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Pobreza leva mulheres a casamentos precoces, no Tajiquistão

A pobreza no Tajiquistão é uma das principais causas dos casamentos precoces. Nas famílias rurais, os filhos homens se convertem no sustento da família, e as meninas são, em geral, consideradas uma carga financeira.

[Envolverde/IPS, 7 mar 12] Dusambé, Tajiquistão  – Quando Kibriyo Khaitova tinha 16 anos seus pais lhe disseram que se não casasse se converteria em uma solteirona. Assim, como muitas jovens do Tajiquistão, casou-se com o homem sugerido pela sua família. Agora tem 20 anos, dois filhos e foi abandonada pelo marido. “Meus pais me disseram que já tinha idade e que precisava casar”, contou a jovem, que vive no Vale de Ferghana, zona da Ásia central onde seguem fortemente arraigados costumes sociais conservadores.

“Eu disse a eles que queria continuar estudando, mas responderam que os homens não gostam de jovens educadas e que não é preciso estudar para ser uma boa esposa. A primeira vez que vi meu marido foi no casamento. Tinha muito medo, mas minha avó me falou que tudo sairia bem”, recordou. A propagada pobreza no Tajiquistão é uma das principais causas dos casamentos precoces, segundo um informe da Fundação Eurásia. Nas famílias rurais, os filhos homens se convertem no sustento da família, e as meninas são, em geral, consideradas uma carga financeira. Continue lendo

Sem empregos e educação, milhões ficam à margem de crescimento brasileiro

[Júlia Carneiro e Paula Idoeta, BBC Brasil,15 fev 2012] Ao chegar de carro por uma estrada de terra arenosa, uma placa dá as boas-vindas a Assunção do Piauí, “a capital do feijão”. Mas as letras desbotadas, quase apagadas, deixam claro que a principal atividade econômica local já viu melhores dias.

Na pequena cidade, a 270 km de Teresina, as colheitas fracas estão fazendo muitos desistirem de plantar feijão.

Excluídos

“Aqui é assim, a gente só trabalha no escuro. Num ano dá e no outro não dá”, diz a dona de casa Francisca Pereira Moreno, mãe de cinco filhos.

Depois de conversar com alguns moradores de Assunção, perguntar onde cada um trabalha parece perder sentido. Os principais empregos da cidade são na prefeitura local, mas para adultos como Francisca, que não sabe ler nem escrever, a única opção está na roça ou nos serviços domésticos. Sem alternativas, a maioria sobrevive do Bolsa Família.

“Tem que ter o Bolsa Família. Porque a renda aqui do feijão não está dando dinheiro. Dá R$ 60, R$ 70”, diz Francisca. Continue lendo

Cerca de 10% dos índios que vivem na PB moram em favelas, diz IBGE

[G1 PB, 29 jan 12] Pelo menos 338 índios da Paraíba residem em áreas consideradas aglomerados subnormais (‘favelas’). Os dados são do Censo Demográfico 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa 9,7% da população total de indígenas (3.475) que vivem nas cinco cidades (João Pessoa, Cabedelo, Bayeux, Santa Rita e Campina Grande) apontadas no estudo como tendo os aglomerados.

Embora esse percentual já seja expressivo, o coordenador técnico da Fundação Nacional do Índio em João Pessoa (Funai-JP), Benedito Rangel de Morais, acredita que na realidade há muito mais índios vivendo nas comunidades carentes do estado. Continue lendo

Brasil é segundo país mais desigual do G20, aponta estudo

O Brasil é o segundo país com maior desigualdade do G20, de acordo com um estudo realizado nos países que compõem o grupo.

[BBC Brasil, 19 jan 12] De acordo com a pesquisa Deixados para trás pelo G20?, realizada pela Oxfam – entidade de combate à pobreza e a injustiça social presente em 92 países -, apenas a África do Sul fica atrás do Brasil em termos de desigualdade.

Como base de comparação, a pesquisa também examina a participação na renda nacional dos 10% mais pobres da população de outro subgrupo de 12 países, de acordo com dados do Banco Mundial. Neste quesito, o Brasil apresenta o pior desempenho de todos, com a África do Sul logo acima.

A pesquisa afirma que os países mais desiguais do G20 são economias emergentes. Além de Brasil e África do Sul, México, Rússia, Argentina, China e Turquia têm os piores resultados. Continue lendo

Brasil: As Desigualdades Regionais ~ Ferreira e Fragelli

Por que um país que consegue melhorar a distribuição de renda em nível nacional, não o faz em nível regional?

[Pedro Ferreira e Renato Fragelli, jornal Valor, 18 jan 12] A melhoria da distribuição de renda no Brasil, iniciada na década de 1990 com o fim da inflação e a abertura da economia, e acelerada na década de 2000 pelos programas de transferências diretas, é uma conquista da sociedade brasileira. Embora, quando se considera a população do país como um todo, os avanços sejam notáveis, ao se analisar a distribuição da renda entre as regiões do país, há pouco para se comemorar.

A renda per capita do Nordeste permanece apenas um terço da observada no Sudeste, e a taxa de analfabetismo é o triplo. A mortalidade infantil no Maranhão é quase três vezes superior à de São Paulo. Cerca de 40% da população do Nordeste ainda vive na pobreza, contra 11% no Sudeste. Por que um país que consegue melhorar a distribuição de renda em nível nacional, não o faz em nível regional? Continue lendo

Famílias haitianas chegam a vender tudo para tentar a sorte no Brasil

Imigrantes chegam a pagar 5 mil dólares aos “coiotes” que os levam até o Brasil. Segundo representante da Organização Internacional para Migração, são os haitianos “menos pobres” que se submetem à arriscada viagem.

[DW, 12 jan 12] Desde há exatos dois anos, um dos países mais pobres do mundo vem tentando se recuperar de um terremoto devastador. Com 77% da população considerada pobre, segundo o Banco Mundial, muitos haitianos optam pela fuga.

O Brasil passou a ser um destino atraente: o governo federal prometeu regularizar a situação dos 4.100 haitianos ilegais que chegaram ao país desde 2010, mas agora as fronteiras foram fechadas. A Organização Internacional para Migração (IOM, na sigla em inglês), acompanha esse movimento migratório. Para Jean-Philippe Chauzy, representante da organização não governamental sediada em Genebra, na Suíça, são os haitianos “menos pobres” que se submetem à arriscada viagem até o Brasil. Continue lendo

Dois anos após terremoto, pobreza devasta o país

O Haiti não é um país destroçado pelo terremoto de janeiro de 2010. Ele já era espoliado muito antes disso, mostra relatório da Missão Salesiana, que atribui à pobreza e devastação as causas da exploração que haitianos são submetidos há séculos.

[ALC, 11 jan 12] A recuperação do país, apesar das promessas de ajuda humanitária, passados dois anos do terremoto, está longe de estar concluída. O relatório informa que 600 mil pessoas ainda vivem em acampamentos, sob lonas. Apenas um quarto dos entulhos provocados pelo terremoto foi removido.

Amanhã (hoje, dia 12), serão lembradas as 300 mil pessoas mortas pelo terremoto e as mais de 2 milhões que ficaram feridas. Perto de 80% da capital, Puerto Principe, foram destruídos. Fato positivo disso tudo, 23 mil crianças passaram a frequentar escolas depois do sismo. Continue lendo

Apesar de redução, Brasil mantém maior desigualdade entre Bric, diz OCDE

[BBC Brasil, 5 dez 11] O Brasil foi o único entre os chamados Bric – grupo que inclui ainda Rússia, Índia e China – a reduzir o abismo entre ricos e pobres em 15 anos, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Mas o relatório salienta que apesar dessa redução, a desigualdade no Brasil ainda é a maior entre os países do grupo.

Enquanto o índice Gini, que mede a desigualdade de um país, caiu de 0,61 para 0,55 no Brasil entre 1993 e 2008, em todos os outros que são considerados as ‘vedetes’ dos emergentes esse índice passou para um valor mais alto. Quanto menor o índice Gini, melhor.

Além disso, no Brasil os 20% mais pobres viram sua renda crescer em média 6,6% ao ano na década de 2000, mais de três vezes mais rápido que a dos 20% mais ricos, de 1,8%. Isso representa uma aceleração de um processo que já havia começado nos anos 1990, afirmou o relatório.

Entretanto, observou a OCDE, o Gini do Brasil ainda é maior que em todos os Bric. É também o dobro da média dos ricos. Continue lendo

Desigualdade entre regiões brasileiras diminui, aponta IBGE

[Pedro Soares, Folha SP, 23 nov 11] Ainda que de modo lento, segue o processo de redução da desigualdade regional da economia brasileira. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (Produto Interno Bruto) das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam participação de 2002 para 2009. Em contrapartida, o Sudeste manteve a tendência de redução de seu peso.

No intervalo de 2002 a 2009, o Nordeste passou de 13% de participação no PIB para 13,5%. O Norte saltou de 4,7% para 5%. Já o Centro-Oeste teve o maior avanço: de 8,8% para 9,6% –sob influência da expansão da fronteira agrícola e do peso da maior administração pública, concentrada no Distrito Federal.

Já as regiões mais ricas perderam espaço. O Sudeste viu seu peso cair de 56,7% para 55,3%de 2002 a 2009. O Sul cedeu de 16,9% para 16,5%.

De 2008 a 2009, o Nordeste teve o maior avanço e ganhou 0,4 ponto percentual. Seu peso em 2008 era de 13,1%.

Mesmo com o processo de descontração regional, apenas oito Estados –SP, RJ, MG, RS, PR, BA, DF e SC– detinham 78,1% da economia nacional em 2009. Sozinho, São Paulo abocanhava um terço do PIB –exatos 33,5%–, mas esse percentual era maior em 2002, de 34,6%.

Já em termos de crescimento econômico, a liderança em 2009 ficou com Rondônia, com alta de 7,3%, seguido por Piauí –6,2%. O pior resultado foi o do Espírito Santo, com queda de 6,7%.

Em São Paulo, a retração foi de 0,8% em razão do fraco desempenho da indústria, ramo importante na economia do Estado e que teve forte impacto da crise iniciada em 2008. O mesmo ocorreu com o Espírito Santo. Na média nacional, o PIB teve retração de 0,3% em 2009.

Metade da população brasileira vivia com menos de um salário mínimo em 2010

[Flávia Villela, Agência Brasil, 16 nov 11] Metade da população recebeu mensalmente, durante o ano de 2010, até R$ 375 – valor inferior ao salário mínimo, de R$ 510, pago na época, embora a média nacional de rendimento domiciliar per capita fosse R$ 668. Apesar da tendência de redução observada nos últimos anos, os resultados do Censo Demográfico 2010 mostram que a desigualdade de renda ainda é bastante acentuada.

Além disso, os 10% mais ricos da população brasileira ficaram, em 2010, com 44,5% do total de rendimentos, enquanto os 10% mais pobres, 1,1%.

Os dados fazem parte dos resultados definitivos do universo do Censo 2010 divulgado hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

No que se refere ao rendimento médio mensal domiciliar per capta, os 10% com os rendimentos mais elevados ganhavam R$ 9.501, enquanto as famílias mais pobres viviam com apenas R$ 225 por mês.

De todos os brasileiros acima de 10 anos de idade que têm com rendimentos, 0,5% recebiam mais de R$ 10,2 mil mensais na cidades e 0,1% no campo. Na área rural, 46,1% recebiam R$ 596. Na zona urbana, esse valor alcançou R$ 1.294. Continue lendo

Aumento das taxas de homicídio no Brasil não pode ser associada somente à pobreza, dizem especialistas

[Daniella Jinkings, Agência Brasil, 6 out 11] O aumento das taxas de homicídio no Brasil não pode ser associada somente à condições de desenvolvimento econômico ou de pobreza, segundo o secretário executivo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Renato Sérgio de Lima. O Estudo Global de Homicídios 2011, divulgado hoje (6) pela Organização das Nações Unidas (ONU), aponta que o Brasil tem a terceira maior taxa de homicídios na América do Sul, com 22,7 casos para cada 100 mil habitantes. O país fica atrás apenas da Venezuela (49) e da Colômbia (33,4).

De acordo com Lima, o estudo só reforça um quadro que o Brasil sustenta há três décadas: ser um dos líderes do ranking da violência no continente. Em números absolutos, o Brasil, país mais populoso da América do Sul, é o primeiro da lista, com 43.909 registros. “Há países na região mais pobres e com taxas muito menores. Uma das razões do aumento das taxas no Brasil discutidas pelos especialistas é o sistema de Justiça extremamente caótico e falido”. Continue lendo

Ipea diz que 6,3 milhões deixaram pobreza de 2004 a 2009

[João C Magalhães, Folha SP, 15 set 11] Cerca de 6,3 milhões de pessoas deixaram a pobreza extrema no país entre 2004, quando o Bolsa Família foi criado, e 2009, indica um comunicado apresentado nesta quinta-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).

[O estudo “Mudanças recentes na pobreza brasileira” Clique para abrir documento PDF]

Em 2004, eram 15 milhões de brasileiros na miséria –quem ganha R$ 67 mensais ou menos, de acordo com o critério adotado. Em 2009, o dado baixou para a 8,7 milhões.

A conclusão do comunicado de hoje, com base em dados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2009, corrobora a tendência verificada em outros estudos do Ipea, ligado à Presidência.

No ano passado, por exemplo, o instituto já havia dito que, entre 1995 e 2008, 12,1 milhões de pessoas haviam deixado de ser miseráveis. O dado foi lançado durante o processo eleitoral que elegeu a presidente Dilma Rousseff.

No período analisado agora, aproximadamente 10 milhões deixaram de ser pobres (quem ganha de R$ 67 a R$ 134), 1 milhão saiu da situação de vulnerabilidade (com ganhos mensais entre R$ 134 e R$ 465) e o número de não pobres (R$ 465 ou mais) subiu de 51 milhões para 78 milhões de pessoas, segundo o estudo.

A renda média cresceu 28%: de R$ 495,1 para 634,6. O índice de Gini, um índice matemático para medir a desigualdade, caiu 6%.

Apesar de usar como data inicial o ano em que o Bolsa Família nasceu, os técnicos do Ipea não creditam ao programa a maior influência na melhoria de renda do brasileiro, mas ao aquecimento geral da economia e ao aumento real do salário mínimo –que não influencia diretamente o Bolsa.

“Não obstante a importância da política social, sem o crescimento e a geração recorde de empregos formais o aumento real do salário mínimo teria menos efeitos distributivos”, diz o comunicado. Continue lendo