[Leonardo Sakamoto, 1 jul 11] De tempos em tempos, vem à tona a notÃcia de que mais uma criança indÃgena morreu por desnutrição em algum lugar do Brasil. O avanço da agropecuária e das cidades têm expulsado muitos povos tradicionais de suas terras ou transformando-as em favelas, o que tira deles sua autonomia alimentar. Não é coincidência, portanto, que o Estado que é a principal ponta-de-lança do agronegócio nacional, o Mato Grosso, seja também o que apresenta os números mais preocupantes de morte de crianças. É claro, sem contar o sempre presente Mato Grosso do Sul, que é hour concours no quesito “roubo de terras de populações indÃgenas e apropriação ilegal de sua força de trabalho†.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lançou, nessa quinta, o Relatório de Violência Contra os Povos IndÃgenas no Brasil -2010 destacando que a mortalidade infantil indÃgena cresceu 513% se comparada a 2009. Ao todos, foram 92 crianças mortas por desnutrição ou por doenças facilmente tratáveis. O Cimi destacou a situação do povo Xavante da Terra IndÃgena Parabubure, no Mato Grosso, onde 60 crianças morreram vÃtimas de desnutrição, doenças respiratórias e doenças infecciosas – o que equivale a 40% do total de nascimentos no perÃodo.
De acordo com o Conselho, o fato é conseqüência do descaso e do abandono em que vivem os indÃgenas do paÃs, sendo as crianças a população mais vulnerável. No Mato Grosso, a assistência médica é precária, faltam equipamentos, médicos, enfermeiros, medicamentos e transporte para levar os doentes até a cidade. Continue lendo