Nossa sociedade, como todas as outras, tem seu próprio critério para identificar, classificar e retribuir as pessoas. Valorizamos etnia (cor da pele), quantidade de diplomas, posses, poder, influência, performance… Somos, individualmente, o resultado aritmético de nossos sucessos e fracassos.
Há os que mesmo recém nascidos já acumulam ativos ou passivos consideráveis. No Brasil de hoje, por exemplo, o perfil dos que nascem com os maiores passivos é: mulher, negra, pobre, filha de um relacionamento instável, ou seja, sem pai conhecido. Estas, se sobreviverem às condições miseráveis de sanidade básica, na adolescência e juventude terão que lutar muito mais que outras meninas de perfil diferente simplesmente para serem reconhecidas como gente, identificadas e, quiçá, amadas.
Nossas mega cidades estão repletas de gente solitária em meio à multidão. Não faltam cinemas, praças, teatros, clubes, salões de festa… Mas quanta angústia em meio a tanta diversão. Há uma pandemia de tédio em meio a um mundo de entretenimento. Continue lendo