[Olga de Mello, Valor Econômico, 23 ago 2011] Antes restritos aos espaços mais discretos das grandes livrarias, os livros religiosos conquistaram o paraÃso das vitrines. Grandes editoras brasileiras se renderam não somente ao tema, mas também a autores que são padres. A religião é o segmento que mais cresceu entre 2009 e 2010, a ponto de figurarem em listas à parte dos demais gêneros. A partir do surpreendente desempenho de “Ãgape†(Globo Livros, R$ 19), do padre Marcelo Rossi, que desde agosto de 2010 vendeu mais de 4 milhões de exemplares, os tÃtulos assinados por padres migraram para a lista de vendas gerais.
Em 2010, foram vendidos no paÃs 437,9 milhões de livros, sendo 202,6 milhões didáticos e 74 milhões religiosos. No entanto, quando se compara a variação entre 2009 e 2010 em total de exemplares vendidos, os religiosos ganham (aumento de 17,3% contra 15,42% dos didáticos). A pesquisa “O Comportamento do Setor Editorial Brasileiroâ€, divulgada pelo Sindicato Nacional de Editores de Livros e pela Câmara Brasileira do Livro, é respondida diretamente pelas editoras, que definem o gênero do que produzem.
Segundo alguns editores, a autoajuda seria a melhor classificação para esses livros, que apontam os ensinamentos de Cristo como resposta para as angústias humanas. A presidente do Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel), Sônia Jardim, afirma que as segmentações são ditadas pela comercialização. “Até hoje nada se compara ao sucesso de ‘Ãgape’, que fica na fronteira entre o religioso e obras gerais, onde os livros inspiracionais se encaixam. Em um paÃs de população majoritariamente católica, em um momento em que se busca alguma explicação para as coisas da vida, a religião preenche essa demandaâ€, diz Jardim. Continue lendo