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Uso do Facebook para atrair jovens a combater na Síria preocupa UE

jovem europeu na síriaAutoridades da Uniao Europeia estão preocupadas com o uso de sites de mídia social como Facebook para engajar jovens europeus na guerra da Síria.

A Comissão Europeia recomendou recentemente aos governos do bloco “ir além da proibição ou remoção de material ilegal” postado no Facebook e “passar a publicar mensagens opostas para contrariar as versões dos extremistas” e reduzir o impacto das redes sociais na radicalização de jovens.

[Márcia Bizzotto, BBC Brasil, 3 fev 2014] Diversas páginas foram abertas no Facebook com mensagens explícitas para tentar recrutar jovens europeus. Páginas supostamente criadas por outros jovens que já lutam em território sírio, exibem um objetivo claro: promover a causa e atrair mais simpatizantes à luta.

A maioria dessas páginas seria de jovens que teriam se convertido ao islamismo radical contra a vontade de suas famílias e passado a integrar os batalhões do Estado Islâmico no Iraque e Levante (EIIL), um grupo ligado à Al-Qaeda que pretende instalar a sharia (lei islâmica) na Síria.

As autoridades francesas estimam que cerca de 250 cidadãos desse país participam do combate na Síria e outros 150 teriam manifestado o desejo de participar.

Na Bélgica, o ministério de Assuntos Exteriores já identificou cerca de 200 cidadãos que lutam em território sírio, além de 20 já mortos, mas afirma que esses números variam rapidamente.

Incentivo

As páginas trazem estampadas fotos dos supostos combatentes com o rosto à mostra e mensagens disponibilizadas a todo o público da rede social não apenas contra o governo de Bashar al-Assad, mas também contra grupos rebeldes moderados e contra toda forma de democracia.

Em contas abertas com pseudônimos religiosos, são publicadas regularmente fotos mostrando esses jovens em mansões em que viveriam, na região de Aleppo, expropriadas de ricos habitantes que fugiram das cidades depois da chegada dos radicais, e nelas eles comentam seu dia a dia.

“Coloco minhas fotos para dar força aos irmãos para vir (à guerra)”, afirma a página do suposto francês Abou Shaheed ao lado de uma imagem na qual aparece em uniforme camuflado, um grande sorriso no rosto descoberto e um fuzil na mão.

A mesma justificativa é dada por Abu Houdaifa Ahmed, que se diz belga, de 21 anos. Ele exibe orgulhoso suas armas e uma grande jarra de suco fresco de fruta, explicando como os “candidatos ao martírio” têm tudo o que necessitam na “terra de Alá” que tentam conquistar.

O belga Ismail diz que se uniu ao combate há um ano, aos 16 anos. Ele revela um rosto angelical coroado com um turbante em meio a imagens de fuzis AK 47 e lança-granadas.

Nos comentários embaixo das fotos, muitos simpatizantes se dizem “ansiosos por se unir” ao grupo e “combater os infiéis”.

Os combatentes na linha de frente prometem ajudar com a logística e “esperar de braços abertos” os novos recrutas, mas não se limitam às palavras.

Simpatia

Warda Salame, jornalista do semanário belga Le Vif, se passou por um simpatizante e, depois de meses de contatos, recebeu indicações precisas e números de telefone de intermediários que a ajudariam a chegar a uma brigada do EIIL através da fronteira turca.

Até as fotos de cadáveres de companheiros de luta – menos frequentes – despertam simpatia entre os contatos dos combatentes, que louvam a coragem do defunto e desejam “que Alá abra as portas do paraíso” ao “mártir” ou “reserve a mesma honra” a si próprio.

“Viemos todos aqui para isso”, lê-se em um desses comentários.

A rede social também é usada para pedir doações e enviar mensagens às famílias, por intermédio de membros do grupo que ficaram no país de origem.

Exibicionismo

Para François Ducrotté, analista do centro de pesquisa International Security Information Service (ISIS), com base em Bruxelas, essa atividade explícita é também uma forma de exibicionismo para jovens procedentes de classes desfavorecidas.

“É um orgulho para eles (mostrar a vida que levam na Síria). Essas pessoas, que são geralmente esquecidas pela sociedade, podem ter um momento de glória lutando por uma causa que talvez nem conheçam. E elas utilizam as redes sociais para ganhar protagonismo”, afirmou em entrevista à BBC Brasil.

No entanto, “sendo inconscientes e orgulhosos, (os autores das páginas) também ajudam as autoridades a identificar as células de recrutamento e células terroristas” ativas em seus países de origem, acredita o analista.

O Ministério de Interior da Bélgica afirma que esses sites são monitorados pelos serviços antiterrorismo e que as informações divulgadas nessas páginas são usadas nas investigações sobre os combatentes que voltam ao país.

Segundo a Europol, as autoridades europeias não têm poderes legais para controlar publicações em internet realizadas fora de seu território ou perseguir suspeitos em outros países.

Questionado pela BBC Brasil, o Facebook disse que as páginas identificadas pela reportagem violam as regras do site que proíbem a difusão de conteúdo incitando ou apoiando a violência, mas continuavam no ar porque não haviam sido denunciadas por nenhum usuário.

Os perfis foram rapidamente desativados, mas a empresa admitiu que é incapaz de impedir que as mesmas pessoas criem uma nova conta ou de supervisionar o conteúdo publicado por seus mais de um bilhão de usuários, o que poderia ser qualificado como invasão de privacidade.

Facebook registra até mensagens não enviadas, mostra estudo

facebookNão é preciso apertar Enter para um texto digitado no Facebook ser lido por alguém: a rede social registra postagens e comentários cujo autor desistiu de enviá-los, mostra um estudo divulgado pelo Facebook e realizado por um de seus pesquisadores.

Adam Kramer, cientista de dados do Facebook, junto com o pesquisador Sauvik Das, da Universidade Carnegie Mellon (EUA), analisaram mensagens que eles chamam de autocensuradas de 3,9 milhões de usuários da rede durante 17 dias na metade do ano passado, a fim de descobrir quem costuma digitar e não enviar, e em que momentos isso acontece.

Mensagens com mais de cinco letras e retidas por pelo menos dez minutos são as tidas como autocensuradas pelos autores.

Entre as conclusões do estudo, consta que homens se autocensuram ao fazer uma postagem na rede mais do que as mulheres, mas mulheres desistem mais de comentários do que fazem os homens.

Além disso, mensagens são mais comumente autocensuradas do que comentários; usuários com uma rede de contatos mais heterogênea nos quesitos idade e orientação política se censuram menos.

Entre as “não atividades”, o só texto autocensurado não é a única registrada pela rede. O Facebook já divulgou que todos os pedidos de amizade, mesmo que recusados, ficam catalogados. O registro de tudo o que acontece tem como objetivo de impedir que as pessoas desistam das interações, e efetivamente pressionem Enter.

Durante o período estudado, 71% dos usuários hesitaram ao postar ou comentar. Durante o período monitorado, cada um deles desistiu de aproximadamente 5 postagens e de 3 comentários.

“Decidir não postar um comentário politicamente carregado ou imagens de determinadas atividades recreativas podem poupar uma boa quantia de capital social”, escreveram os pesquisadores, no documento que foi inicialmente publicado pela AAAI (Associação pelo Avanço da Inteligência Artificial, na sigla em inglês).

A pesquisa foi realizada durante o verão do hemisfério norte do ano passado, que aconteceu entre junho e setembro, mas as datas exatas de início e término do período de 17 dias não foram divulgadas.

[Matéria publicada na Folha SP, 20 dez 2013]

Redes sociais: desabafos, excessos e riscos ~ Denis Mello

O que leva uma pessoa perspicaz e culturalmente preparada à exposição desmedida via redes sociais?

Há pouco tempo, acompanhei de perto um fato que demonstrou, na prática, as consequências negativas geradas pela atitude de emitir opiniões impensadas via internet. O caso envolveu um alto-executivo que teve sua reputação, construída durante anos de esforço e dedicação, comprometida por desabafos expostos nas redes sociais.

[Denis Mello, Portal Administradores, Prestes a ser contratado por uma grande empresa para o cargo de diretor, o executivo teve suas pretensões comprometidas, depois de a área de Recursos Humanos localizar postagens no facebook e twitter, nas quais ele criticava uma companhia onde havia trabalhado. A consequência foi fatal, pelo menos para aquele momento da sua vida. Em poucos minutos, ele teve a imagem profissional, sua “marca”, destruída. Nada mais desalentador para quem estava, em primeiro lugar, entre os três melhores candidatos. Continue lendo

Facebook tem 5,6 milhões de crianças em sua rede social

[Diane Bartz, Reuters, 19 set 12] O Facebook tem um segredo, um número não revelado em seus volumosos documentos para tornar-se uma companhia de capital aberto, e agora apenas ligeiramente abordado por representantes da empresa.

Estima-se que 5,6 milhões de clientes do Facebook –cerca de 3,5 por cento de seus usuários norte-americanos– sejam crianças, as quais a companhia diz que estão banidas de participar da rede social. Continue lendo

Nos EUA, empregadores agora exigem que candidatos informem a senha do Facebook

Legalidade da prática é questionada, e projetos de lei querem proibi-la.

[O Globo, 20 mar 12] SEATTLE – Pouco antes de chegar a uma entrevista de emprego recente, o que Justin Bassett esperava eram as perguntas usuais sobre experiência profissional. Mas ele foi surpreendido pelo entrevistador, que queria saber também a sua senha do Facebook.

Bassett, que é estatístico e vive em Nova York, recusou-se a informá-la e desistiu da vaga, alegando que não queria trabalhar para uma empresa que fuça esse tipo de informação. Mas seu caso não é isolado, pois várias empresas americanas vêm exigindo a mesma coisa de seus candidatos, e muitos não podem se dar ao luxo de dizer não. Continue lendo

Afeganistão inaugura primeiro cibercafé só para mulheres

Mulheres afegãs navegam na internet em Cabul; país inaugura 1º cibercafé feminino/Ahmad Jamshid/Associated Press

O Afeganistão inaugurou nesta quinta-feira o seu primeiro cibercafé só para mulheres, na expectativa de dar a elas a chance de se conectar ao mundo sem assédio verbal ou sexual, e livres dos olhares dos homens do país.

[Folha SP/Reuters, 8 mar 12] Cabul – Diversas jovens vestindo hijab [véu islâmico] lotaram o pequeno café em uma rua tranquila no centro de Cabul no Dia Internacional da Mulher. As mulheres ainda enfrentam dificuldades enormes no país, embora o Taleban tenha sido derrubado há mais de uma década. Continue lendo

Brasil é o 1o. país em adesão a redes sociais

Até o final deste ano, o número mundial de usuários de redes sociais – Facebook, Twitter, Orkut, Badoo e outras – chegará perto de 1,5 bilhão de pessoas, ou seja, cerca de 21% do globo está cadastrado em alguma rede, conforme a empresa eMarketer. Nesta quarta-feira, 29, a população mundial estava em 6,997 bilhões de pessoas.

[Sergio Damasceno, Meio&Mensagem, 29 fev 12] Em dezembro do ano passado, a consultoria estimava que pelo menos 1,2 bilhão de pessoas usava algum site de rede social pelo menos uma vez por mês, o que representou uma expansão de 23,1% sobre o volume de 2010. E esse crescimento deve continuar na casa dos dois dígitos, conforme as previsões do eMarketer: este ano, a expansão deve ser de 19,2% sobre 2011. Em 2013, as redes sociais devem crescer 16% e, em 2014, o aumento de usuários deve ficar em 11,6%, quando as redes sociais atrairão 1,854 bilhão de pessoas. Continue lendo

Cresce debate sobre aspectos nocivos de viver o tempo todo na internet

[Nelson de Sá, Folha SP, 27 jan 12] Há dois meses, falando a estudantes em Stanford, Mark Zuckerberg desabafou que, se voltasse no tempo para recomeçar o Facebook, ficaria em Boston, longe do Vale do Silício, dos fundos de “venture capital” e da “cultura de curto prazo”. Ele tem um problema: a abertura de capital do Facebook se aproxima e a rede social dá sinais de, nos EUA, ter batido no teto.

As visitas cresceram 10% de outubro de 2010 ao mesmo mês de 2011, segundo a comScore, contra 56% de aumento no ano anterior.

Já se fala em “saturação social”, como publicou o “New York Times”. Segundo depoimento de David Carr, repórter e colunista da área cultural do “NYT”, 2011 foi o primeiro ano em que ele viu sua produtividade cair por causa de seu consumo de mídia. E, para 2012, Carr diz estar diante da escolha entre cortar passeios de bicicleta ou “alguns desses hábitos digitais que estão me comendo vivo”.

Nas três primeiras semanas, nada. “Meu Twitter ainda está me comendo vivo, embora eu tenha tido certo sucesso em desligá-lo por um tempo”, diz ele à Folha. “Na maior parte do tempo, porém, é como ter um cão amigável que quer ser sempre acariciado, levado para passear. Em outras palavras, continua me deixando louco.”Já se fala em “saturação social”, como publicou o “New York Times”. Segundo depoimento de David Carr, repórter e colunista da área cultural do “NYT”, 2011 foi o primeiro ano em que ele viu sua produtividade cair por causa de seu consumo de mídia. E, para 2012, Carr diz estar diante da escolha entre cortar passeios de bicicleta ou “alguns desses hábitos digitais que estão me comendo vivo”. Continue lendo

Líder da Igreja Ortodoxa russa diz que redes sociais manipulam as pessoas

Manifestante é detido durante protesto na Rússia. FOTO: Denis Sinyakov/Reuters

Líder da Igreja Ortodoxa russa diz que as redes sociais, onde os protestos são organizados, tornam as pessoas ‘vulneráveis a manipulações’.

[Thomas Grove, Reuters/Estadão, 25 dez 11] O líder da Igreja Ortodoxa russa alertou os cidadãos do país nessa sexta-feira, 23, contra a confiança em sites de redes sociais, que vêm sendo usados na organização de protestos em oposição ao governo, dizendo que eles tornam as pessoas “vulneráveis a manipulações”.

Cerca de 40 mil pessoas se inscreveram via internet para participar de um protesto no centro de Moscou, no próximo sábado, contra uma contestada eleição legislativa que, no começo do mês, deu ao partido governante de Vladimir Putin uma pequena maioria.

“A ingênua confiança de uma pessoa moderna na informação disponível em redes sociais, acompanhada pela desorientação moral e pelas perda de valores (morais) básicos tornam nossos jovens vulneráveis à manipulação”, teria dito o patriarca Kirill, de acordo com a agência de notícias Interfax. Continue lendo

Classe C já está no Facebook, dizem analistas de mercado

Usuários falam de possibilidade de `orkutização´ do Facebook

A classe C já começa a fazer parte dos usuários brasileiros do Facebook, de acordo com analistas do mercado de mídias sociais. Atualmente, o site de rede social americano tem cerca de 21 milhões de usuários brasileiros, número que cresceu 133% nos últimos seis meses.

[Camilla Costa, BBC Brasil, 7 jul 11] “O Facebook já foi uma rede social de classe A, mas hoje está acessível a todas as classes. As pessoas estão entrando porque seus amigos estão indo para lá”, disse Rosário de Pompéia, diretora executiva da consultoria de estratégia em mídias sociais le Fil, à BBC Brasil.

Segundo os especialistas, o site, que ainda é associado a usuários de maior poder aquisitivo, ganhou mais força entre as classes mais baixas a partir do lançamento de sua versão em português, em 2008. A novidade trouxe, além de mais usuários, mais oportunidades de negócios para a empresa de Mark Zuckerberg, que abriu seu primeiro escritório no Brasil no último mês de março. Continue lendo

Fotos de consumo de álcool no Facebook podem ser um alerta para o vício de jovens

[Reuters, 4 out 11] As páginas de universitários no Facebook podem oferecer pistas quanto àqueles que correm risco de abuso e dependência de bebidas alcoólicas, segundo um estudo americano.

Pesquisadores liderados por Megan Moreno, da Universidade de Wisconsin-Madison, constataram que estudantes que exibiam fotos ou textos que os mostravam bêbados ou desacordados por consumo exagerado de álcool tinham maior probabilidade de enfrentar problemas de alcoolismo.

– Os resultados sugerem que os critérios clínicos para definir problemas com a bebida são aplicáveis às referências ao consumo de álcool no Facebook – afirmaram Moreno e seus colegas no estudo, publicado pela revista Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine. Continue lendo

Metade dos americanos está nas redes sociais

A popularidade das redes sociais continua em alta, segundo estudo do Centro de Pesquisas Pew, nos EUA, divulgado no fim da semana passada. Pelos resultados, metade de todos os americanos adultos faz uso de alguma rede social, como Facebook, MySpace ou LinkedIn. Dos entrevistados, 65% disseram que usam redes sociais – no ano passado, este número foi de 61%. Entre as atividades online, estes sites perdem apenas para o uso de e-mail e ferramentas de busca. “As redes sociais continuam a se consolidar como uma parte significativa da vida online”, afirmou a pesquisadora Kathryn Zickuhr, co-autora do estudo.

O crescimento do uso de mídias sociais ocorreu em todos os grupos etários e étnicos, mas foi mais intenso entre as mulheres. De cada dez mulheres, sete dizem usar as redes; e seis a cada dez homens o fazem. Entre as mulheres jovens, o número é ainda maior: nove em cada dez mulheres entre 18 e 29 anos participam de redes sociais.

Este comportamento já havia sido notado por agências de marketing, que passaram a focar em especial em mães que frequentam estes tipos de site. Estas mulheres costumam fazer pesquisas nas redes sociais e compartilham recomendações e críticas a produtos. Informações de Cecilia Kang [The Washington Post, 26/8/11].