Executivos contam como lidam com o apagão de profissionais e apontam possÃveis soluções para o problema
[Texto de Luis de França, publicado na Você S/A, 28 out 2010]
O medo de um apagão de profissionais provocado pelos gargalos da educação, que não consegue formar mão de obra qualificada na quantidade que o mercado demanda, preocupa 63% dos presidentes de empresa no Brasil. Uma pesquisa realizada pela consultoria PricewaterhouseCoopers com 1 150 executivos de grandes corporações no mundo (70 deles brasileiros) mostra que essa inquietação supera outras ameaças ao desenvolvimento, como os custos de energia, as mudanças climáticas e até mesmo a escassez de recursos naturais. Em ano de eleição presidencial, essa deveria ser a bandeira dos candidatos, mas até o fechamento desta edição os três primeiros colocados na corrida presidencial ainda não tinham apresentado um plano de governo que contemple o assunto. Não por acaso, os brasileiros são os mais céticos em relação à capacidade do governo de resolver o problema. Enquanto na China, 52% dos CEOs acreditam que o governo está combatendo o mal da falta de mão de obra qualificada, na Holanda essa confiança no governo é de 37%, na Ãndia é de 33% e no Brasil é de apenas 10%.
Uma das alternativas para resolver a questão é o maior investimento na formação técnica. “O Brasil tem de investir em cursos técnicos, que é uma qualificação rápida e em dois anos o profissional consegue entrar no mercado de trabalho”, diz Juan Quiró, presidente do Grupo Advento e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). “Mas, para isso, é necessário mapear o paÃs e verificar as vocações produtivas de cada região e focar em cursos especÃficos para cada habilidade.” Continue lendo