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Paulistas vivem mais tempo na casa dos pais, diz Ipea

[Folha SP, 6 out 11] Para estudar as diferentes inserções de migrantes na sociedade paulistana, os pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que realizaram o estudo Perfil dos Migrantes em São Paulo dividiram os moradores da região metropolitana de São Paulo em grupos de nativos de diferentes Estados brasileiros e de estrangeiros. O estudo leva em conta os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2009, feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Uma primeira diferença que chama a atenção é o apoio familiar entre os grupos analisados. Se for utilizado como indicador a proporção de pessoas de 30 a 60 anos que ainda estão na casa dos pais, verifica-se que os paulistas contam com o apoio familiar por mais tempo, o que pode proporcionar a essas pessoas possibilidades melhores de formação profissional e inserção no mercado de trabalho. Continue lendo

Cidade do México estuda permitir casamentos renováveis a cada dois anos

A Assembleia Legislativa da Cidade do México vai discutir uma mudança no Código Civil para implantar contratos de casamento que possam ser renovados a cada dois anos, caso os cônjuges queiram continuar com o relacionamento.

[BBC Brasil, 29 set 11] A proposta, que deve ser discutida na Comissão de Administração da assembleia, visa reduzir o número de divórcios, garantir o sustento dos filhos e agilizar o processo administrativo no caso do fim do casamento.

O contrato de dois anos seria opcional e evitaria o excesso de trabalho no setor do Judiciário que cuida de divórcios.

O casal que optasse pelo contrato temporário poderia ver se o casamento funciona durante o período de dois anos. Continue lendo

‘Não sinto vergonha’, diz espanhol de 32 anos que mora com os pais

Por ter 32 anos e ainda morar com os pais, o espanhol Lorenzo Martínez já foi chamado de “filhinho de papai”, de “Peter Pan” e costuma ouvir que é um bebê que não larga a saia da mãe. Mas ele rejeita esse tipo de apelido e acusações.

[BBC Brasil, 29 set 11] “Não acho que é algo do qual devo me envergonhar. O mercado de trabalho na Espanha está falido. Se não tenho outra forma de me manter, qual é o problema de meus pais me acolherem?”, comentou Martinez à BBC Brasil.

Ex- estudante de Administração de Empresas e Economia, ele atualmente está cursando Direito. “Mas não gosto; entrei porque tinha de estudar alguma coisa.”

Martínez diz que ainda não achou uma forma de se emancipar da família, mas que está em busca de um trabalho que lhe interesse.

“Quero uma coisa que me complete, mas não encontro. É um problema com o qual muita gente sofre. Não tem nada a ver com ser vagabundo e não querer nada com a vida”, diz o espanhol, que mora com os pais Maria Luisa e Antonio, de 68 e 72 anos, e tem uma irmã casada. Continue lendo

No País, 42,7 mil crianças e adolescentes com menos de 14 anos estão casados

Uniões são informais, já que prática é proibida pelo Código Penal; a maior parte dos casos está em locais com baixa renda per capita.

[Rodrigo Burgarelli, O Estado de SP, 11 set 11] Uma prática ilegal, mais relacionada a áreas rurais ou países distantes, persiste hoje até nos principais centros urbanos brasileiros. Um recorte inédito feito pelo Estado nos dados do Censo Demográfico de 2010 mostra que existem ao menos 42.785 crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos casados no Brasil. O número refere-se a uniões informais, já que os recenseadores não checam documentos.

Essas situações se concentram em grupos de baixa renda e alta vulnerabilidade, principalmente nos rincões do País ou na periferia de grandes centros urbanos. O caso de P., uma jovem de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, é um exemplo do último. Ela se mudou para a casa do parceiro quanto tinha 11 anos. Seu namorado, na época, tinha 27. “Eu disse para ele que já tinha 14 e começamos a namorar. Meu pai foi contra porque me achava muito nova, e brigamos feio. Depois da discussão, fugi de casa e fui morar com ele”, conta. Continue lendo

Traição deixa de ser causa mais comum de divórcios na Grã-Bretanha

[BBC Brasil, 31 ago 11] Casos extraconjugais não são mais a principal causa por trás dos divórcios na Grã-Bretanha, apontou uma pesquisa recém-publicada pela consultoria Grant Thornton a partir de entrevistas com 101 advogados de direito de família.

O motivo mais citado (27%) para divórcios de casais britânicos é que estes simplesmente se distanciaram ou deixaram de se amar. Casos extraconjugais caíram para a segunda colocação (com 25% das menções) pela primeira vez desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 2003.

A terceira maior razão para separações é o “comportamento irracional” de um dos cônjuges.

“O movimento nas razões para o divórcio é interessante e certamente difícil de explicar”, escreveu no estudo Louisa Plumb, uma das diretoras da apuração da Grant Thornton.

“Vemos um número crescente de celebridades (britânicas) aceitando supostos casos (extraconjugais) em suas relações, o que pode estar começando a ter um efeito no comportamento de casais, com mais casamentos sobrevivendo a uma crise de infidelidade.” Continue lendo

Superação da família nuclear cria novos modelos de relacionamento

[Juliana Vines, Folha SP, 26 jan 2011] Não há árvore genealógica que dê conta de explicar famílias com vários divórcios, novos casamentos, meio-irmãos e agregados.

Essas famílias, cada vez mais comuns nas estatísticas, não são nada parecidas com aquelas do comercial de margarina.

“O conceito de família nuclear (com pais e filhos na mesma casa) não é mais suficiente. Há arranjos domésticos sem nenhum padrão”, diz a socióloga Elisabete Bilac, do Núcleo de Estudos Populacionais da Unicamp.

As mudanças aconteceram nas últimas três décadas. Nos anos 1980, 70% das famílias eram nucleares. Hoje, menos da metade é assim.

Se a “família margarina” está cada vez mais rara, as monoparentais (com apenas pai ou mãe) são as que mais crescem. Efeito prolongado da popularização do divórcio, dizem especialistas.

Também são mais comuns os casais que decidem não ter filhos. Em inglês, são chamados de casal Dink, sigla para dupla renda sem filhos (“double income no kids”). No Brasil, já são 17% do total, segundo o IBGE. Continue lendo

Ops! Minha mãe está no Facebook

As redes sociais põem à prova a relação entre gerações. Os pais querem seguir os filhos para supervisionar suas vidas. Os especialistas se dividem diante da pressão à intimidade do menor.

[Texto de María R. Sahuquillo, El País, 12 jan; IHU 19 jan 2011. Tradução de Anne Ledur].

Tens 30 anos, mas tua mãe não sabe que fumas. Até agora. Alguma fotografia marcada na internet te delatou. Jamais teu pai pôde te escutar, exceto de passagem e por acidente. As conversas picantes que tens com teus amigos, tens certeza que faz alguns meses que ela as lê. Tudo à mão no Facebook e outras redes sociais.

O que começou sendo um espaço para universitários, jovens e adolescentes se converteu em um lugar plural no qual convive gente de todos os perfis, onde interatuam pessoas de três gerações, com suas vantagens e desvantagens, como a mistura de contatos. E isso não agrada todas as idades. Muitos adolescentes se queixam que isso é uma invasão do que consideram seu espaço virtual, por parte de seus pais, a quem acusam de espiar seus perfis e ser indiscretos em seus comentários. Continue lendo

Pais e filhos devem ser amigos no Facebook?

Para os pais cujos filhos adolescentes são usuários do Facebook, decidir participar ou não do círculo digital de amizades deles é uma questão difícil.

Cerca de 75 por cento dos pais entrevistados em uma pesquisa da Nielsen disseram ser amigos de seus filhos no popular site de relacionamento, que conta com 500 milhões de usuários ativos. Mas um terço admitiu preocupação por não acompanhar tudo que seus filhos fazem na rede.

Talvez com bom motivo, uma vez que aproximadamente 30 por cento dos adolescentes disseram que, se pudessem escolher, não teriam adicionado os pais como amigos no site.

“A questão familiar número um, pelo menos nas minhas discussões com os pais, é a vida no Facebook”, disse Regina Lewis, consultora de consumo na companhia de serviços online AOL, co-responsável pela pesquisa.

“É parte da realidade moderna de criação filhos”, acrescentou.

O número médio de amigos por perfil no Facebook é de 130, mas para adolescentes ele pode ser muito maior, segundo Lewis.

“Considero a porcentagem de pais que participam das listas de amigos de seus filhos notavelmente elevada. Ultrapassa os 70 por cento”, disse ela, acrescentando que duas vezes mais adolescentes querem excluir sua mãe das listas de amigos, se comparados ao número daqueles que desejam excluir o pai.

Para alguns adolescentes, adicionar os pais como amigos não é questão de escolha. Em 41 por cento dos domicílios os filhos são obrigados a ter seus pais como amigos se quiserem usar o Facebook.

“Para alguns pais, isso é simplesmente básico” disse Regina.

A questão da inclusão em listas de amigos envolve a busca de um equilíbrio delicado entre filhos que buscam maior independência e pais ansiosos por acompanhar o que acontece com eles por questões de segurança.

Em quase metade dos casos, os filhos disseram preferir ser amigos dos pais na rede em modo privado, sem lhes dar opção para publicar comentários.

A Nielsen entrevistou 1.024 pais e 500 filhos com idade dos 13 aos 17 anos em uma pesquisa online. Mais de metade dos adolescentes admitiram não conhecer pessoalmente todos os seus amigos de Facebook e 41 por cento dos pais disseram conhecer menos de metade dos amigos de Facebook de seus filhos.

Fonte: Reuters, 25 ago 2010

Nenhuma religião evita divórcios, aponta pesquisa

O que Deus uniu o homem separa. Um cruzamento entre dados de estado conjugal e religião realizado pelo Núcleo de Estudos de População (Nepo) da Unicamp a pedido da Folha mostra que a fé não segura casamentos.

A proporção das mulheres separadas, desquitadas ou divorciadas de cada igreja é muito similar à distribuição das crenças pela população.

A base utilizada foi a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, de 2006, do Ministério da Saúde e abarca mulheres em idade reprodutiva (entre 15 e 49 anos).

Se é relativamente fácil constatar que a fé não mantém casais unidos, bem mais difícil é descobrir o que o faz.

Segundo a pesquisadora Joice Melo Vieira, que cruzou os dados, estudos no Brasil e no exterior mostram que a preocupação é estar em relações satisfatórias. Como a separação já não é tão estigmatizada, o fim da união é sempre uma possibilidade quando as coisas vão mal.

No final, relata Vieira, o que faz casais à beira da separação pensarem duas vezes são a situação dos filhos e a questão financeira. Como hoje mais mulheres trabalham, a dependência econômica não segura mais o casamento. Já os filhos o fazem apenas por tempo limitado.

Estudos europeus apontam que durante a gravidez e o primeiro ano de vida da criança é mais baixa a chance de os pais se separarem.

Mas, à medida que os filhos crescem, esse deixa de ser um fator importante, e a probabilidade de separação volta a ser igual à de casais que nunca tiveram filhos.

RELAÇÃO IGUALITÁRIA

Embora não haja uma receita para o sucesso da união, existem fatores preponderantes. O mais eficiente é a distribuição das tarefas familiares e domésticas entre o homem e a mulher. Quanto mais igualitária for, menores são os riscos de ruptura.

A maioria dos religiosos ouvidos pela Folha não se surpreendeu com os dados.

Para o padre Eduardo Henriques, a religião “entra em diálogo com outros elementos da cultura e há níveis diferentes de adesão à fé”. Há desde o sujeito que se casa na igreja só para contentar a família até os que realmente creem no sacramento.

O pastor batista Adriano Trajano é mais veemente: “Religião não segura nada. O casamento deve estar seguro por amor, confiança, caráter e dedicação. Nenhuma dessas virtudes é conferida pela religião. O indivíduo precisa ser educado nelas”.

Marcos Noleto, teólogo adventista, diz que o abismo entre teoria e prática vai além do casamento: “Em números redondos: só 20% são dizimistas; 30% frequentam os cultos do meio de semana”.

Uma exceção parcial é o pastor luterano Waldemar Garcia Jr.: “As estatísticas podem até afirmar algo diferente, mas vejo que a religião auxilia na manutenção saudável das relações. Temos um trabalho de aconselhamento, com função preventiva”.

Hélio Schwartsman

Fonte : Folha SP, 22 jul 2010