Arquivo da tag: Meio Ambiente

Água contaminada mata mais do que outros tipos de violência

No dia internacional da água, estudo mostra que não há motivos para comemoração: a cada dia, mais de dois milhões de toneladas de dejetos são lançados no esgoto, tornando a água um bem cada vez mais escasso.

No Dia Internacional da Água, nesta segunda-feira (22/03), um relatório publicado pela ONU informa que o uso de água poluída mata mais do que qualquer forma de violência, inclusive as guerras. O estudo intitulado Água Doente foi elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em Nairóbi, no Quênia.

Segundo o estudo, a convivência com resíduos seria o desafio central da sociedade urbana. A população das cidades deverá dobrar nas próximas décadas, podendo atingir seis bilhões de pessoas. Além disso, a industrialização continua crescendo, assim como a procura por carne, o que aumenta a demanda por água.

Segundo Christian Nellemann, um dos autores do relatório, estima-se que cerca de dois milhões de toneladas de resíduos são lançados nos esgotos diariamente. “Isso poderia gerar mais de dois bilhões de toneladas de água contaminada por dia”, afirmou.

Planeta água

A maior parte da superfície da Terra é composta por água. Porém, apesar de parecer que o líquido existe em abundância no planeta, apenas 2,5% da água é doce, sendo que parte dela está congelada. No total, resta apenas 0,003% deste recurso mundial para a utilização pelo homem.

Atualmente, cerca de 884 milhões de pessoas em todo o mundo não têm água potável e cerca de 2,6 bilhões – quase um terço da população mundial – não dispõem de água suficiente para o saneamento básico.

As regiões do mundo que mais sofrem com a falta do precioso líquido são o Sahel, o Oriente Médio e parte da Ásia. Porém, em muitos países em desenvolvimento o problema tem uma causa econômica: por falta de dinheiro e mesmo de instituições, as reservas de água potável não são aproveitadas de forma eficiente.

Em algumas regiões do mundo, a escassez de água é causa de conflitos. No norte do Quênia e em Darfur, as disputas por água geraram rivalidade entre agricultores e nômades. Enquanto isso, na Ásia Central, a má qualidade da água causou danos à saúde, levando a inquietações sociais.

Causas da escassez

Embora a água seja um recurso renovável, em muitos lugares ela não é encontrada em quantidade suficiente ou com boa qualidade. A escassez não é decorrente da mudança climática ou da poluição ambiental. Algumas das causas são o aumento da demanda, o crescimento da população mundial e a elevação do padrão de vida.

Além do consumo humano, a água é necessária para a produção de alimentos e outros produtos. Estima-se que de 70% a 90% da água sejam usados na agricultura. Entre os produtos que mais necessitam do recurso estão o algodão, o arroz e o café.

Mazelas sociais

Segundo uma estimativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 1,5 milhão de crianças morrem anualmente com doenças causadas pela ingestão de água suja. Este problema atinge principalmente regiões em crise ou afetadas por catástrofes.

No Haiti, por exemplo, o perigo de epidemia devido à falta de higiene é grande. Atualmente, o Unicef assegura água limpa para 900 mil pessoas no país, por meio de caminhões-pipa, estações de distribuição e reservatórios.

“Depois do primeiro temporal, as crianças vêm sofrendo cada vez mais com diarréia e vômito”, informou Rudi Tarneden, porta-voz da entidade.

Fonte DW, 22 março 2010

Revisão: Roselaine Wandscheer

‘Se não vos converterdes, todos perecereis’

Leonardo Boff

Disse Jesus nos evangelhos: “Se não vos converterdes, todos vós perecereis”.

Quis dizer: “Se não mudardes de modo de ver e de agir, todos vós perecereis”.

Nunca estas palavras me pareceram tão verdadeiras como quando assisti a Crônica de Copenhague, um documentário da TV francesa e passada num canal fechado no Brasil e, suponho, no mundo inteiro.

Na COP-15 em Copenhague, em dezembro último, se reuniram os representantes das 192 nações para decidir a redução das taxas de gases de efeito estufa, produtores do aquecimento global.

Todos foram para lá com a vontade de fazer alguma coisa. Mas as negociações depois de uma semana de debates acirradíssimos chegaram a um ponto morto e nada se decidiu.

Quais as causas deste impasse que provocou decepção e raiva no mundo inteiro?

Creio que antes de mais nada não havia suficiente consciência coletiva das ameaças que pesam sobre o sistema-Terra e sobre o destino da vida.

É como se os negociadores fossem informados de que um tal de Titanic estaria afundando sem se dar conta de que se tratava do navio sobre o qual estavam, a Terra.

Em segundo lugar, o foco não estava claro: impedir que o termômetro da Terra suba para mais de dois graus Celsius, porque então conheceremos a tribulação da desolação climática.

Para evitar tal tragédia, urge reduzir a emissão de gases de efeito estufa com estratégias de adaptação, mitigação, concessão de tecnologias aos países mais vulneráveis e financiamentos vultosos para alavancar tais medidas.

A preocupação agora não é garantir a continuidade do status quo mas dar centralidade ao sistema Terra, à vida em geral e à vida humana em particular.

Em terceiro lugar, faltou a visão coletiva. Muitos negociadores disseram claramente: estamos aqui para representar os interesses de nosso país. Errado.

O que está em jogo são os interesses coletivos e planetários e não de cada pais. isso de defender os interesses do país é próprio dos negociadores da Organização Mundial do Comércio, que se regem pela concorrência e não pela cooperação.

Predominando a mentalidade de negócios funciona a seguinte lógica, denunciada por muitos bem intencionados, em Copenhague: não há confiança pois todos desconfiam de todos; todos jogam na defensiva; não colocam as cartas sobre a mesa por temerem a crítica e a rejeição; todos se reservam o direito de decidir, como num jogo de pôquer, só no último momento.

Os grandes jogadores se omitiram: a China observava, os EUA calavam, a União Européia ficou isolada e os africanos, as grandes vítimas, sequer foram tomados em consideração. O Brasil no fim mostrou coragem com as palavras denunciatórias do Presidente Lula.

Por último, o fracasso de Copenhague – bem o disse Lord Stern lá presente – se deveu à falta de vontade de vivermos juntos e de pensarmos coletivamente. Ora, tais coisas são heresias para espírito capitalista afundado em seu individualismo.

Este não está nada interessado em viver juntos, pois a sociedade para ele não passa de um conjunto de indivíduos, disputando furiosamente a maior fatia do bolo chamado Terra.

Jesus tinha razão: se não nos convertermos, vale dizer, se não mudarmos este tipo de pensamento e de prática, na linha da cooperação universal jamais chegaremos a um consenso salvador. E assim iremos ao encontro dos dois graus Celsius de aquecimento com as suas dramáticas consequências.

A valente negociadora francesa Laurence Tubiana no balanço final disse resignadamente:”os peixes grandes sempre comem os menores e os cínicos sempre ganham a partida, pois essa é a lógica da história”.

Esse derrotismo não podemos aceitar. O ser humano é resiliente, isto é, pode aprender de seu erros e, na urgência, pode mudar. Fico com o paciente chefe dos negociadores Michael Cutajar que no final de um fracasso disse: “amanhã faremos melhor”.

Desta vez a única alternativa salvadora é pensarmos juntos, agirmos juntos, sonharmos juntos e cultivarmos a esperança juntos, confiando que a solidariedade ainda será o que foi no passado: a força secreta de nossa melhor humanidade.

La nueva generación de adolescentes valora la familia, la ecología y lo digital

EFE, Madrid

Unos 3.200 chavales de ocho a catorce años fueron entrevistados en Alemania, Italia, España, Francia, Reino Unido y Polonia para hacer una radiografía de esta primera generación con mentalidad digital. Si bien crecen en un mundo dominado por la cultura del éxito sin esfuerzo, dan más valor a la familia y a los amigos.

Han recibido una educación completamente digital y no se imaginan la vida sin internet, ordenadores o teléfono móvil, pero también están más concienciados socialmente, son ecologistas y, ante todo, poseen profundos valores familiares. Es la Generación XD, adolescentes de entre 8 y 14 años.

Son los hijos e hijas de unos padres que nacieron en la década de los 70 del siglo pasado, la que se conoce como Generación X, y que para algunos es la de la apatía o la generación perdida. Hoy tienen de 35 a 45 años y en su adolescencia jugaron a las canicas, pero también a la Playstation.

Unos 3.200 chavales entre ocho y 14 años fueron entrevistados en Alemania, Italia, España, Francia, Reino Unido y Polonia para hacer una radiografía de esta primera generación con mentalidad digital.

Una generación “positiva y socialmente concienciada que utiliza la tecnología que les rodea para crear un impacto positivo en sus vidas y en su comunidad”, según Victoria Hardy, directora ejecutiva de esta investigación realizada por la multinacional Disney, la consultora TNS y The Future Laboratory.

Aunque crecen en un mundo dominado por la cultura del éxito sin esfuerzo, los adolescentes XD, asegura el estudio, rompen con el mito y dan más valor a la familia y a los amigos. La persona más admirada es su madre.

En el caso concreto de los adolescentes españoles el porcentaje alcanza el 39%, mientras que la figura del padre, con un 32%, ocupa el segundo puesto en el ránking de admiración. De ahí que la familia ocupe, entre los chicos XD españoles, el primer puesto en la lista de las cinco cosas más importantes para su futuro. La felicidad, la salud, un buen trabajo y los amigos son las otras cuatro.

Como ocurre en el resto de Europa, las profesiones tradicionales son las que más atraen a los españoles (profesor, médico, veterinario, policía), si bien la de futbolista ocupa el tercer puesto de preferencias.

Los resultados “rompen con el mito que establece que la cultura de los famosos es tan persuasiva que los niños de mayores quieren ser famosos por encima de todas las profesiones”, dice el informe.

La nueva generación utiliza las tecnologías “para crear un impacto positivo en sus vidas y en su comunidad”, sin renunciar al “cara a cara” en sus relaciones sociales, la manera preferida por el 30% de los encuestados para verse con los amigos, frente a los que prefieren los mensajes de texto (15%), chatear en la red (14%) o los mensajes a través del móvil (8%). Para el 95%, internet y los ordenadores son “importantes”.