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Biocombustíveis e especulação contribuem para fome, diz estudo

Fatores causados pelo homem, como o uso da agricultura para biocombustíveis e a especulação no preço de alimentos, são determinantes para a fome nas partes mais pobres do mundo, segundo relatório divulgado nesta terça-feira pelo centro de pesquisas sediado nos EUA International Food Policy Research Institute.

[BBC Brasil, 11 out 11] O estudo diz que a volatilidade nos preços dos alimentos afetou bastante os mais pobres, que não conseguiram se adaptar às mudanças.

A volatilidade seria causada por três fatores principais: o uso de alimentos para a produção de biocombustíveis, eventos meteorológicos extremos e mudanças climáticas, além do o aumento das transações envolvendo produtos agrícolas nos mercados financeiros.

A situação seria agravada por uma diminuição nas reservas mundiais de grãos e por uma dependência dos poucos exportadores de alimentos.

Outro complicador seria a falta de informações disponíveis que evitem reações intempestivas nos mercados quando ocorram variações menores na oferta de alimentos. Continue lendo

Relatório aponta 26 países com nível de fome alarmante

[France Presse, Folha SP, 11 out 11] Um relatório publicado nesta terça-feira pelo IFPRI (Instituto Internacional de Investigação sobre a Alimentação), em parceria com mais três ONGs, indicou que 26 países, em sua maioria da África-subsaariana e Ásia, apresentam níveis de fome “alarmantes” ou “muito alarmantes”.

O relatório sobre o Índice de fome no mundo em 2011, assinado também pela Acted (Agência de Ajuda de Cooperação Técnica e Desenvolvimento), a Concern Worldwide e Welthungerhilfe, mostra que “o número de famintos caiu desde 1990, mas não significativamente, pois segue alto o nível o que correspondente a uma situação grave”.

Baseado em dados coletados entre 2004 e 2009, o IFPRI calculou o número da fome a partir de três critérios: a taxa de desnutrição, a taxa de desnutrição infantil e a taxa de mortalidade infantil. Com isso, o índice dos países eram classificados em 5 categorias: baixo, moderado, grave, alarmante e muito alarmante.

Mundialmente o índice de 2011 diminuiu 26% em relação a 1990, e passou de 19,7 para 14,6 –medição considerada grave.

De um total de 122 países pesquisados, os quatro que apresentam um índice muito alarmante são os africanos Burundi, Chade, Eritreia e República Democrática do Congo. Continue lendo

Para ONU, 750 mil somalis correm risco de morte por causa da fome

Refugiados aguardam por alimentos na Somália, onde a ONU declarou sexta região em estado de fome

[Folha SP, 5 set 11] A crise alimentar na Somália se estendeu a Bay, a sexta região do sul do país na qual foi declarada estado de fome de um total de oito, e ameaça se expandir ainda mais nos próximos meses, informou nesta segunda-feira a ONU em comunicado divulgado em Nairobi.

Segundo o órgão, a saúde de 750 mil pessoas corre um risco iminente e pode levá-las à morte na Somália, onde cerca de 3,5 milhões de pessoas, aproximadamente metade da população do país, sofrem com a crise alimentar. Continue lendo

Metade das famílias no noroeste do Quênia come uma vez por dia

Mulheres e crianças da região de Turkana, no noroeste do Quênia, aguardam pela distribuição de comida- Simon Maina/France Presse

[Folha SP 8 ago 11] Cerca de metade das famílias vivendo na região de Turkana, no noroeste do Quênia, não consegue se alimentar mais de uma vez ao dia, segundo relatos do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), por causa da grave seca que assola a região do Chifre da África.

A situação dos quenianos na região fronteiriça com Uganda, Sudão do Sul e Etiópia fica pior devido à ameaça de ladrões sudaneses e etíopes que criam obstáculos à distribuição da ajuda alimentar, de acordo com a Cruz Vermelha local. Continue lendo

Deslocados internos pela fome na Somália ultrapassa 100 mil

[ONU Brasil, 26 jul 11] Mais de 100 mil deslocados internos chegaram à capital da Somália, Mogadíscio, nos últimos meses em busca de alimentos, água e abrigo. A informação foi dada nesta terça-feira (26/07) pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

De acordo com a porta-voz da agência, Vivian Tan, o número de deslocados tem aumentado diariamente, com uma média de mil novas chegadas no mês de julho. Este aumento tem dificultado a entrega de alimentos, insuficiente para atender todas as demandas. Continue lendo

Seca, pobreza e ausência do Estado agravam a fome na Somália

ONU declara estado de fome em duas regiões do sul da Somália gravemente afetadas por aquela que pode ser a pior seca das últimas décadas no Chifre da África.

[DW, 20 jul 11] Nesta quarta-feira (20/07), as Nações Unidas declararam estado de fome em duas regiões do sul da Somália controladas pelos rebeldes islamitas shebab e atingidas pela grave seca, advertindo para a possibilidade de a situação se alastrar para todo o sul do país. As regiões são o sul de Bakool e Lower Shabelle.

A ONU estima que cerca de metade da população somali – que soma cerca de 3,7 milhões de pessoas, das quais 2,8 milhões vivem no sul – estão em situação de crise. Mais de 10 milhões de pessoas são atingidas na região do Chifre da África pela seca que, segundo as Nações Unidas, poderá ser a pior das últimas décadas. Continue lendo

Seca e fome atingem Somália

População busca abrigo no Quênia e na Etiópia

[Planetasustentável, 18 jul 11] Dezenas de milhares de pessoas estão fugindo da seca e da fome na Somália, em busca de alimentos e água em campos de refugiados no Quênia e na Etiópia, relata a ABC News. A crise surgiu por uma combinação letal de uma seca de dois anos, um enorme aumento mundial dos preços de alimentos e uma brutal guerra civil na Somália, onde grupos de ajuda têm dificuldade de operar. Os somalis estão andando até 60 quilômetros para chegar ao complexo de Dadaab, no leste do Quênia, o maior campo de refugiados do mundo. A trilha pode levar semanas, numa área desolada, a não ser pelas carcaças encontradas pelo caminho. Continue lendo

A Geopolítica da Fome ~ por Miguel do Rosário

[Miguel do Rosário, Revista Fórum, 29 jun 11] O aumento do poder aquisitivo das populações pobres corresponde a valores tão pequenos que qualquer pico no preço dos alimentos pode gerar crises humanitárias, como a que houve em 2009, quando o número de pessoas sub-alimentadas registrou forte alta.

No dia 7 de setembro do ano 2000, durante um dos debates realizados na Conferência do Milênio, na sede das Nações Unidas, Nova Iorque, o então presidente do Conselho de Estado da República de Cuba, Fidel Alejandro Castro Ruz, fez o discurso mais contundente daquele dia. O que impressionou o mundo, no entanto, não foi a voz possante, nem a conhecida oratória desenvolta do velho comunista, e sim a informação que ele martelou no ouvido dos milhões que o acompanhavam, via rádio ou TV, em todo o planeta. “820 milhões de pessoas passam fome no mundo, 790 milhões delas vivem no Terceiro Mundo”, disse Fidel.

Passaram-se dez anos, e as coisas não mudaram muito. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a quantidade de pessoas consideradas sub-alimentadas no planeta em 2010 era de 925 milhões, o que até poderíamos considerar como notícia positiva, visto que em 2009 (em função da crise financeira que assolou as economias centrais) o número havia atingido a marca de 1,023 bilhão de seres humanos. Continue lendo

O silêncio da miséria, onde vagam os vassalos do feudalismo nordestino ~ por Arnaldo Jabor

Você já viajou pelo interior de Alagoas? Há alguns meses eu fui de carro até uma cidade a apenas uma hora e meia de Maceió. Parecia um deserto vermelho de barro, pontilhado de miseráveis vilarejos de uma só rua.

O motorista dizia: “isso aqui é tudo de Renan, isso aqui de Lira, isso aqui de fulano, sicrano”. Eu olhava e só via vazios com algumas almas penadas nas estradas. “E isso aqui é do MST.”

Andamos meia hora sem ver casas, nem plantações, além de algumas usinas desativadas. Era o silêncio da miséria, a paz do nada, onde vagam os vassalos do feudalismo nordestino. Aqueles municípios paralíticos já são catástrofes secas, só que silenciosas, paradas no tempo.

De repente, esta tragédia fixa, quase invisível, se transformou em uma tragédia bruta e retumbante. Ai, o verdadeiro Brasil apareceu diante de nós: abandonado, sem verbas, só usadas por interesses políticos do governo.

Só nos restou a solidariedade, mas como sentir a dor de um pobre homem catando comida na lama para dar ao filho chorando no colo? Dizendo o que? “Aí que horror?”

A solidariedade tinha de vir antes para proteger aqueles brasileiros raquíticos, famintos, analfabetos, que só são procurados pelos donos do nordeste para votos ou para serem “laranjas” em roubalheiras das oligarquias.

Fonte: Globo, 30/06/10 por Arnaldo Jabor

Número de famintos ultrapassou 1 bilhão em 2009, diz ONU

Fonte: Reuters, via Agência Estado
ROMA – A combinação de crise dos alimentos e recessão econômica mundial fez o número de pessoas com fome ultrapassar a marca de 1 bilhão em 2009, informaram nesta quarta-feira, 14, vários organismos da ONU, confirmando uma sombria previsão.

A Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) disseram que 1,02 bilhões de pessoas – aproximadamente 100 milhões a mais do que no ano passado – sofrem desnutrição em 2009, o número mais elevado em quatro décadas.

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