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28% das mulheres assassinadas no país morrem em casa

[Folha SP, 8 ago 11] O ambiente doméstico é cerca de três vezes mais perigoso para as mulheres do que para os homens. Dentre as mulheres assassinadas no país, 28,4% morreram em casa. O número é quase três vezes maior do que a taxa entre os homens, de 9,7%.

As informações são do Anuário das Mulheres Brasileiras 2011, compilação de dados sobre a situação da mulher no país divulgado em julho pela Secretaria de Políticas para Mulheres do governo federal e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Os dados sobre o local de morte em assassinatos são de 2009.

A residência é o segundo local mais “perigoso” para as mulheres. De acordo com o anuário, as mortes por assassinato de mulheres ocorrem em primeiro lugar na via pública (30,7% dos casos), em segundo lugar em casa (28,4%) e em terceiro lugar no hospital (23,9%). Continue lendo

Pornografia na web não é mais um império masculino

Consumo de conteúdos adultos cresce entre mulheres. Até as produções em vídeo ganham um novo gênero: o pornô feminino

[Paula Reverbel, Veja, 9 jul 11] Um dormitório da casa da família Balboa, em Recife, mantém sua porta fechada durante toda a noite. Lá dentro, sentada diante de um computador, uma pessoa conecta o fone de ouvido na máquina e atravessa a madrugada com os olhos grudados no monitor, assistindo a quantos vídeos aguentar, até ser vencida pelo sono. O restante da noite é gasto na troca de mensagens com contatos em redes sociais ou salas virtuais de bate-papo, à procura de mais filmes do gênero consagrado como “pornô”. É assim que a fotógrafa Tati, de 27 anos, gosta de gastar o tempo livre.

Ela faz parte de um número crescente de mulheres que apreciam pornografia na internet – e investem nisso tempo e dinheiro. Sim, a exemplo de games, computadores e futebol, esse também não é mais um território exclusivamente masculino. “O consumo de conteúdos pornográficos foi tradicionalmente comum entre homens. Porém, aos poucos, temos observado esse comportamento também entre mulheres”, diz Marco Scanavino, responsável pelo Ambulatório de Impulso Sexual Excessivo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. “A pornografia passou a fazer parte dos recursos válidos para buscar a satisfação sexual – uma busca que hoje é vista como um direito.” Continue lendo

Quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica, diz estudo

[Vinicius Konchinski, Agência Brasil, 4 jul 11] Quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. O número consta do Anuário das Mulheres Brasileiras 2011, divulgado hoje (4) pela Secretaria de Políticas para as Mulheres do governo federal e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese).

O anuário reúne dados referentes à situação das mulheres no país. Os números sobre a violência doméstica, por exemplo, são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a Pnad, 43,1% das mulheres já foram vítimas de violência em sua própria residência. Entre os homens, esse percentual é de 12,3%. Continue lendo

Onda de estupros coletivos causa preocupação e polêmica no Irã

[Folha SP, 16 jun 11] Relatos recentes de estupros coletivos praticados por gangues no Irã estão causando preocupação entre as mulheres e levantando questionamentos sobre valores sociais no país, informa Mohammad Manzarpour, do serviço persa da BBC.

Em uma aldeia religiosa e conservadora perto da cidade de Isfahan, mulheres que participavam de uma festa privada foram sequestradas no ano passado e foram vítimas de estupros coletivos perpetrados por criminosos que as ameaçaram com facas.

Uma semana depois, uma estudante universitária foi atacada e violentada por desconhecidos em um campus fortemente protegido na cidade sagrada de Mashhad.

Em ambos os casos, autoridades acusaram as vítimas de não usarem véus ou hijabs e de comportamento “não islâmico”. Continue lendo

Afeganistão é o pior lugar do mundo para a mulher, diz estudo

Mulheres afegãs carregam água em baldes em meio a um cemitério de Cabul; capital tem infraestrutura precária / Syed Jan Sabawoon / Efe

[Folha SP, 15 jun 11] Uma pesquisa entre especialistas da Fundação Thomson Reuters, de Londres, classificou o Afeganistão como o lugar mais perigoso do mundo para as mulheres viverem. Entre os motivos estão os altos níveis de estupro, violência doméstica, mutilação genital e ataques com ácido.

Congo, Paquistão, Índia e Somália ficaram em segundo, terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente.

O estudo foi encomendado à TrustLaw, um serviço de notícias judiciais da Thomson Reuters e foi divulgado durante o lançamento da seção especializada em mulheres.

“Conflitos constantes, ataques aéreos da Otan e práticas da cultura local fazem do Afeganistão um lugar muito perigoso para as mulheres”, disse Clementina Cantoni, uma ativista humanitária baseada no Paquistão que trabalha para o departamento de ajuda internacional da Comissão Europeia.

O serviço de notícias entrevistou 213 especialistas em gênero de cinco continentes que utilizaram cinco fatores em suas análises: ameaças à saúde, violência sexual, violência não sexual, fatores culturais ou religiosos, falta de acesso a recursos e tráfico humano.

36% das mulheres presas em São Paulo nunca recebem visita

[Estado SP, 13 jun 11] A detenta F.N., de 25 anos, ficou três anos e meio no regime fechado por tráfico de drogas. Foram 912 “longos e duros dias” sem receber nenhuma visita. “Fiquei sem ver minha mãe e minha filha, que hoje tem 7 anos. O pai dela é Minas Gerais e nunca apareceu”, diz ela, que é de Aparecida, no Vale do Paraíba, e pediu para não ser identificada. A história dela não é exceção. O abandono é como uma pena automática para as mulheres que vão para atrás das grades. Das 5.198 mulheres entrevistadas por Mutirão da Defensoria Pública de São Paulo, 36% declararam nunca terem recebido uma visita.

Outras 18% recebem apenas raramente – menos de uma vez por mês. A situação é ainda pior entre as casadas ou com união estável: cerca de 80% nunca receberam alguém. Como ressalta o 1º Subdefensor Público Geral, Davi Eduardo Depiné, as mulheres sofrem com o abandono dos parceiros e da familiares, que em geral não aceitam o fato delas terem sido presas. “A maioria dos homens recebe visitas semanalmente.” Apenas 14% das mulheres têm esse privilégio, mostrou o levantamento. Continue lendo

Jovem muçulmana é apedrejada até a morte

[O Globo, 31 mai 11] Uma jovem muçulmana de 19 anos foi encontrada morta em uma aldeia na região da Crimeia, na Ucrânia. Katya Koren foi julgada pela Sharia, lei islâmica, e apedrejada até a morte depois de participar de um concurso de beleza, informou o jornal britânico “Daily Mail”.

Segundo amigos da vítima, ela gostava de vestir roupas modernas e ficou em sétimo lugar no concurso. O corpo de Katya foi encontrado enterrado em uma floresta e encontrado uma semana após o desaparecimento da jovem. A polícia ucraniana abriu um inquérito para investigar o caso. Por enquanto, a principal suspeita é que três jovens muçulmanos tenham assassinado a adolescente, usando como preceito a Sharia, lei muçulmana.

Um dos três suspeitos, Bihal Gaziev, de 16 anos, está preso e confessou a polícia que não tem nenhum arrependimento no crime, porque a jovem havia “violado a Sharia”.

Aborto seletivo pode explicar déficit de 8 milhões de meninas na Índia

Anushka, bebê que quase foi abortado na Índia

[BBC Brasil, 25 mai 11] A indiana Kulwant (aqui chamada por um nome fictício, por razões legais) tem três filhas com idades de 24, 23 e 20 anos e um filho com 16.

No período entre os nascimentos da terceira menina e do menino, Kulwant engravidou três vezes, mas foi forçada pela família a abortar os bebês após exames de ultrassom terem confirmado que eram do sexo feminino.

O caso ilustra um problema cada vez mais grave na Índia: o censo de 2011 no país revelou um forte declínio no número de meninas com menos de sete anos.

Militantes que fazem campanha para que a prática de abortar meninas seja abandonada temem que oito milhões de fetos do sexo feminino tenham sido abortados na última década. Para alguns, o que acontece hoje na Índia é infanticídio.

“Minha sogra me insultava por eu ter tido apenas meninas. Ela disse que seu filho ia se divorciar de mim se eu não tivesse um menino”, disse Kulwant.

Ela contou que tem vívidas lembranças do primeiro aborto. “O bebê já tinha quase cinco meses. Ela era linda. Eu tenho saudades dela e das outras que matamos”, ela contou, enquanto secava as lágrimas com as mãos. Continue lendo

Crianças já ficam de fora dos planos de 14% das mulheres

[Folha SP, 10 mai 11] Cada vez mais mulheres decidem não ter filhos. E não há Dia das Mães nem pressão familiar que as façam mudar de ideia.

Nos últimos 50 anos, a média de filhos por mulher no Brasil caiu de 6,1 para 1,9. Muitas só diminuíram o número de herdeiros, mas uma grande parte decidiu voluntariamente ficar para tia.

Segundo o demógrafo José Eustáquio Alves, pesquisador da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, sempre houve uma porcentagem de mulheres sem filhos.

Eram as chamadas solteironas ou aquelas que tinham problemas para engravidar, em torno de 10% da população. “Hoje, estima-se que 14% não são mães.”

Esse crescimento aconteceu na última década, motivado por razões que vão muito além da popularização da pílula anticoncepcional. Continue lendo

ONU alerta sobre violência sexual na Costa do Marfim, Líbia, no Congo e em regiões de Angola

[Renata Giraldi, Agência Brasil, 15 abr 11] Aumentou o número de denúncias de violência sexual nos conflitos armados na Costa do Marfim, Líbia, no Congo e em algumas regiões de Angola. O alerta foi feito ontem (14) pela  representante especial do secretário-geral sobre a Violência Sexual em Conflito nas Nações Unidas,  Margot Wallström. Para ela, é urgente que as autoridades tomem providências efetivas antes que a situação se agrave.

As informações são das Nações Unidas. “Mesmo na  tirania da urgência, as provas concretas aparecem”, afirmou Wallström durante apresentação no Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Nossos esforços são para defender a segurança internacional e isso não será completo se não incluir o fim da violência sexual antes mesmo de ela começar.”

A representante lembrou que em dezembro de 2010, o Conselho de Segurança aprovou a resolução que define a necessidade de acabar com a impunidade para os crimes sexuais e recomenda a adoção de medidas para lidar com a “violência sexual generalizada e sistemática” em situações de conflito armado. Continue lendo

Anorexia já atinge mulheres com mais de 40 anos

[Folha SP, 31 mar 11] A anorexia nervosa, transtorno que faz a pessoa comer cada vez menos e nunca estar satisfeita com seu peso, expande suas fronteiras.

A maioria das pacientes ainda é composta por adolescentes, mas o distúrbio é cada vez mais diagnosticado em mulheres maduras.

Em clínicas e ambulatórios como o do Proata (Programa de Orientação e Atenção ao Pacientes com Transtorno Alimentar), da Unifesp, duas em cada dez pacientes têm mais de 40 anos.

“Há alguns anos, os grandes relatos médicos sobre anorexia nem faziam referência às mais velhas”, diz o psiquiatra Táki Cordás, coordenador do Ambulim (Ambulatório de Transtornos Alimentares) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Elas já são notadas. “Mesmo quando estão na casa dos 50 ou 60 anos, as mulheres praticam comportamentos extremos para modificar seu peso e seus corpos”, afirma Cynthia Bulik, diretora do Programa de Transtornos Alimentares da Universidade da Carolina do Norte (EUA). Continue lendo

Mulher processa hotel por ser presa após denunciar estupro

[BBC Brasil, 30 mar 11] Uma mulher australiana que passou oito meses na prisão nos Emirados Árabes após ter ido a polícia sob queixas de sido estuprada e drogada está processando o hotel em que a suposta violação teria ocorrido.

Alciia Gali foi condenada a 12 meses de prisão após ter alegado ter sido violentada por três colegas de trabalho, quando bebia com colegas no bar do Le Meridien Al Aqah Beach Resort, nos Emirados Árabes, em junho de 2008.

Após ter relatado o crime à polícia, Alicia Gali acabou sendo presa por adultério e cumpriu uma pena de oito meses, depois de ter sido perdoada em março de 2009 e de ter regressado à Austrália.

A australiana acabou presa por ser ilegal manter relações sexuais fora do casamento nos Emirados Árabes e ela foi acusada e condenada de ter feito ”sexo consensual”. Estupro só é considerado crime no país se quatro homens muçulmanos testemunharem o ocorrido.

Advogados

”O ex-empregador de Alicia abandonou-a da forma mais terrível. Ela foi drogada e em seguida violentada por três ou quatro colegas. Quando a segurança do hotel foi informada do que aconteceu, eles não fizeram nada para ajudá-la. O gerente de recursos humanos do hotel não avisou para a sra. Gali quais seriam as consequências que ela sofreria ao relatar o crime. Para piorar ainda mais, ela foi presa por ter relatado esse crime hediondo.”, afirmou a advogada Melissa Payne, que representa a australiana. Continue lendo