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Duzentas igrejas à venda como mercadorias comuns na Alemanha. Um escândalo mais, ou um grande sinal dos tempos?

[IHU Online, 12 set 11] “Deus está fazendo Sinal aos cristãos que em vez de templos de pedra os templos vivos que são as pessoas pobres sofrendo são muito mais importantes”, escreve Antonio Cechin, irmão marista, miltante dos movimentos sociais, autor do livro  Empoderamento Popular. Uma pedagogia de libertação. Porto Alegre: Estef, 2010.

Segundo ele, “que se acabe com as igrejas mortas, quando a Igreja Viva na pessoas dos oprimidos e famintos está nas vascas da agonia! O Mestre de Nazaré canonizara Davi roubando os “Pães da Proposição” do templo por causa da fome de seus companheiros!”.

Eis o artigo.

“Nada se parece tanto com um edifício em construção quanto um edifício em demolição!” (Tristão de Ataíde). Parafraseando Tristão, a fim de entendimento mais fácil, imediato e com mais força de expressão, podemos nós dizer: “Nada se parece tanto com um por de sol, quanto um nascer do sol. Só que um anuncia as trevas e o outro anuncia a luz!” Continue lendo

Escândalos de pedofilia provocam êxodo de fiéis da Igreja Católica alemã

[Mark Hallam, DW, 19 dez 2010]

Dezenas de milhares de alemães cancelaram sua filiação à Igreja Católica em 2010 – muito mais do que em anos anteriores – privando-a de seus impostos. Escândalos de abuso sexual parecem ser motivo central de deserções.

O número de alemães que abandonaram a Igreja Católica em 2010 é superior, em vários milhares, ao dos anos anteriores, revelou um estudo realizado pelo jornal Frankfurter Rundschau. Há indicadores de que a motivação central dos fiéis tenha sido a recente onda de escândalos de abuso sexual de menores.

A diocese de Augsburg, na Baviera, acusou uma das piores cifras: até meados de dezembro, 11.351 de seus fiéis desertaram, contra 6.953 em 2009. Seu antigo bispo, Walter Mixa, foi forçado a renunciar em abril último, devido a acusações de abuso físico e fraude.

Em Rottenburg-Stuttgart, no sudoeste do país, 17.169 católicos deixaram a diocese até meados de novembro de 2010, quase 7 mil a mais do que no ano anterior. Trier, Würzburg, Osnabrück e Bamberg igualmente acusaram altas taxas de deserção. Continue lendo

Escândalo de pedofilia também está na Igreja Católica da África, diz bispo

female lion starring

O escândalo de pedofilia que se espalhou pela Igreja Católica dos Estados Unidos e da Europa chega também ao continente africano, afirmou o arcebispo de Johannesburgo e chefe da Conferência Episcopal da África Austral, Buti Tlhagale.

“Sei que a Igreja da África sofre dos mesmos males”, Tlhagale, que disse ter recebido ao menos 40 queixas de abuso sexual de crianças cometidos por padres africanos desde 1996, a maioria casos ocorridos há muitos anos. Mais da metade das denúncias envolveu mulheres na adolescência.

“A imagem da Igreja católica está em ruínas (…) Como líderes da Igreja fomos incapazes de criticar o comportamento imoral dos membros de nossas respectivas comunidades. Estamos paralisados”, criticou Tlhagale, considerando que o escândalo enfraquece a habilidade da Igreja Católica de agir com autoridade moral na África, onde muitas vezes é a única voz a desafiar ditaduras, corrupção e abuso de poder.

“Como líderes da Igreja, nos tornamos incapazes de criticar o comportamento corrupto e imoral dos membros de nossas respectivas comunidades”, disse ele. “Ficamos hesitantes para criticar a ganância e as más práticas das nossas autoridades civis”.

Segundo o arcebispo, a má conduta dos sacerdotes africanos não foi exposta pela mídia com a mesma “visibilidade” que no resto do mundo –uma referência à extensão do escândalo que atingiu, principalmente, Irlanda e Alemanha e que envolve o acobertamento das denúncias de vítimas de pedofilia até mesmo pelo papa, à época arcebispo de Munique e chefe da Congregação para a Doutrina da Fé.

“Muitos dos que consideram os sacerdotes como modelos se sentem traídos, envergonhados e decepcionados”, afirmou Tlhagale, ao reconhecer que esses escândalos foram mal administrados pelo clero.

A Conferência Episcopal África Austral, que inclui África do Sul, Botsuana e Suazilândia, estabeleceu em 1996 um protocolo que define o procedimento em caso de queixas de abuso sexual contra crianças cometidos por um membro do clero.

A África é uma das regiões de mais rápido crescimento do número de católicos e ainda mais importante na medida em que o número de fiéis em países desenvolvidos desaba. A população católica africana aumentou de cerca de 2 milhões em 1990 a cerca de 140 milhões em 2000.

O padre Chris Townsend, porta-voz da Conferência Episcopal, disse que alguns membros do clero chegaram a ser formalmente acusados e que medidas foram tomadas.

O celibato, contudo, é desaprovado em algumas sociedades tradicionais africanas e há vários relatos de padres com amantes e filhos em partes da África.

A reputação da Igreja na África está ainda longe de ser irrepreensível –os padres foram acusados de ajudar o genocídio de Ruanda, e os ativistas contra Aids questionam sua oposição ferrenha ao uso de preservativo no continente mais afetado pela doença.

Fonte: Folha SP, 8 abr 2010

Conheça os escândalos mais recentes na Igreja em vários países

Vadstena church, Sweden

A denúncia de mais um caso de abuso sexual de menores por padres da Igreja Católica – desta vez nos Estados Unidos – contribuiu para aumentar a pressão sobre o papa Bento 16. Aqui, um resumo dos escândalos mais recentes em vários países.

ESTADOS UNIDOS

Na quinta-feira, o jornal The New York Times trouxe a notícia de que, em 1996, o cardeal Joseph Ratzinger, que veio a se tornar o papa Bento 16 em 2005, não respondeu a cartas vindas de clérigos americanos acusando um padre do Estado do Winsconsin de abusar sexualmente de menores.

O padre Lawrence Murphy, que morreu em 1998, é suspeito de ter abusado de até 200 meninos em uma escola para surdos entre 1950 e 1974.

Uma das supostas vítimas disse à BBC que o papa sabia das acusações há anos, mas não tomou nenhuma atitude.

Nas duas últimas décadas, a Igreja Católica dos Estados Unidos – principalmente a Arquidiocese de Boston – esteve envolvida em uma série de escândalos de abuso sexual infantil.

Um dos que mais chocou a população veio à tona há alguns anos, quando foi revelado que dois padres de Boston, Paul Shanley e John Geoghan, estavam envolvidos em casos de abuso nos anos 90 e foram supostamente acobertados por líderes da Igreja, que os transferiam de paróquia em paróquia.

Em 2002, o então papa João Paulo 2º convocou uma reunião de emergência com cardeais americanos, mas novos escândalos surgiram.

O arcebispo Bernard Law acabou renunciando ao posto no fim daquele ano, e, em 2003, a Arquidiocese de Boston concordou em pagar US$ 85 milhões depois de receber mais de 500 processos por abuso e omissão.

Um relatório encomendado pela Igreja em 2004 concluiu que mais de 4 mil padres americanos enfrentaram acusações de abuso sexual nos últimos 50 anos, em casos envolvendo mais de 10 mil crianças – principalmente meninos.

Em 2008, em uma visita aos Estados Unidos, Bento 16 se encontrou com vítimas dos abusos e falou “da dor e dos danos” provocados.

ALEMANHA

Desde o início de 2010, pelo menos 300 pessoas acusaram padres católicos da Alemanha de abuso sexual ou físico.

As alegações estão sendo investigadas em 18 das 27 dioceses da Igreja Católica no país natal do papa Bento 16.

Entre as acusações, está o abuso de mais de 170 crianças por padres em escolas jesuítas, além de casos dentro de um coral de meninos dirigido durante 30 anos pelo monsenhor Georg Ratzinger, irmão do papa.

Em março, o padre Peter Hullermann, que foi condenado por molestar crianças quando servia na Arquidiocese de Munique e Freising, foi suspenso de suas funções após violar uma proibição de trabalhar com menores.

No último dia 22, a diocese de Regensburg confirmou novas acusações contra quatro padres e duas freiras, em casos que teriam ocorrido nos anos 70.

O governo alemão anunciou em seguida que vai formar uma comissão de especialistas para investigar todas as acusações.

IRLANDA

No ano passado, dois documentos que examinaram acusações de pedofilia entre clérigos irlandeses relevaram a profundidade do problema no país, com casos de abuso, acobertamentos e falhas hierárquicas envolvendo milhares de vítimas durante várias décadas.

Um dos documentos mostrou que quatro arcebispos de Dublin fizeram vista grossa para casos de abuso ocorridos entre 1975 e 2004.

Quatro bispos renunciaram e toda a hierarquia da Igreja irlandesa foi convocada ao Vaticano para depor pessoalmente diante do papa Bento 16.

Em meio a isso, um novo escândalo veio à tona neste mês de março com a informação de que o chefe da Igreja Católica Irlandesa, cardeal Sean Brady, estava presente em reuniões realizadas em 1975, quando crianças fizeram um voto de silêncio sobre reclamações contra um padre pedófilo, Brendan Smyth.

Dias depois, em 20 de março, o papa Bento 16 se desculpou a vítimas de abuso sexual por clérigos da Irlanda, mas não mencionou denúncias em outros países.

HOLANDA

Ainda neste mês de março, bispos da Holanda pediram uma investigação independente diante de mais de 200 acusações de abuso sexual de crianças por padres, além de três casos ocorridos entre 1950 e 1970.

Inicialmente, as acusações envolviam a escola do mosteiro de Don Rua, no leste da Holanda.

O escândalo fez surgir dezenas de novas alegações de supostas vítimas em outras instituições do país.

ITÁLIA

Em janeiro de 2009, vários homens deficientes auditivos vieram a público para dizer que foram abusados quando eram crianças no Instituto para Surdos Antonio Provolo, na cidade de Verona, entre 1950 e 1980.

No fim do ano passado, a agência de notícias Associated Press obteve uma declaração por escrito de 67 ex-alunos da escola nomeando 24 padres e outros religiosos a quem acusavam de abuso sexual, pedofilia e castigos físicos.

A diocese de Verona disse que pretendia entrevistar as vítimas, depois de uma solicitação do Vaticano.

ÁUSTRIA

Acusações independentes de abuso sexual infantil por padres surgiram em várias regiões do país.

Após um dos escândalos, cinco padres de um mosteiro em Kremsmuesnter foram suspensos.

Em Salzburgo, o chefe de um mosteiro local renunciou ao cargo após confessar ter abusado de um menino há 40 anos, quando ele era monge.

SUÍÇA

Uma comissão formada pela Conferência dos Bispos da Suíça em 2002 vem investigando acusações de abuso envolvendo religiosos do país.

Este mês, um membro da comissão, o abade Martin Werlen, disse em uma entrevista que cerca de 60 pessoas fizeram acusações sobre casos que teriam ocorrido nos últimos 15 anos.

Um padre do cantão de Thurgau foi preso no último dia 19 sob suspeita de abuso sexual de menores.

Fonte: BBC Brasil, 26 mar 2010