uma montanha, como os campeões de esportes, mesmo que entrem em colapso, com lágrimas de exaustão no pódio. Além disso, para uma pessoa seriamente comprometida e privada de algo, não é a vitória de um dia e sim a vitória de todo dia. De onde vem o prazer em viver? O prazer se origina mais dos desafios do que das conquistas em si. Continue lendo