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Igreja americana promove adoção de embriões congelados para tirar ‘vidas do freezer’

Maria diz que a filha Elisha é 'prova de que vida começa na concepção'

A Igreja Cedar Park Assembly of God, no Estado americano de Washington, oferece um serviço incomum para uma instituição religiosa: o de agência de adoção de embriões congelados.

[BBC Brasil, 23 nov 11] A ideia de criar um programa para unir casais que têm embriões no freezer e outros que não conseguem ter filhos foi inspirada na história de Maria Lancaster.

Aos 46 anos de idade, após várias tentativas de engravidar e inúmeros abortos espontâneos, Maria achava que o sonho de ser mãe nunca seria realizado.

“Os médicos já haviam desistido de mim”, disse ela à BBC Brasil.

Hoje, nove anos depois, ela e o marido, Jeff, são pais de Elisha, 8 anos.

A história dos Lancaster começou a mudar quando Jeff ouviu em um programa de rádio uma entrevista com uma mulher que havia adotado um embrião.

“Nunca havíamos ouvido falar disso”, lembra Maria. “Resolvemos tentar, adotamos um embrião, e hoje eu tenho uma filha linda.” Continue lendo

”Occupy”: as Igrejas dos EUA estão só olhando

[Massimo Faggioli*, IHU, 22 nov 11] Intelectuais, padres e religiosos norte-americanos estão muito mais presentes e atentos ao que acontece nos vários locais de ocupação do que os bispos. O paradoxo é que uma Igreja Católica cada vez mais atenta a não se fazer “assimilar” pela cultura norte-americana se adaptou a uma cultura econômica liberal, que tem mais a ver com o calvinismo dos fundadores do que com a tradição da doutrina social da Igreja Católica.

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Até o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, líder da Comunhão Anglicana, deu atenção ao movimento de protesto contra os centros de poder financeiro que acontecem em Londres. Muito mais poderosa é a voz da religião do outro lado do Atlântico, em uma “nação com a alma de uma igreja”, como os Estados Unidos: o protesto evacuado do Zuccotti Park, em Nova York, só podia encontrar refúgio em uma igreja, Trinity Church.

No início do século XX, o social gospel das igrejas que lidavam com a questão social amplificada pela imigração estabeleceu as bases morais (e, em alguns casos, também legislativas) para aquilo que se tornou o New Deal de Roosevelt.

Nos EUA de hoje, a posição das igrejas norte-americanas é indicativa do papel do protesto chamado de “Occupy Wall Street”. Todo fenômeno social e político nos EUA tem um aspecto religioso. Continue lendo

Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos ordena seu primeiro ministro gay

[MixBrasil/UOL, 10 out 11] A história de Scott Anderson, de 56 anos, é curiosa. Ele foi criado dentro da Igreja Presbiteriana da Califórnia desde a adolescência e tonrou ministro da mesma pouco depois de completar 20 anos. Aos 36 anos precisou se afastar da Igreja por ter assumido ser homossexual. “Foi realmente o pior e o melhor momento da minha vida. O melhor porque pude pela primeira vez dizer que eu era gay. Mas houve também tristeza por ter que deixar o que eu amava”, disse ele.

Scott foi readmitido como Ministro presbiteriano agora, 20 anos depois, por conta de uma recente decisão de sua igreja que removeu da constituição a obrigação de um clérigo de estar “dentro do convênio do casamento entre um homem e uma mulher, ou da castidade no celibato”. A readmissão de Scott fez barulho nos setores protestantes norte-americanos, já que a Igreja Presbiteriana tornou-se a segunda denominação tradicional a permitir gays entre seus líderes – a primeira foi a Igreja Anglicana.

Ele foi ordenado no último sábado, 8 de outubro, em uma cerimônia na Igreja Presbiteriana de Madison, no estado Wisconsin.

Número de pobres nos EUA chega a 46,2 milhões e bate recorde

Dados divulgados nesta terça-feira pelo escritório responsável pelo censo dos Estados Unidos revelam que o número de americanos vivendo na pobreza chegou a 46,2 milhões no ano passado, o número mais alto desde que os dados começaram a ser coletados, em 1959.

[Alessandra Corrêa, BBC Brasil, 13 set 11] A taxa de pobreza no país aumentou de 14,3% em 2009 para 15,1% no ano passado, a mais alta desde 1993.

Segundo o censo, quase um em cada seis americanos vive na pobreza – definida como renda anual individual de até US$ 11,13 mil (aproximadamente R$ 18,8 mil) ou renda de até US$ 22,31 mil (cerca de R$ 37,68 mil) para uma família de quatro pessoas.

Os dados refletem a lenta recuperação da economia americana após a crise mundial, em um momento em que aumentam os temores de que o país mergulhe em uma nova recessão. Continue lendo

‘Marketing positivo’ reduz consumo de álcool entre jovens nos EUA

Uma coisa é saber quais são os hábitos saudáveis, outra coisa é adotá-los. A nova busca da ponte entre teoria e prática vem do “marketing positivo”, que faz uso de técnicas de propaganda para mudar comportamentos.

[Marco Varella, Folha SP, 5 set 11] É isso que está por trás de uma nova abordagem de controle do alcoolismo, proposta por James Turner e Jennifer Bauerle, da Universidade da Virgínia.

Eles vieram à USP apresentar seu método no 1º Seminário de Normas Sociais, denominado “O Poder das Percepções Positivas”. “Tendemos a superestimar as consequências negativas e subestimar o lado positivo”, disse Bauerle à Folha. Continue lendo

Internet é apontada como a causa de um em cada cinco divórcios nos EUA

A troca de mensagens nas redes sociais vira prova de traição nos tribunais americanos. Veja como alguns casais lidam com o ciúme no mundo virtual.

[Giovana Teles, Jornal Hoje, 14 jun 11] Números que impressionam: em São Paulo, uma agência de detetives investiga todo mês mais de 70 casos de adultério pela internet. A maioria é confirmada. Nos Estados Unidos, uma pesquisa mostrou que 20% dos processos de divórcio cita uma página de relacionamento como causa da crise.

Para muitos apaixonados não basta dizer “eu te amo”, baixinho, ao pé do ouvido. É preciso que o mundo todo saiba. E aí, a internet é o canal. A rede está cheia de tipos diferentes de casais.

Nayra e Júnior são os ciumentos de carteirinha. Por isso decidiram fazer um perfil único na internet. “Na verdade ela queria que eu excluísse o meu e queria ficar com o dela. Ah, nem pensar”, explica Luiz Carlos dos Santos Júnior, analista de RH. “O casamento juntou duas pessoas em uma só e o perfil também foi junto. Dois perfis em um só”, justifica Nayra Alves de Lima, auxiliar administrativa. Continue lendo

4 abr 1968: Martin Luther King é assassinado

No dia 4 de abril de 1968, o Nobel da Paz de 1964, Martin Luther King, morre ao ser baleado em Memphis, nos Estados Unidos.

[DW, 4 abr 11] Em dois atentados anteriores, o reverendo Martin Luther King conseguira escapar por pouco da morte. O negro que tanto se engajou pela igualdade de direitos nos Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960 alcançou apenas os 39 anos de idade.

No dia 4 de abril de 1968, foi assassinado com um tiro na sacada de um hotel em Memphis. O autor do disparo teria motivos supostamente racistas. Em dezembro de 1999, no entanto, um processo civil no Estado do Tennessee chegou à conclusão de que sua morte foi planejada por membros da máfia e do governo norte-americano.

Que homem era este que conseguiu dividir uma nação e ser amado e odiado ao mesmo tempo? Para melhor entendê-lo, precisamos nos situar no contexto dos Estados Unidos em plena década de 50: uma superpotência em plena Guerra Fria, uma nação rica, um país racista.

O país que se considerava modelo de democracia e liberdade, mas seus habitantes eram classificados de acordo com a raça. Os negros eram discriminados em todos os setores: na política, na economia e no aspecto social. Continue lendo

Universidade americana lança campanha para conter onda de suicídios

A Universidade de Cornell, no estado americano de Nova York, lançou nesta semana uma campanha de prevenção ao suicídio, depois que dois de seus estudantes se mataram na semana passada, além de um terceiro em fevereiro.

Desde o início do ano acadêmico, em setembro do ano passado, a instituição já contabilizou seis possíveis suicídios de alunos.

Os casos mais recentes apresentaram semelhanças: os três corpos foram encontrados sob uma das diversas pontes de até 30 metros de altura espalhadas pelo campus da Cornell.

“Apesar de sabermos que nossos desfiladeiros são belas marcas de nosso campus, eles podem ser lugares assustadores em tempos como esses”, disse Susan Murphy, vice-presidente da universidade, em um vídeo no site da instituição.

Murphy classificou a semana passada como “especialmente dolorosa” e admitiu saber que a Cornell precisa “fazer ainda mais do que vem fazendo” para impedir essas mortes.

Para tentar prevenir novos suicídios, a Cornell vai posicionar seguranças nas pontes. Além disso, conselheiros acadêmicos e psicológicos começaram a bater nas portas dos dormitórios dos alunos para saber se está tudo bem e professores passaram a interromper suas aulas para dizer aos alunos que a universidade se importa com eles, não apenas academicamente, mas também pessoalmente.

cornell bridgeDois alunos pularam desta ponte no campus da Cornell

“É preciso colocar o sucesso acadêmico em perspectiva. Nada é mais importante do que a vida”, enfatizou Murphy.

Adesivos com o número de telefone do serviço de prevenção ao suicídio da faculdade também foram espalhados pelo campus. Vídeos no site da faculdade estimulam os alunos a procurar ajuda e a cuidarem uns dos outros.

Fama negativa

Cornell já carrega há muito tempo a fama negativa de ser uma escola marcada por suicídios. Entre 2000 e 2005, houve 10 casos de suicídio confirmados na universidade.

A pressão exercida sobre os alunos, que precisam vencer um rigoroso sistema de avaliação, é vista por muitos como uma das causas dos suicídios. Mas o estresse não é exclusividade de Cornell, pois o rigor acadêmico faz parte da maioria das universidades americanas. Sua exclusividade seriam as pontes.

“Quando alguém morre por suicídio em um penhasco, é um ato muito visível”, disse Timothy Marchell, psicólgo da universidade, ao diário americano New York Times, para justificar a fama da Cornell.

Marchell enfatiza que é difícil apontar uma causa que ligue todas as mortes, porque “a psicologia do suicídio pode ser muito individual”, disse ele.

Porém, ele admite que o fato de outros seis alunos já terem se matado pode derrubar uma barreira na mente de outros alunos que enfrentam uma fase estressante.

“Nós temos de pensar sobre a influência potencial (dessas mortes) na psicologia coletiva”, explicou.

Fonte: BBC Brasil, 18 mar 2010

Consumo de maconha entre adultos e idosos aumenta com envelhecimento da geração ‘baby boom’ nos EUA

Do Globo – 22 fev 2010

Aos 88 anos, Florence Siegel costuma relaxar ao som de Bach, lendo o jornal “New York Times” e tomando uma taça de vinho. Ela completa sua receita todas as noites fumando um cachimbo de maconha. E recomenda para outros idosos, sem entender por que muitos de sua idade ainda não adotaram o mesmo hábito, que está se popularizando nos Estados Unidos entre adultos com mais de 50 anos, apesar de advertências de médicos.

– Eles estão perdendo muita diversão e muito alívio também – diz a americana, que anda com uma bengala e sofre com artrite nas pernas e nas costas.

O uso da droga ilícita mais comum nos EUA está aumentando à medida que os chamados “baby boomers” chegam à velhice. Nascida a partir de 1945, quando soldados voltaram para casa ao fim da Segunda Guerra Mundial e quando a economia americana ganhou força, essa geração protagonizou os movimentos jovens dos anos 1960 e 1970. Agora, mais velhos, eles cultivam práticas que marcaram sua juventude.

O número de pessoas com 50 anos ou mais que declara fumar maconha subiu de 1,9% para 2,9% entre 2002 e 2008, de acordo com pesquisas da Administração de Serviços de Abusos de Substâncias e Saúde Mental dos EUA. Entre os americanos de 55 e 59 anos, o aumento foi ainda maior: o consumo declarado da droga mais que triplicou, passando de 1,6% em 2002 para 5,1%. Pesquisadores esperam um crescimento ainda maior, já que 78 milhões de “boomers” nasceram nos 20 anos que marcaram o surgimento da geração.

Em 14 estados dos EUA pacientes podem usar a droga legalmente

Em 14 estados dos EUA pacientes são beneficiados por legislação que permite usar a droga legalmente sob recomendação médica, mas aqueles que fumam nos outros 34 estados do país precisam infringir as leis. Do ponto de vista político, defensores da legalização da maconha acreditam que o número de usuários idosos pode representar um reforço importante para a campanha que promovem há décadas em favor da mudança da legislação americana.

– Por um longo tempo, nossos adversários políticos eram americanos idosos que não eram familiarizados com a maconha e consideravam a droga muito perigosa – afirma Keith Stroup, fundador e advogado do grupo NORML de defesa do uso da maconha que, aos 66 anos, mantém o hábito de fumar a erva enquanto assiste ao noticiário da noite. – As crianças estão criadas, estão fora da escola, você tem seu tempo nas suas mãos e, francamente, é um tempo em que você pode realmente curtir a maconha.

A droga é tida como fonte de alívio para problemas relacionados ao envelhecimento. Seu uso pode, entretanto, representar riscos maiores para os idosos, que ficam sujeitos a quedas e problemas no coração, além de comprometimento cognitivo, segundo William Dale, chefe de medicina geriátrica do Centro Médico da Universidade de Chicago.

– Há outras maneiras melhores para alcançar os mesmos benefícios – afirma Dale, dizendo que faria ressalvas contra o consumo de maconha mesmo que o paciente citasse benefícios.