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Crianças sofrem chantagem para praticar atos sexuais online, diz ONG

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Centenas de crianças e adolescentes ao redor do mundo têm sofrido chantagem para praticar atos sexuais e compartilhar fotos pornográficas pela internet, alega um relatório divulgado nesta sexta-feira pela ONG britânica Centro contra a Exploração de Crianças e de Proteção Online (Ceop).

[BBC Brasil, 20 set 2013] Os abusadores, diz a ONG, convencem suas vítimas a enviar fotos de si mesmas com teor sexual. Feito isso, ameaçam mandar as imagens para pais e amigos das vítimas caso estas se recusem a continuar a conversa online.

Andy Baker, porta-voz da Ceop, diz que a organização já teve conhecimento de casos do tipo envolvendo 424 jovens e crianças ao redor do mundo – algumas de oito anos de idade.

A chantagem, segundo ele, já levou sete crianças a cometer suicídio e outras sete a se autoflagelar seriamente.

‘Lado escuro’

Os abusadores geralmente iniciam a conversa se fingindo de crianças ou de pessoas do gênero oposto das vítimas.

O relatório da Ceop diz que as conversas começam em sites abertos ou redes sociais e logo são levadas a fóruns privados, “onde ganham teor sexual”.

“(O abuso) avança rapidamente”, diz Baker à BBC, alegando que em menos de cinco minutos o abusado online “vai de ‘oi, você quer tirar sua roupa’ a alguém cometendo autoflagelo”.

Uma vez que as vítimas enviam imagens sexuais de si mesmas, a chantagem começa, com pedidos de mais fotos de teor sexual – algumas envolvendo autoflagelo – ou até mesmo pedidos de somas em dinheiro, sob a ameaça de as imagens comprometedoras serem enviadas a conhecidos da vítima.

Em um dos casos, um dos acusados de abusos chegou a arquivar as imagens pornográficas que recebia de crianças em uma pasta nomeada “escravos”.

Operação K

Entre os 424 jovens e crianças que sofreram chantagem, 322 deles – principalmente meninos entre 11 e 15 anos, oriundos de todo o mundo – foram descobertos em uma única investigação neste ano, chamada de Operação K.

Os criminosos usavam mais de 40 perfis falsos online e outros tantos endereços de e-mail para perpetrar os abusos, diz a Ceop.

O esquema foi descoberto por autoridades britânicas depois que uma rede social identificou atividades suspeitas e uma criança avisou seus pais.

Na Grã-Bretanha, o assunto ganhou especial relevância em agosto, após o suicídio de um garoto de 17 anos vítima de chantagens.

Daniel Perry pensava estar trocando mensagens e fotos com uma menina de sua idade, até que os abusadores pediram dinheiro para não tornar essas imagens públicas. Ele acabou se jogando de uma ponte.

Logo após sua morte, sua mãe disse que ele era “um menino feliz, não estava deprimido, e não era o tipo de pessoa que você pensaria que iria tirar a própria vida. Queria que ele tivesse me procurado (e contado o ocorrido)”.

Prevenção

É importante que pais eduquem a si mesmos e a seus filhos a respeito de configurações de privacidade e denúncias de eventuais abusos na internet, adverte Scott Freeman, fundador da ONG antibullying online Cybersmile.

Segundo ele, é importante que as crianças e jovens entendam que não devem falar com pessoas que não conhecem e não devem passar “de plataformas públicas a privadas”.

Por outro lado, Freeman opina que os provedores de internet precisam ser mais proativos para coibir abusos, ressaltando que alguns “já começam a adotar procedimentos do tipo”.

A Ceop, por sua vez, adverte que os jovens vítimas de abusos online podem, além de ter mais propensão a se autoflagelar, se tornar mais agressivas e introspectivas.

Brasil é elogiado, mas fica entre 100 piores em ranking de trabalho escravo

exploração sexual infantilSexta maior economia do mundo, o Brasil ainda está entre os cem países com os piores indicadores de trabalho escravo, segundo o primeiro Índice de Escravidão Global.

O Brasil ocupa o 94º lugar no índice de 162 países (com a Mauritânia no topo da lista, apontado como o pior caso). Trata-se da primeira edição do ranking, lançado pela Walk Free Foundation, ONG internacional que se coloca a missão de identificar países e empresas responsáveis pela escravidão moderna.

[Maurício Moraes, BBC Brasil, 17 out 2013] Um relatório que acompanha o índice elogia iniciativas do governo brasileiro contra o trabalho forçado, apesar do país ainda ter, segundo estimativas dos pesquisadores, cerca de 200 mil pessoas nesta condição.

Segundo o índice, 29 milhões de pessoas vivem em condição análoga à escravidão no mundo; são vítimas de trabalho forçado, tráfico humano, trabalho servil derivado de casamento ou dívida, exploração sexual e exploração infantil.

Nas Américas, Cuba (149º), Costa Rica (146º) e Panamá (145º) são os melhores colocados, à frente dos Estados Unidos (134º) e Canadá (144º), dois países destinos de tráfico humano. O Haiti ocupa o segundo pior lugar no ranking geral, sobretudo por causa da disseminada exploração de trabalho infantil.

O pesquisador-chefe do relatório, professor Kevin Bales, disse em nota que “leis existem, mas ainda faltam ferramentas, recursos e vontade política” para erradicar a escravidão moderna em muitas partes do mundo.

Brasil

No Brasil, o trabalho análogo à escravidão concentra-se sobretudo nas indústrias madeireira, carvoeira, de mineração, de construção civil e nas lavouras de cana, algodão e soja.

A exploração sexual, sobretudo o turismo sexual infantil no nordeste, também são campos sensíveis, segundo o relatório, que cita ainda a exploração da mão de obra de imigrantes bolivianos em oficinas de costura.

Através de informações compiladas de fontes diversas, os pesquisadores calcularam um percentual da população que vive nessas condições — foi assim que a ONG chegou à estimativa de que cerca de 200 mil brasileiros são vítimas da escravidão moderna.

Apesar do quadro ainda preocupante, as ações do governo brasileiro contra o trabalho escravo são consideradas “exemplares”.

A ONG elogia ainda o Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo e o Plano Nacional contra o Tráfico Humano, além da chamada “lista suja do trabalho escravo” do Ministério do Trabalho, que expõe empresas que usam mão de obra irregular.

O relatório recomenda a aprovação da PEC do trabalho escravo, em tramitação no Senado, que prevê a expropriação de propriedades que exploram trabalho forçado.

Recomenda ainda que a “lista suja do trabalho escravo” seja incorporada à lei e que as penas para quem for condenado por exploração sejam aumentadas.

Índice de Escravidão Global

 (menor numeração, condição pior)

1. Mauritânia

2. Haiti

3. Paquistão

4. Índia

5. Nepal

49. Rússia

65. Peru

84. China

89. Chile

94. Brasil

115. África do Sul

122. Argentina

134. EUA

160. Islândia

160. Reino Unido

160. Irlanda

Brasil tem um ponto de exploração sexual infantil a cada 26 quilômetros

Fonte: Correio Braziliense

Milhares de crianças e adolescentes estão à deriva nas rodovias federais brasileiras oferecendo seus corpos por até R$ 2. O dinheiro é usado para diversas finalidades, desde comprar comida até fumar crack. De acordo com reportagem publicada no jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira (3/11), a cada 26,7 quilômetros no Brasil há um ponto vulnerável à exploração sexual infantil. Esses dados levam em conta os locais percorridos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em que houve denúncia ou flagrante de menores de 18 anos nesta situação.
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Não as impeçam! ~ por José Roberto Prado

O Estado as ignora na falta de postos de saúde, de médicos, de vagas nas escolas e de professores capacitados e bem remunerados; na falta de praças e quadras, na falta de propostas culturais, enfim, elas são ignoradas na falta de políticas públicas que as protejam.

O mercado não as ignora, pelo contrário, as explora.

Aproveita sua ingenuidade, sua não-resistência aos complexos mecanismos de manipulação marqueteira e sua incomparável capacidade de convencimento dos mais velhos.

O mercado as forma, conforma, transforma e deforma em ávidos consumidores, clientes acríticos e fiéis dos supérfluos, das marcas, das novidades de cada estação.

A família, na maioria das vezes, não lhes ignora nem explora.

A família simplesmente as abandona.

Não se ofenda e nem se engane. São pessoas corretas, pais e mães responsáveis, preocupados com o futuro, comprometidos a proporcionar-lhes educação, saúde e claro, um lazer de vez em quando.

Para a grande massa da população brasileira, proporcionar estes “privilégios” significa que ambos, pai e mãe, trabalhem fora em jornadas de trabalho que chegam a 14 horas por dia.

Com grande sentimento de culpa, é verdade, seus pequenos são deixados aos cuidados ininterruptos e corruptos das sofisticadas e multicoloridas telas das “babás eletrônicas” – entenda-se Tvs, DVDs, Videogames e computadores.

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