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A fome no mundo é um problema político

Cereais: de alimento básico a objeto de especulação

Em tese, há alimentos para todos. Se mesmo assim uma em cada sete pessoas passa fome, pode-se dizer que essa é uma situação politicamente tolerada, argumenta a editora-chefe da Deutsche Welle, Ute Schaeffer.

[DW, dez 11] Um mundo sem fome, com 7 bilhões de pessoas bem alimentadas e bem nutridas, seria possível. Nosso planeta produz alimentos suficientes. A fome não é um problema causado pela natureza ou cuja razão está apenas nas crises. A fome é politicamente tolerada. Ela é aceita porque há “coisas mais importantes”, por exemplo as vozes dos consumidores e agricultores europeus.

Se nós, europeus, levássemos mesmo a sério nossos sermões sobre solidariedade, teríamos que cortar os subsídios agrícolas no continente, revolucionar os sistemas de comércio e aumentar o preço dos alimentos nos países industrializados.

As vozes dos famintos, contudo, não contam. Eles não têm lobby. Passa-se fome sobretudo – por mais bizarro que isso soe – nas regiões onde os alimentos são produzidos, ou seja, no campo, onde as pessoas vivem da agricultura familiar e não têm seus interesses representados nas instituições econômicas multilaterais. Continue lendo

Ano de 2011 bate recorde em números de minas terrestres no mundo

Até 2010, havia 4.191 artefatos registrados no mundo; tratado de proibição conta com a participação direta e apoio de 158 países

[Renata Giraldi. Agência Brasil, 23 nov 11] O ano de 2011 bateu o recorde em comparação aos anos anteriores no que se refere ao número de minas antipessoais (terrestres). Até 2010, havia 4.191 minas registradas no mundo. Os dados ainda estão sendo compilados. Mas a conclusão está no relatório da instituição independente Monitor de Minas Terrestres – formada por cinco organizações não governamentais – que monitora e informa sobre a execução de tratados humanitários e de desarmamento.

O organismo alerta que governos e grupos armados ainda fazem uso das minas antipessoais como armas de guerra. O Monitor de Minas Terrestres foi criado em 1998 e conta com o apoio de entidades civis de vários segmentos de defesa dos direitos humanos. No relatório, o organismo elogia os esforços da comunidade internacional em livrar o mundo das minas. Continue lendo

“Translating Hip Hop” discute o gênero como novo idioma global

Rappers da Alemanha, Colômbia, Quênia, Filipinas e Líbano traduziram suas letras e buscaram diferenças e semelhanças de uma cultura extremamente local e ao mesmo tempo globalizada.

[DW, 16 nov 11] Para as gerações mais velhas, o hip hop é algo difícil de entender e quase impossível de apreciar. A simplicidade musical, aliada a letras que falam a linguagem da rua, cheias de gíria, é algo que para muitos passa longe de ser arte ou de ter um valor cultural respeitável.

Para entrarmos no mundo do hip hop, primeiro precisamos entender que a cultura hip hop vai além da música. “Hip hop é o rap, grafite, breakdance, um pouco de cultura do vinil e beatbox”, declarou Ale Dumbsky, curador do “Translating Hip Hop” (literalmente, Traduzindo hip hop). O projeto, realizado em cinco países, durou dois anos e teve seu encerramento em Berlim no fim de semana.

Muitos dialetos, um idioma

O projeto começou há mais de dois anos, quando a Casa das Culturas do Mundo, em Berlim, procurou o curador com a ideia de colocar rappers alemães em contato com rappers de diferentes partes do mundo e traduzir suas letras. Veterano na cena hip hop alemã, Ale Dumbsky foi o fundador da gravadora Buback, que nos anos 1980 lançou o primeiro disco de rap em alemão. Continue lendo

O roubo do século ~ por Silvio Caccia Bava

Os bancos ficaram grandes demais. Maiores e mais poderosos que os governos, eles hoje mandam no mundo e impõem as regras do jogo financeiro internacional.

[Le Monde Diplomatique, 16 nov 11] Na crise de 2007/2008 eles impuseram que os governos pagassem as suas contas com dinheiro público, quando suas especulações no mercado não deram certo. Agora, em uma situação muito mais delicada, com os governos já endividados pelo movimento anterior, novamente essas instituições cobram o socorro dos governos nacionais e mesmo da União Européia.

Desconhecendo as lições da crise anterior e até mesmo aumentando os riscos de praticar uma especulação ainda mais intensa, muitos desses grandes bancos estão hoje super expostos num duplo sentido: tanto pela operação especulativa com derivativos, alavancando seu capital na proporção de até 1:50, como é o caso do banco francês Societé Générale; como pela compra de títulos dos governos da Grécia, Espanha, Portugal, obrigados a aceitar taxas de juros escorchantes pelo risco embutido no empréstimo. Hoje, os títulos da Grécia, pelo default anunciado, isto é, pela ameaça real do calote, valem no mercado menos que metade do seu valor de face e, se os bancos que os detém tiverem que se desfazer deles, terão grandes prejuízos. O efeito conjugado dessas duas frentes de especulação leva a um estado de endividamento dos grandes bancos internacionais que ameaça sua solvência. Continue lendo

Fome pode ser risco de segurança para o mundo

Em 2050, será preciso alimentar 9 bilhões de seres humanos. Especialistas temem que a produção de gêneros alimentícios não mais acompanhe o crescimento demográfico: conflitos podem ser a consequência.

[DW, 13 nov 11] Diante das revoltas dos famintos em Paris e Londres, no final do século 18, o pastor e economista inglês Robert Malthus desenvolveu a teoria segundo a qual a Terra, com seus recursos limitados, só seria capaz de alimentar um número limitado de pessoas. Caso a população humana ultrapassasse esse limite, ela sofreria redução, através de ondas de fome, pestes ou guerra.

Desde a Antiguidade, as revoltas causadas pela fome são um fenômeno recorrente. No ano 57 a.C., o estadista e filósofo Marco Túlio Cícero registrava os ferozes protestos em Roma devido ao aumento drástico do preço do pão. “Reinava uma inflação aguda e a fome ameaçava. E, como se não bastasse, ocorreram apedrejamentos.”

Nos anos seguintes, depois de nada menos de oito grandes crises de fome em Roma, os imperadores adotaram medidas preventivas. Os cereais egípcios passaram a ser monopolizados, servindo principalmente ao abastecimento da Itália e da capital. Assim, os soberanos preveniram novos levantes e asseguraram seu poder político. Continue lendo

O papel do Brasil em um mundo com 7 bi de habitantes

País tem condições de receber o bebê que nasce nessa superlotação, mas para envelhecer com ele de forma saudável, alguns problemas devem ser corrigidos

[Cecília Araújo, Veja, 31 out 11] A criança que nasce no Brasil neste dia 31 de outubro de 2011 viverá em um mundo de mais de 7 bilhões de habitantes – simbolizados pelo nascimento da filipina Danica May Camacho dois minutos antes da meia-noite de domingo. Em um país com mais de 190 milhões de moradores, esse bebê já integra uma parcela da população com alta expectativa de vida. Em 2100, quando ela completar 89 anos – e o mundo chegar à marca prevista de 10 bilhões de pessoas – os idosos com mais de 80 anos representarão a maior parcela da população (13,3% dos brasileiros). E diante dessa explosão demográfica, a pergunta é: o Brasil está preparado para envelhecer com esse bebê? Para o representante do Fundo da População no Brasil, Harold Robinson, que lançou o relatório sobre a Situação da População Mundial 2011, o país vive um bom momento e está relativamente à frente do restante do mundo nesse quesito. “Embora ainda tenha muitos passos a dar”, ressalva, em entrevista. Continue lendo

Relatório aponta 26 países com nível de fome alarmante

[France Presse, Folha SP, 11 out 11] Um relatório publicado nesta terça-feira pelo IFPRI (Instituto Internacional de Investigação sobre a Alimentação), em parceria com mais três ONGs, indicou que 26 países, em sua maioria da África-subsaariana e Ásia, apresentam níveis de fome “alarmantes” ou “muito alarmantes”.

O relatório sobre o Índice de fome no mundo em 2011, assinado também pela Acted (Agência de Ajuda de Cooperação Técnica e Desenvolvimento), a Concern Worldwide e Welthungerhilfe, mostra que “o número de famintos caiu desde 1990, mas não significativamente, pois segue alto o nível o que correspondente a uma situação grave”.

Baseado em dados coletados entre 2004 e 2009, o IFPRI calculou o número da fome a partir de três critérios: a taxa de desnutrição, a taxa de desnutrição infantil e a taxa de mortalidade infantil. Com isso, o índice dos países eram classificados em 5 categorias: baixo, moderado, grave, alarmante e muito alarmante.

Mundialmente o índice de 2011 diminuiu 26% em relação a 1990, e passou de 19,7 para 14,6 –medição considerada grave.

De um total de 122 países pesquisados, os quatro que apresentam um índice muito alarmante são os africanos Burundi, Chade, Eritreia e República Democrática do Congo. Continue lendo

A nova geopolítica dos alimentos ~ por Lester R. Brown

[O Estado de S.Paulo, 22 mai 11] O autor é presidente do Earth Policy Institute; artigo publicado na revista Foreign Policy. ~ Nos EUA, quando os preços mundiais do trigo sobem 75%, como no ano passado, isso significa a diferença entre um pão de US$ 2 e um pão custando, talvez, US$ 2,10. Se você viver em Nova Délhi, contudo, essa alta exorbitante dos preços realmente conta: uma duplicação do preço mundial significa que o trigo custa duas vezes mais.

Bem-vindos à nova economia alimentar de 2011: os preços estão subindo, mas o impacto não será sentido de maneira equitativa. Para os americanos, que gastam menos de um décimo da sua renda no supermercado, a alta do preço dos alimentos que assistimos até agora é um incômodo, não uma calamidade. Mas para os 2 bilhões de pessoas mais pobres do planeta, que gastam de 50% a 70% de sua renda em comida, essa disparada dos preços pode significar passar de duas refeições por dia para uma.

Os que mal conseguem se segurar nos degraus mais baixos da escada econômica global correm o risco de se soltar de vez. Isso pode contribuir – e tem contribuído – para revoluções e insurgências.

Com a quebra de safra prevista para este ano, com governos do Oriente Médio e da África cambaleando em função das altas de preços, e com mercados nervosos enfrentando um choque após outro, os alimentos rapidamente se tornaram um condutor oculto da política mundial. E crises como esta vão se tornar cada vez mais comuns. A nova geopolítica dos alimentos parece muito mais vulnerável do que era. A escassez é a nova norma. Continue lendo

Ainda repensando a missão ~ por Vinoth Ramachandra

Assim que eu coloquei meu post anterior, li por casualidade um artigo excelente de Karla Ann Koll no volume de abril da International Bulletin of Missionary Research. Koll é professora de teologia em Costa Rica e diz melhor que eu, anedoticamente e com sólida análise acadêmica, o que necessita ser dito sobre a questão “viagens missionárias de curto prazo”. Eu recomendo o artigo para ser estudado por toda organização evangélica rica.

Logo depois do desastre do Tsunami de 26 de dezembro de 2004 no Sri Lanka, Tailândia e Indonésia, centenas de ONGs estrangeiras surgiram repentinamente, duplicando e competindo desnecessariamente entre si. “Equipes missionárias” bem-intencionadas, com pouca experiência de reabilitação e ajuda, cometeram todos os erros clássicos da ajuda externa (materiais para construção de casas inapropriados, doação a pessoas erradas, e assim por diante). Alguns líderes cristãos locais se tornaram adeptos não apenas de dançar a música tocada pelos doadores estrangeiros mas de compor as músicas que eles gostam de ouvir. Dinheiro corrompe tanto quanto ajuda.

Havia, entretanto, o outro lado da história. Nós nos beneficiamos enormemente do serviço espontâneo e sacrificial de muitos (cristãos e não-cristãos) de nações ocidentais e também de outras nações asiáticas. Houve, com frequência, homens e mulheres com habilidades técnicas e aqueles que vieram pra servir ao lado de suas contrapartes locais. Muitos deles decidiram ficar por seis meses, senão por mais tempo. Alguns jovens sem capacidade técnica simplesmente chegaram e se ofereceram para fazer trabalhos domésticos ao lado de gente local preparada. A contribuição de todas essas pessoas à ajuda imediata assim como para a reabilitação de longo prazo de vidas e comunidades é incalculável. É uma pena que nós no Sudeste Asiático não pudemos agir reciprocamente quando o furacão Katrina atingiu Nova Orleans um ano depois. A despeito de toda a retórica hoje sobre “missão de todo lugar para qualquer lugar”, os controles de fronteiras determinam a direção atual do serviço cristão.

Minha preocupação principal no último post não era a duração de tais viagens. Não era como se eu estivesse recomendando “missão de longo prazo” oposta à “missão de curto prazo”. Era, antes, o modo como o conceito mesmo de missão tem sido reduzido em muitos círculos evangélicos a “ir às nações” ou o que nós fazemos com cristãos caridosos em sociedades que não a nossa. Daí as divisões desastrosas — tanto em igrejas quanto em seminários teológicos — entre “missão” e “ética”, o “pessoal” e o “político”, “proclamação” e “diálogo”. Ao contrário dos primeiros discípulos de Jesus, aqueles de nós que vivemos em grandes cidades encontramos pessoas de todas as culturas e afiliações religiosas cotidianamente. Nós podemos também fazer uma enorme diferença na vida das pessoas em outras partes do mundo mudando nossos padrões de consumo, falando em nome daqueles que são afetados pelos nossos estilos de vida e desafiando as políticas e práticas de nossos governos. Isto se aplica tanto a lugares como Índia e Singapura quanto aos Estados Unidos ou Inglaterra.

Para aqueles de nós que vivemos em situações de pobreza, violência e tirania, Jesus nos exortou a nos tornarmos como “grãos de mostarda” que “caem na terra e morrem” (João 12:24): em outras palavras, ficar ao invés de “partir”, compartilhando livremente a dor e a desesperança de outros como uma testemunha da extraordinária esperança do Evangelho (Há vezes, claro, quando nós precisamos fugir — e não se sentir culpado por isso — mas apenas se nós podemos fazer melhor estando fora, para aqueles que nós deixamos pra trás). As únicas “metodologias” da missão que frutifica que Jesus deu à sua igreja foram os princípios de morrer e amar (unidade); mas estas custosas práticas de discipulado que transformam vidas são as que nós continuamos a ignorar em nome de “missões”. Ironicamente, estamos agora numa situação global onde cristãos ricos fazem incursões de “curto prazo” em países pobres, enquanto cristãos pobres (e cristãos ricos de países pobres) fazem viagens de “longo prazo” aos países ricos. Eu me pergunto que Boas Novas está sendo comunicada ao mundo dessa maneira? Como demonstramos a encarnação de Deus em corpos humanos vulneráveis e frágeis, e num lugar e tempo particular, quando o culto do consumo globalizado nos empurra na direção contrária?

Publicado originalmente em http://vinothramachandra.wordpress.com/2010/05/21/more-on-re-thinking-mission/

Vinoth Ramachandra Dr Vinoth Ramachandra nasceu no Sri Lanka. É doutor em Engenharia Nuclear pela Universidade de Londres. Foi Secretário Regional da Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos (CIEE) para o Sul da Ásia. É atualmente Secretário para Diálogo e Engajamento Social da CIEE em nivel global. Participa há muitos anos do Movimento de Direitos Humanos de Sri Lanka, da Rede Miquéias e d’A Rocha (organização internacional de conservação ambiental). É autor de vários livros e ensaios, entre os quais Subverting Global Myths: Theology and the Public Issues that Shape Our World (2008). Os textos postados na revista podem ser encontrados na sua versão original em inglês no blog http://vinothramachandra.wordpress.com/.

¿El boom del ateísmo?

religious lady

¿Está de moda ser ateo? A juzgar por algunos acontecimientos en varias partes del mundo, la respuesta podría ser afirmativa.

En el Reino Unido esta semana abrió un campamento de verano un tanto particular: a Dios no le está permitido entrar.

Es que no lo organizan los scouts ni grupos religiosos.

Camp Quest es el primero pensado para jóvenes de padres ateos. La idea es fomentarles el pensamiento crítico a niños de entre 7 y 17 años y que disfruten un campamento “libre de dogmas religiosos”.

Está “dedicado a mejorar la condición humana a través de la investigación racional, el pensamiento crítico y creativo, el método científico… y la separación de la religión y el Estado”, aseguran los organizadores.

Los niños también jugarán, claro.

¿Nueva militancia?

La idea de este tipo de campamentos, que ya se realizan desde hace 13 años en Estados Unidos, coincide con una necesidad expresada por Richard Dawkins, biólogo evolutivo británico y uno de los principales defensores del ateísmo.

El primer campamento ateo en el Reino Unido abrió sus puertas esta semana.

Dawkins, conocido por su beligerancia antirreligiosa, ha escrito el libro “La Falsa Ilusión de Dios”, un manifiesto sobre la no existencia de un creador divino, y “El Gen Egoísta”, entre otras obras.

Dawkins aboga por una nueva militancia que defienda el derecho de las personas a expresar libremente el hecho de no creer en Dios. Y que esto se traduzca en una mayor presencia de los no creyentes en la sociedad.

Ha emprendido campañas a favor del ateísmo y el libre pensamiento como la Out Campaign (Campaña para darse a conocer), donde se insta a los no creyentes a que “salgan del clóset” y se “liberen” porque, se asegura, “los ateos son más numerosos que lo que la mayoría de la gente piensa”.

Pero no se trata solamente de darse a conocer. La idea es tener voz y voto en las discusiones sobre aspectos fundamentales en la sociedad. Así como cuando se hacen consultas para resolver dilemas se llama a grupos religiosos para que participen en el debate, cada vez más personas en todo el mundo están señalando que hace falta el punto de vista de quienes no tienen a un dios como punto de referencia de su código moral.

Esto además de asuntos más pragmáticos. Tradicionalmente las religiones han tenido un monopolio cuando se trata de acompañar a la gente en momentos cruciales de su vida. Los ateos están buscando una alternativa que le pueda ofrecer a quienes piensan como ellos una alternativa que no choque con su forma de pensar. Se trata, por ejemplo, de hacerle fácil a una familia en duelo marcar el momento con algún tipo de ceremonia que no les genere un problema moral.

Ateísmo sobre ruedas

“Probablemente Dios no existe así que deja de preocuparte y disfruta tu vida”, eso se podía leer en los autobuses.

El Reino Unido ya había mostrado estar a la vanguardia de estos movimientos cuando el año pasado los tradicionales autobuses de Londres empezaron a circular con un llamativo afiche.

“Probablemente Dios no existe así que deja de preocuparte y disfruta tu vida”, podía leerse.

La campaña atea fue organizada por The British Humanist Foundation (Fundación Humanista Británica) y apoyada por Dawkins.

La idea fue imitada en algunas ciudades españolas, con Barcelona a la cabeza.

El promotor en la capital catalana fue Albért Riba, presidente de la Unión de Ateos y Librepensadores de España, que agrupa a siete asociaciones en todo el país.

“Parecía que éramos dos o tres”

El “bus ateo” recorrió las calles de Barcelona a principios de 2009.

Riba le dijo a BBC Mundo que el objetivo de la campaña fue “darle visibilidad a los ateos, que parecía que éramos dos o tres en España y debatir cuál era nuestro papel social, posicionarnos”.

Aseguró que la Unión busca “transmitir que la moral de un ateo vale lo mismo que la de un católico. Eso la ciudadanía lo está empezando a entender pero la estructura eclesial, no”.

Riba explicó que los objetivos son “defender la libertad de conciencia, luchar por un Estado laico y difundir el pensamiento ateo”. También se “pretende pararle los pies a las religiones que tienen un alto grado de agresión y buscan imponer su forma de pensar”.

Consultado sobre si existe una nueva militancia del ateísmo, Riba dijo: “No queremos ni podemos salvar a nadie, ni vamos a enviar misioneros para decir que la salvación es el ateísmo. No vamos a hacer militancia en ese sentido, sino para crear puentes de diálogo”.

¿Qué pasa en América Latina?

La región cuenta, por ejemplo, con las dos mayores feligresías católicas del mundo: Brasil y México. Y otras religiones también mantienen una sólida presencia.

En Colombia, un Manual de Ateología, escrito por 16 personalidades que niegan o dudan de la existencia de dios se convirtió en un éxito de ventas, toda una sorpresa en un país donde el 90% de la población se declara cristiana.

Sin embargo, en una zona tradicionalmente fértil para la creencia divina, el movimiento ateo avanza, lentamente, y ya cuenta con algunas organizaciones e iniciativas.

En Colombia los ateos han empezado a salir del clóset.

El “Manual de Ateología”, escrito por 16 personalidades que niegan o dudan de la existencia de Dios se convirtió en un éxito de ventas, toda una sorpresa en un país donde el 90% de la población se declara cristiana.

En tanto, en Argentina, el año pasado se organizó el primer congreso de ateos.

Fernando Lozada, presidente del Congreso Nacional de Ateísmo, delegado de la Asociación Civil de Ateos en Argentina y promotor del evento, le dijo a BBC Mundo que “ahora la gente se anima más a decir que es ateo. Pasa lo que pasó con los grupos gays, la gente se anima a luchar por sus derechos, pero estamos en los inicios”.

Lozada explicó que se busca, entre otras cosas, “lograr que el ateísmo no sea mal visto en la sociedad, que logre el respeto como cualquier otra ideología o religión”.

Ahora la gente se anima más a decir que es ateo. Pasa lo que pasó con los grupos gays, la gente se anima a luchar por sus derechos, pero estamos en los inicios

Fernando Lozada, presidente del Congreso Nacional de Ateísmo de Argentina

Y le contó a BBC Mundo que en marzo de este año fue parte de una apostasía (negar la fe recibida en el bautismo y renunciar a la Iglesia Católica) en la que participaron 1.500 personas. “Como puede pasar con cualquier partido político o equipo de fútbol, uno debe poder desafiliarse”.

Lozada, que había sido bautizado y renunció en este evento, aseguró que “lo vio importante como un movimiento político, como una manera de presionar. Que las leyes estén influenciadas por una moral católica no es totalmente democrático, hace que haya que militar políticamente, no en el sentido partidario proselitista, sino social”.

Campamentos, autobuses y manuales… los ateos empiezan a mostrar su fervor (¿religioso? No, gracias), pero ¿estamos ante un nuevo movimiento?

BBC Mundo, 30 jul 2009

Número de famintos ultrapassou 1 bilhão em 2009, diz ONU

Fonte: Reuters, via Agência Estado
ROMA – A combinação de crise dos alimentos e recessão econômica mundial fez o número de pessoas com fome ultrapassar a marca de 1 bilhão em 2009, informaram nesta quarta-feira, 14, vários organismos da ONU, confirmando uma sombria previsão.

A Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) disseram que 1,02 bilhões de pessoas – aproximadamente 100 milhões a mais do que no ano passado – sofrem desnutrição em 2009, o número mais elevado em quatro décadas.

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