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Polícia liberta mulheres grávidas de ‘fazenda de bebês’ na Tailândia

[BBC Brasil, 25 fev 2011] A polícia tailandesa desbaratou uma operação de tráfico de pessoas que vendia pela internet o serviço de barriga de aluguel e mantinha as grávidas confinadas num sítio em Bangcoc.

Oficiais do departamento de imigração prenderam 13 mulheres vietnamitas em uma casa na região de Ramkhamhaeng na quarta-feira.

Sete estavam grávidas e uma outra teria dado à luz na segunda-feira em um hospital no distrito de Min Buri.

Elas vinham sendo mantidas por chineses de Taiwan que administravam o negócio considerado ilegal.

Algumas mulheres disseram que aceitaram servir de barriga de aluguel devido à promessa de pagamento de US$5,5 mil (cerca de R$ 9,1 mil), mas foram enganadas e tiveram seus passaportes apreendidos pela organização, informou a imprensa local. Continue lendo

Ipea: Mais de 90% querem investigação de crimes de violência doméstica mesmo sem queixa da vítima

[Gilberto Costa, Agência Brasi, 7 dez 2010]

O velho ditado “em briga de marido e mulher não se mete a colher” parece estar superado entre os brasileiros. Para 91% da população, crimes de violência doméstica contra a mulher devem ser investigados mesmo que a vítima não queira ou retire a queixa inicial. É o que conclui a pesquisa sobre a percepção social a respeito de violência contra as mulheres divulgada hoje (7), em Brasília, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Na avaliação de Maria Aparecida Abreu, coordenadora de Igualdade de Gênero do Ipea, a população avalia que “um tapinha dói”; que a violência doméstica é um “problema de toda a sociedade”; e que o Estado deve intervir e “meter a colher”, disse.

A obrigação do Estado em apurar esse tipo de crime, mesmo nos casos em que a queixa é retirada, está em análise no Supremo Tribunal Federal (STF) que julga uma ação da Procuradoria-Geral da República contra uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que considerou ilegal o trecho da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) que dispensa a representação da vítima. Continue lendo

Uma em cada quatro brasileiras já foi agredida pelo companheiro ou ex-companheiro

[Isabela Vieira, Agência Brasil, 15 dez 2010]

Rio de Janeiro – Uma em cada quatro mulheres foi agredida fisicamente pelo cônjuge ou ex-cônjuge entre setembro de 2008 e setembro de 2009. Do total de mulheres agredidas, 280 mil (25,9%) foram vítimas de seus companheiros, constatou pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Feito com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, o suplemento divulgado hoje (15) visa a traçar um perfil sociodemográfico das vítimas de agressão no país, a partir de informações coletadas entre setembro de 2008 e o mesmo mês de 2009.

Outra constatação do levantamento é que 2% dos homens foram agredidos por companheiras ou ex-companheiras. Em 29,1% dos casos, eles foram vítimas de pessoas conhecidas. Em relação às mulheres que sofreram violência, esse percentual é mais alto: 32,4%.

Quanto ao local de ocorrência da agressão, a pesquisa não aponta exatamente onde as mulheres são mais vitimizadas. Porém, informa que, no caso da violência praticada por cônjuges ou ex-cônjuges, 80,5% ocorreram na própria residência, tanto entre as mulheres quanto entre os homens.

“Os homens se sentem no direito de tratar a mulher como inferior, como propriedade deles”, avaliou uma das coordenadoras da Organização não governamental (ONG) Criola, Jurema Werneck. Para ela, “apesar das conquistas femininas”, o perfil das agressões mostra que a sociedade ainda tolera esse comportamento masculino.

Do total de entrevistados agredidos, a maioria foi vítima de desconhecidos (39% dos casos). O número de agressores conhecidos é de 36,2%. Em 12,2% dos casos, os cônjuges foram citados, seguidos de parentes (8,1%), policiais ou seguranças particulares (4,5%).

Sakineh libertada: vitória do futuro ~ por Miriam Leitão

[Publicado no blog, 7 dez 2010] A notícia de libertação da iraniana é maravilhosa. Às vezes, a luta por uma pessoa se transforma na luta por um princípio. Isso foi o que tanta gente boa no mundo entendeu e no Brasil também. Houve mobilização pela internet, abaixo assinado, campanhas.

Aqui, houve uma campanha no twitter do #ligaLula, pedindo que o presidente brasileiro usasse sua influência e amizade com o lider iraniano pedindo por ela. Ele relutou e disse que era assunto interno e depois, por força do palanque, mas em boa hora, começou a usar os canais diplomáticos e as declarações em favor da iraniana.

A primeira vitória foi o cancelamento do apedrejamento. A segunda e definitiva é a libertação, coisa que todos os que assinaram o abaixo-assinado queriam. A entrevista da presidente eleita do Brasil, Dilma Rosseff, foi claríssima em dizer que seria ainda mais intransigente nessa questão.

O apedrejamento é uma forma bárbara de morte que tem que ser abolida. Mas o caso da Sakineh tinha também outros elementos: ela “confessou” o adultério depois de levar 99 chibatadas. O processo no meio foi transformado de adultério em acusação de suposta participação no assassinato. O advogado perseguido teve que se exilar. O filho que lutava pela mãe também foi perseguido e preso. Enfim, toda a face autoritária do governo de Mahmoud Ahmadinejad apareceu nesse caso. Continue lendo

Irã executa ex-amante de jogador de futebol

Shala: confissão retratada e protesto durante julgamento

[BBC Brasil, 1 dez 2010]

A ex-amante de um famoso jogador de futebol do Irã foi executada na manhã desta quarta-feira em Teerã, apesar de apelos internacionais por clemência. Shala Jahed foi enforcada ao amanhecer no pátio da prisão de Evin.

Presa há nove anos, a iraniana tinha sido condenada pelo assassinato, a facadas, de Laleh Saharkhizan, esposa de Naser Mohammadkhani, estrela do futebol que alcançou fama nos anos 80 e 90. Sua condenação foi baseada em uma suposta confissão, que ela depois disse ser falsa durante um julgamento público.

Na terça-feira, o grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional disse que havia provas consideravelmente boas de que ela tinha sido condenada erradamente.

Seu caso ganhou ainda mais notoriedade após o apelo internacional contra o apedrejamento de Sakineh Ashtiani, acusada de trair e matar seu marido.

Jahed era considerada uma “esposa temporária” do jogador. Autorizado pela lei iraniana, um casamento temporário pode durar de alguns dias a alguns anos, desde que o marido arque com as despesas da mulher. A união pode, em seguida, ser anulada ou renovada. Continue lendo

Brasil se une a Portugal e a Espanha no combate a exploração sexual infantojuvenil

[Publicado na Rede de Mobilização Social, 29 nov 2010]

O combate à violência Sexual infantojuvenil no Brasil já extrapola fronteiras. No rastro de redes organizadas que atuam no aliciamento de nossos jovens e adolescentes está a rede de enfrentamento, formada por instituições governamentais, não governamentais, empresas públicas e privadas, que apoiam o ViraVida. O projeto do Conselho Nacional do Sesi assegura o atendimento de 944 jovens e adolescentes, de vários estados brasileiros, por meio de processo socioeducativo, proporcionando alternativas de vida a partir da inserção no mercado de trabalho.

Como apoio, as Centrais Sindicais, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Comisiones Obreras (CCOO), Unión General de Trabajadores (UGT) e Confederação Geral dos Trabalhadores Protugueses – Intersindical nacional (CGTP-IN) realizam o Seminário “Estratégia de luta contra a exploração sexual de crianças e adolescentes”, em Madri, dias 29 e 30 de novembro e em Lisboa, dias 2 e 3 de dezembro. Continue lendo

UE e ONGs na Europa debatem problema da mutilação genital feminina

Campanha pelo fim da mutilação genital feminina
A Comissão Europeia e várias ONGs estão conclamando os países-membros da UE a apoiar vítimas de mutilação genital que vivem no bloco e proteger adolescentes do risco desta prática que viola inúmeros direitos humanos.

Praticada na África, bem como em alguns países do Oriente Médio e em comunidades da Ásia e América Latina, a mutilação genital feminina (MGF) é um termo internacionalmente reconhecido para designar o costume de cortar a genitália das mulheres.

Adolescentes são submetidas a esse procedimento por diversas razões, explica Christine Loudes, diretora de uma campanha contra a prática coordenada pela Anistia Internacional.

“A MGF não é cometida por motivos terapêuticos, mas feita em nome da tradição, da estética e, às vezes, da religião”, diz ela. O procedimento envolve uma remoção parcial ou completa da genitália externa da mulher e é geralmente executado sob condições precárias de higiene e sem anestesia, em crianças e adolescentes de até 15 anos de idade. A MGF representa uma  violação severa dos direitos humanos.

“A prática constitui tortura e degrada a vítima. Trata-se de uma violação dos direitos da mulher à integridade física e também dos direitos da criança, para citar apenas alguns”, acrescenta Loudes.

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Asia Bibi: uma cristã paquistanesa condenada à morte por blasfêmia

Cristã paquistanesa vai ser executada por blasfêmia. Mais de 30 condenados por críticas ao islão foram mortos em ataques de radicais.

[Texto de Abel C Moraes, Diário de Notícias, 19 nov 2010] Asia Bibi está perto de se tornar a primeira mulher a ser executada no Paquistão pelo crime de blasfémia contra o profeta Maomé, se não for revista, pelo tribunal de recurso de Lahore, a pena de enforcamento a que foi condenada dia 7 por um juiz da cidade de Nankana, localidade na província do Punjab.

Os cristãos representam menos de 3% dos 167 milhões de habitantes do Paquistão.

A situação da católica paquistanesa, de 45 anos, foi ontem referida pelo Papa Bento XVI ao mencionar a “difícil situação” dos cristãos naquele país, onde são “frequentes vezes vítimas de violências e discriminações”.

“Manifesto hoje, de modo particular, a minha solidariedade para com a senhora Asia Bibi e sua família. Peço que lhe seja restituída a plena liberdade, o mais rapidamente possível”, afirmou Bento XVI, que falava na Praça de São Pedro, em Roma. Continue lendo

Violência doméstica também cresce em Portugal

A secretária de Estado para a Igualdade de Portugal, Elza Pais, anunciou esta segunda-feira que, em média, o número de queixas de violência doméstica cresce cerca de 11,3 % por ano desde 2000. O Observatório de Mulheres Assassinadas registou, em 2009, 29 mortes e 28 tentativas de homicídio.

A cada dia que passa, pelo menos 18 mulheres são vítimas de violência doméstica, segundo a APAV. “Desde 2000 que o número de queixas aumenta, em média, 11,3 %”, afirmou Elza Pais, no Porto, no âmbito de uma cerimónia de apresentação dos dados relativos a 2009 do Observatório das Mulheres Assassinadas e do primeiro aniversário do Centro de Atendimento e Acolhimento a Mulheres Vítimas de Violência.

Segundo Elza Pais, este aumento do número de queixas revela que “as vítimas estão a perder a vergonha”. “Hoje, sem sombra de dúvida, as vítimas estão ganhando a capacidade de denúncia e a fazer cair o silêncio que durante muitos e muitos anos as impediu de denunciar os agressores”, frisou.

A secretária de Estado informou que existem atualmente “544 projetos” de combate a este fenômeno, de norte a sul do país. Continue lendo

Quem são e o que querem as mulheres de 20

Uma pesquisa exclusiva revela a rotina, as aspirações e os dilemas de uma geração de brasileiras que está adiando a entrada na vida adulta. Elas têm tudo o que suas mães e avós não tiveram – liberdade, dinheiro e carreira –, mas ainda sonham com filhos e o marido perfeito

Por Fernanda Colavitti

Quando fala sobre suas prioridades, a publicitária paulistana Cléia Lourenço, de 24 anos, não hesita. Diz que o investimento na carreira e na educação é seu principal objetivo. Formada há um ano, ela trabalha desde 2008 em uma agência de publicidade, na qual gerencia uma pequena equipe. Sua jornada diária é de dez horas. O excesso de trabalho é o motivo pelo qual está adiando para o ano que vem a pós-graduação e o curso de idiomas. “Quero mais experiência e reconhecimento”, afirma. Mesmo com tanta dedicação à carreira, a vida social da publicitária vai bem. Há um ano e meio sem namorado, ela diz que sai com amigos quase todos os dias e viaja nos fins de semana. O lazer consome 60% de sua renda. O resto ela gasta com a manutenção do carro e com roupas, mas ainda consegue guardar um pouco. Cléia mora com os pais, mas planeja morar sozinha no ano que vem. Quer ter mais liberdade. Quando o assunto são seus planos de longo prazo, porém, as expectativas são outras. “Daqui a uns cinco anos, penso em ter um relacionamento sério, casar e ter filhos”, afirma. “Tudo certinho, como manda o figurino.” Ela diz que depois de casar não pretende abrir mão da profissão, mas que vai trabalhar menos para se dedicar ao marido e aos filhos: “A ideia é trabalhar bastante agora para poder reduzir depois”. Continue lendo

A sexualidade do brasileiro

Flying butterfly with burning heart

Ivan Lessa, em sua coluna de hoje na BBC Brasil traz dados de uma pesquisa recente feita na América Latina sobre sexualidade. Ela traz dados interessantes. Veja um trecho do artigo:

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Não é só em criação de riquezas e novas classes sociais que o Brasil ocupa lugar de primazia na América Latina. A Tendencias Digitales, importante empresa especializada no mercado digital latino-americano, que investiga online seus mercados e audiências, sob encomenda do Grupo Diários America  (GDA), revelou há pouco que, numa pesquisa sobre a sexualidade dos latino-americanos, realizada em 11 países da região (inclusive Costa Rica e Puerto Rico), os brasileiros em particular, e talvez até em público, são o povo mais ligado ao sexo em suas diversas modalidades.

13,349 pessoas, via internet, foram pesquisadas e alguns resultados só surpreenderam os muito ingênuos. O Brasil é o país em que homens e mulheres têm o maior número de parceiros sexuais ao longo da vida. Uma média de 12 contra 10 do resto da América Latina em geral (inclusive Venezuela e Colômbia). Continue lendo

Simplificação de exigências impulsiona divórcio, constata IBGE

O impacto da simplificação no processo de divórcio já foi medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1998, estimou-se que 1,1% dos casamentos formalizados terminaram em divórcio. Esse índice chegou a 1,5% dez anos depois, o maior percentual do período. O crescimento foi identificado no levantamento “Estatísticas do Registro Civil 2008”, divulgado um ano após a publicação da Lei 11.441/07, que alterou o Código de Processo Civil (CPC) para permitir que separação e divórcio consensuais fossem feitos em cartório.

Segundo esse estudo, os divórcios realizados em cartório e aqueles decididos pela Justiça, sem recurso, totalizaram 188.090 procedimentos em 2008. Desse montante, 181.456 envolveram cônjuges com 20 anos ou mais de idade, faixa que experimentou um crescimento de 4,6% em relação ao ano anterior. O IBGE atribuiu esse comportamento não só à edição da lei 11.441/07, mas também à maior aceitação do divórcio pela sociedade brasileira e à ampliação no acesso aos serviços judiciais.

É importante ressaltar que a tendência de crescimento na taxa geral de divórcios foi observada em todos os estados brasileiros de 1998 a 2008. Nesse último ano, o IBGE constatou que o volume de divórcios realizados após dois anos de separação de fato (o casal não vive mais junto) representava 70,1% do total de divórcios por escritura pública ou concedidos, sem recurso, pela Justiça. Já os divórcios concretizados após um ano da separação formal (judicial ou no cartório) alcançaram a proporção de 29,8% em 2008.

Enquanto os divórcios apresentaram um ritmo de crescimento na década analisada, as separações experimentaram um declínio, registrando-se, em 2008, uma diferença de 4,9% nas de natureza consensual. Essa redução se deve, de acordo com o levantamento, ao aumento na procura pelo divórcio direto ou pelo divórcio realizado em cartório e dependente não só de consenso entre as partes, mas também da ausência de filhos menores ou incapazes.

A maior parte das separações judiciais concedidas sem recurso e formalizadas em cartório, em 2008, foi de natureza consensual (76,2%). Em todos os estados brasileiros, prevaleceu o desejo da mulher em pedir a separação. Em 2008, a iniciativa feminina motivou 71,7% das separações judiciais não consensuais.

Já a classificação por faixa etária evidenciou, no estudo do IBGE, médias de idade mais altas para os divórcios. Os homens que recorreram à separação e ao divórcio tinham em média, em 2008, 39 e 43 anos, respectivamente. Quanto às mulheres, situavam-se na faixa de idade de 35 e 40 anos, em média, ao recorrer a cada um desses procedimentos.

Fonte: Simone Franco / Agência Senado, 29 out 2010