[Mônica Bussinger, Adital, 22 mar 2010] Os 30 anos do assassinato do bispo de San Salvador são lembrados como sinais de esperança na América Latina e no mundo.
Um atirador de elite do Exército salvadorenho invade a capela do Hospital da Divina Providência (o Hospitalito, instituição que ainda cuida de pacientes com câncer) e com um tiro certeiro interrompe a celebração da Eucaristia. Dom Oscar Arnulfo Romero, bispo de San Salvador, tomba executado pelas forças de Direita que ainda dominavam o paÃs, como ocorria em toda a América Latina. Era 24 de março de 1980, tempo de quaresma.
O mundo se volta para El Salvador e o sangue do sacerdote suscita sentimentos de indignação e revolta à opressão vivida pelo povo salvadorenho. Tem inÃcio a guerra civil que duraria até 1992. O bispo que repetiu o gesto de Cristo, morrendo pelo seu povo e pela coerência com o Evangelho, ao contrário do que planejaram seus opositores, não deixa o embate polÃtico em prol da população (especialmente dos camponeses). O momento histórico testemunha a profecia do próprio dom Oscar Romero ao afirmar: “Se me matam, ressuscitarei na luta do povo salvadorenhoâ€. O bispo de San Salvador torna-se então mártir da Igreja e Ãcone da luta pela justiça em seu paÃs e em toda aquela região.
Os 30 anos do assassinato de dom Oscar Romero, comemorados em 24 de março de 2010, denunciam ainda a impunidade que campeia na história da América Latina. O mandante do crime, o major Roberto D’Aubuisson, fundador do partido Aliança Republicana Nacionalista (ARENA, de direita), que governou o paÃs entre 1989 e 2009, morre em 1992, sem sequer responder a processo. Continue lendo